Ultima atualização 15 de junho

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Seguro sob demanda muda relação com o consumidor

Segurados buscam no seguro sob demanda uma forma de economizar. Para as seguradoras, este pode ser o caminho para atrair uma nova parcela de clientes

Seguradoras buscam um novo nicho de consumidores para os produtos sob demanda. São pessoas que usam pouco os seus veículos, na maioria Há oito anos, em São Francisco (EUA) nascia a Metromile, uma seguradora cujo objetivo era vender apólices de acordo com o percurso percorrido pelos motoristas. Neste período a empresa criou uma comunidade leal de motoristas com seguro personalizado, mais justo e acessível. O seu funcionamento é baseado em machine learning e design centrado no cliente. Nos Estados Unidos, o mercado de seguro de automóvel atinge a marca de US$ 280 bilhões.


Rick Chen, porta-voz da Metromile, conta que a empresa faturou em 2019 US$ 100 milhões. O perfil de seus clientes é o mais diverso possível. “São moradores de cidades grandes, pessoas ambientalmente conscientes, aposentados, pessoas que moram fora da cidade e pessoas que trabalham em casa e têm idades entre os 20 e os mais de 90 anos. Garantimos todos os tipos de carros: os clientes dirigem de tudo, de BMWs a Hondas e Teslas; notavelmente, o número de teslas que seguramos cresceu 200% no ano passado”, enumera.
Em alguns dos mercados onde a empresa atua nos Estados Unidos, ela fica entre as cinco maiores seguradoras. “Muitos novos clientes vêm de grandes seguradoras, incluindo Allstate, Esurance, Farmers, Geico, Progressive, State Farm e outros”, comemora Chen.
Segundo o executivo o americano médio dirige cerca de 60 quilômetros por dia, o que é considerado baixa quilometragem para o mercado de seguros local. “Nossos motoristas tendem a dirigir menos e, como resultado, tendem a economizar mais com nossos preços de pagamento por milha. Nossos clientes economizam US$ 741 por ano, em média, mudando para o Metromile”.


Hoje, a empresa é a única companhia de seguros nos EUA que é totalmente paga por milha. “Começamos a empresa porque achamos que as pessoas não deveriam pagar muito pelo seguro de carro, principalmente porque a maioria dos americanos não dirige muito. Achamos que esse sistema de precificação é importante porque oferece aos motoristas o controle sobre quanto eles querem pagar pelo seguro de carro”.
Os índices de satisfação dos clientes pode ser medido pela taxa de renovação das apólices, que podem ter prazo a partir de seis meses. “Nossos índices de satisfação do cliente são quase “perfeitos”, consistentemente entre 9,4 e 9,6 em uma escala de 10 pontos. Três em cada quatro clientes do Metromile usam nosso aplicativo móvel pelo menos uma vez por semana, usando recursos gratuitos, como localizador de carros, ferramenta de análise da saúde do carro, planejadores de gás e viagens e alertas de passagens de rua”, destaca Chen.

Rick Chen, da Metromile
Rick Chen, da Metromile


O que atrai os consumidores é a possibilidade de economia que um seguro intermitente proporciona. Seu potencial também pode ser grande. A empresa não divulga a quantidade de clientes que possui em números absolutos. Prefere mostrar seus números de outra forma. Ela emprega mais de 300 funcionários em Boston, São Francisco e Tempe, Arizona. Levantou US$ 293 milhões em financiamento privado até o momento, com a participação das principais companhias de seguros, incluindo AmTrust Financial Services, China Pacific Insurance Company, Intact Financial, Mitsui & Co. e Tokio Marine.
Está licenciada em todo o país e atualmente vende apólices nos estados do Arizona, Califórnia, Illinois, Nova Jersey, Oregon, Pensilvânia, Virgínia e Washington.


Experiência nacional
Em agosto de 2019, a Susep aprovou a regulamentação dos seguros intermitentes. Isso possibilitou às seguradoras oferecerem apólices de seguros acionadas de acordo com a conveniência do consumidor.
Desde então, duas experiências surgiram no mercado. A primeira, a Thinkseg, que atua com um produto Pay Per Use em parceria com a seguradora Generali, que parou de comercializar produtos tradicionais de automóveis em maio deste ano. O serviço funciona com o pagamento de uma assinatura mensal (o equivalente a 40-50% do valor de um seguro) acrescida de alguns centavos por quilômetro rodado. O produto é comercializado exclusivamente por meio eletrônico.
“O valor dinâmico do prêmio é relacionado à utilização do carro, por isso, estamos observando um grande interesse dos clientes com a pandemia de covid-19. Houve um crescimento de 15 a 20% a cada mês, mesmo diante da queda de cerca de 50% da procura do seguro de carro no Google. Este seguro é pensado para quem dirige pouco e bem. Para oferecer esta personalização, os dados do motorista são analisados por inteligência artificial por meio de um aplicativo”, declara Michelle Cherubini, Diretor de Marketing e Estratégia da Generali.
Para os corretores de seguros poderem atender os seus clientes, a Argo elaborou um produto sob demanda para cobrir deslocamentos específicos. O seguro cobre perda total em todo o trajeto da viagem especificadas pelo consumidor no aplicativo, além de parte do perímetro urbano, por 24h.
“Nosso foco são os veículos com valor de mercado até 30 mil reais e que ainda não tem seguro por conta do preço. Como o Instant é um produto ‘pay per use’ (pago por uso), seu custo é muito mais baixo se comparado a um seguro Auto tradicional”, explica Newton Queiroz, CEO e presidente da Argo Seguros.

Newton Queiroz, da Argo


A contratação é feita pelo corretor de seguros, que cadastra o cliente em um aplicativo especialmente desenvolvido para funcionar como uma carteira digital, onde será possível acessar os créditos, ativar o período de cobertura, obter dados da apólice e pontos de contato.
O processo de contratação é simples e intuitivo, de forma que a jornada de compra do seguro ofereça a melhor experiência possível ao segurado. Um bom exemplo é a vistoria digital do veículo.

Kelly Lubiato
Revista Apólice

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