Seguindo a lógica do conceito de que as seguradoras “tomam” riscos, precisamos entender um pouco do processo evolutivo do mercado financeiro e de seguros para que consigamos demonstrar para as empresas o que exatamente estão segurando e quais os termos, condições e preços mais adequados para cada um desses riscos.
Após muitos anos de especulação e altos ganhos financeiros, a entrada em vigor do Plano Real (1994) diminuiu consideravelmente o percentual dos ganhos financeiros que as empresas obtinham com aplicações diárias. Além disso, em 2007 a Lei Complementar 126/07 decretou o término do monopólio de resseguros no Brasil, restrito até então ao Instituto de Resseguros do Brasil (IRB).
Podemos considerar também o fim do monopólio de resseguros, que garantiu às seguradoras a prerrogativa de uma análise mais detalhada dos riscos e, por consequência, a não aceitação de alguns deles, uma vez que não mais havia o apoio irrestrito de uma única empresa.
Com isso, a necessidade de informações sobre o risco tornou-se crucial, não só para a obtenção de uma proposta de seguro adequada, mas, mais importante que isso, para aceitação do perigo. Certo que o número de informações necessárias e a qualidade das mesmas têm aumentado com o decorrer do tempo, sendo justamente essa adequação de mercado o que tem trazido um conhecimento importante às seguradoras para adequação das propostas de seguro, frente à categorização dos riscos.
Portanto, as companhias devem ter a consciência de que a precisão e o detalhamento das informações do risco são absolutamente importantes e necessários para obtenção de uma proposta de seguros adequada.
Empresas de capital nacional e familiar, que na ausência de um Risk Manager não têm o hábito de fornecer um leque tão amplo com tanta precisão de informações sobre sua operação e atividade, por exemplo, precisam se adequar a essa realidade exatamente para a mitigação dos riscos. Ao ceder informações incompletas é inevitável que ocorra perdas no caso de sinistros.
Entender corretamente dos perigos nas organizações permite que as seguradoras trabalhem de forma assertiva para reduzir sinistros e, como consequência, minimizar os prêmios de seguros. Isso contribui para que gastos desnecessários com seguros dos quais a empresa não precisa sejam evitados, além de garantir que os negócios estarão protegidos com as coberturas certas para cada necessidade.
*Gilberto Reina é superintendente de Corporate da Marsh Brasil