Ultima atualização 18 de setembro

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Mercado segurador deve reformular seus canais de distribuição

Transformação digital, isolamento social e novos hábitos de consumo irão ocasionar mudanças na maneira de seguradoras e corretoras venderem apólices. Tema foi abordado no Insurance Summit Brazil 2020

ATUALIZADO DIA 18/09/2020 ÀS 15:40

EXCLUSIVO – A crescente digitalização dos processos deve mudar as formas de distribuição no mercado segurador. A influência da transformação digital, os reflexos do isolamento social e o novo comportamento do consumidor frente ao cenário de pandemia irão fazer com que seguradoras e corretoras desenvolvam novas maneiras de vender seguros. Esse foi um dos assuntos discutidos ontem, 16 de setembro, no Insurance Summit Brazil 2020.

Para participarem do painel “Reinventando Distribuição: Novas Oportunidades e Modelos Emergentes da Pandemia”, foram convidados Thomaz Kastrup, advogado e parceiro da Mattos Filho; Stephanie Zalcman, diretora técnica da Wiz Soluções; Karine Brandão, diretora comercial Regional & Digital da Axa no Brasil; e Anna Carolina Mello, CUO da Argo Seguros.

Focando em ampliar sua distribuição, a Wiz Corporate passou a oferecer uma ferramenta voltada para Seguro Garantia Recursal 100% online. A plataforma Projeto Release Cash agrupa cinco serviços jurídicos em um formato único de contratação. Além disso, a companhia também adquiriu 40% da CMG, corretora do banco BMG, para aumentar a venda de apólices entre os correntistas da financeira. Para Stephanie, diversificar o portfólio da empresa auxilia na difusão da cultura de venda de seguros . “O consumidor está mais econômico, exigente e questionador, e a pandemia ressaltou isso. Outra grande mudança ocasionada pela covid-19 foi que pudemos acelerar processos que já estavam nos planos da organização. Precisamos focar em parcerias, pois o mundo hoje é globalizado e todos os mercados estão interligados”.

Segundo Karine, o setor deverá falar mais de oferta e menos de produto nos próximos anos, apostando no uso da Inteligência Artificial (IA) e outras tecnologias para ajudar os clientes a entenderem melhor as apólices. De acordo com a executiva, as API’s devem proporcionar uma oferta que faça mais sentido para o corretor e principalmente para o segurado. “Isso irá gerar um aumento na escalabilidade do negócio, oferecendo uma experiência universal para todos os players. A Axa tem investido em um canal de parceria com redes varejistas para alcançar um maior público e vender mais. Vivemos em uma economia colaborativa, e quem não entende esse conceito está perdendo a oportunidade de aumentar seu lucro”.

Kastrup acredita que a automação e a tecnologia orientadas por dados analíticos democratizam o acesso ao mercado, ajudando as seguradoras tradicionais a criarem plataformas diretas de distribuição, os famosos marketplaces, proporcionando uma economia de recursos e aumentando a vantagem competitiva perante a concorrência. “Para elaborar tudo isso, será necessária a readequação da área técnica das seguradoras e repassar informações mais transparentes para o cliente, que com a digitalização dos processos está se tornando cada vez mais multicanal. Acredito que o conceito da Resolução 382 é bom, só precisa de algumas readequações para que toda a indústria seja beneficiada”.

De acordo com Ana Carolina, a tendência não é apenas vender seguros pela internet, mas as seguradoras se tornarem organizações mais digitais para conquistarem novos clientes e quebrarem paradigmas de que o produto é muito complicado de se entender. “As pessoas estão mais focadas em planejar o seu futuro financeiro e irão buscar o seguro como uma fonte de receita alternativa. Todo mundo relaciona o digital com o fim da intermediação, mas isso não é verdade. Quando reformulamos os modelos de distribuição, essas parcerias entre segmentos se retroalimentam e desenvolvem novas oportunidades. Agora é a hora de evidenciarmos a nossa relevância para a sociedade”.

Nicole Fraga
Revista Apólice

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