O mercado de seguros deve voltar a crescer de forma mais robusta em 2021, principalmente se o governo conseguir articular no Congresso as aprovações das Propostas de Emenda Constitucional (PECs), que ainda estão pendentes de apreciação principalmente por conta da pandemia; e se a vacinação em massa contra a Covid-19 realmente ocorrer.
A análise é do CFO e CEO interino da Argo Seguros, Bruno Pereira. Com mais de vinte anos de atuação no segmento de contabilidade e finanças, o executivo avalia que ambas as medidas são importantes, mas a aprovação das PECs é fundamental para equilibrar as contas do Governo e, assim, proporcionar um ambiente de negócios muito mais produtivo.
“A expectativa é que as PECs melhorem a economia como um todo, trazendo a reboque um ambiente também mais favorável para o crescimento do mercado de seguros, que tem uma correlação forte com a economia nacional. Também não podemos esquecer dos impactos positivos da vacinação em massa, que deve ocorrer neste início de ano. Esses fatores combinados podem alavancar (e muito) a economia e os negócios”, diz.
Já sobre a importância da vacinação contra a Covid-19, Pereira cita um estudo recente da Federação Nacional das Seguradoras (FenSeg), que estima que, por conta da pandemia, o setor deve apresentar um crescimento nominal de apenas 5% em 2020, em comparação com o ano anterior. Se isso se confirmar, descontada a inflação, a taxa de crescimento real do mercado tenderá a ser negativa.
“Segundo esse levantamento da FenSeg, se considerarmos o lucro das companhias seguradoras, há uma expectativa de encolhimento de 15%. Claro que para aquelas que possuem um portfólio expressivo em produtos massificados, tais como automóvel e seguro de pessoas, haverá uma queda mais acentuada, muito por conta do aumento do desemprego”, avalia.
Quanto à Argo Seguros, o executivo lembrou o desempenho da seguradora no ano passado, quando a companhia registrou aumento do lucro operacional três vezes superior ao alcançado em 2019. “Esse resultado é fruto de uma política de subscrição extremamente austera e de iniciativas de controle das despesas”.
Para este ano, o CFO e atual CEO da Argo destaca que os investimentos em tecnologia, especialmente no fortalecimento de sua plataforma tecnológica, devem permitir um crescimento sustentável. “Investimos em tecnologia para aumentar os produtos oferecidos de maneira digital, de forma a melhorar a experiência do corretor e do segurado, além de expandir também os nossos canais de distribuição. Isso contribui ainda no desenvolvimento de produtos inovadores, como o Instant, o Bike Mulher e o RC Condutor, este último com previsão de lançamento ainda neste mês”, finaliza.
N.F.
Revista Apólice