Ainda é pequena a parcela de brasileiros que se preocupam em fazer algum tipo de seguro antes de sofrer um sinistro. A verdade é que ninguém gosta de pensar no pior ou que algum acontecimento infeliz poderá acontecer. Porém, seguros de proteção pessoal, residencial e automóvel são fundamentais nos dias de hoje com o cenário crescente de roubos e desemprego e devem ser inseridos no planejamento financeiro de qualquer família.
Segundo dados recentes apontados pela FenaPrevi, em 2018 as contratações de seguros para proteção pessoal (seguro de vida, seguro de acidentes pessoais, prestamista, entre outras modalidades) somaram R$41,4 bilhões. Esse valor é 9,4% maior aos R$37,9 bilhões registrados em 2017.
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No mesmo período as indenizações pagas pelas seguradoras totalizaram R$9 bilhões contra R$8,7 bilhões em 2017. “Os seguros de pessoas são instrumentos importantes de proteção social e ajudam a preservar as conquistas materiais e financeiras das famílias”, diz Jorge Nasser, presidente da entidade.
O seguro de vida é o que mais registrou procura dentro dessa modalidade de produto e esteve entre as coberturas mais contratadas com 39% dos prêmios arrecadados (valor pago pelos segurados para contratar a proteção dos seguros). Na categoria vida individual os prêmios foram de R$3,5 bilhões, alta de 24% em comparação aos R$2,8 bilhões de 2017. Já o seguro de vida em grupo movimentou R$11,5 bilhões no ano passado, resultado 6% superior aos R$10,9 bilhões em 2017.
“A cada dia que passa os seguros pessoais crescem. A nova geração de consumidores tem uma percepção melhor da grande necessidade de se obter um seguro deste tipo. A preocupação na busca por seguros aumenta principalmente após o casamento e nascimento do primeiro filho. Atualmente, com o grande índice de violência urbana, surgimento de novas doenças, acidentes de trânsito e de trabalho, as pessoas sentem uma necessidade maior em se obter uma proteção financeira que resguarde contra riscos de acidentes, invalidez, doenças e até mesmo contra a morte”, avalia Henrique Mol, diretor executivo da rede de franquias Quisto Corretora de Seguros.
Mol pontua que há uma demanda maior por seguros de proteção pessoal nos meses de outubro e novembro devido ao grande apelo para as campanhas do “Outubro Rosa” e “Novembro Azul”, no qual as seguradoras criam campanhas de vendas para produtos de vida personalizados para homens e mulheres incluindo coberturas específicas para doenças como câncer de mama e de próstata.
Com o desemprego de mais de 13 milhões de brasileiros, o diretor executivo acredita que esse fato tem impulsionado a procura por seguros de proteção pessoal, pois as pessoas teriam medo de ficarem desamparadas. “O desemprego é um “fantasma” que preocupa diariamente milhões de trabalhadores brasileiros. Atualmente, temos vários produtos que garantem indenizações em caso de desemprego, o que faz com que as pessoas se sintam atraídas pelos mesmos. O valor do seguro é tão pequeno se levarmos em conta que é possível deixar garantias de que a família se reestruturará em eventuais dívidas em caso de morte do beneficiário”, afirma.
O número alarmante de mortes por acidente no início deste ano despertou o interesse das pessoas em contratarem o seguro de vida. “Trata-se de uma forma de garantir que a família do segurado tenha apoio financeiro para se restabelecer, em casos de uma fatalidade. É uma forma de proteger a família e trazer mais tranquilidade. Inclusive, o próprio segurado poderá receber indenização em caso de invalidez ocasionada por acidente ou doença. Claro, que ninguém gosta de ficar imaginando algo do tipo, porém fatalidades podem acontecer e ter a consciência desse tipo de proteção traz mais segurança para que o cônjuge e os filhos não tenham preocupação financeira”, avalia Mol.
Alta expressiva
Assim como o seguro de vida, o seguro prestamista (que cobre o pagamento de prestações de compras no varejo no caso de morte, invalidez ou perda involuntária do emprego do titular da apólice) e que representa 30% do setor também apresentou evolução. A modalidade movimentou R$11,3 bilhões no ano passado, resultado 19% maior ao alcançado em 2017 quando registrou R$9,5 bilhões.
Já o seguro de acidentes pessoais teve a terceira maior representatividade do total de prêmios (15%) somando R$5,6 bilhões, enquanto que em 2017 o acumulado foi de R$5,3 bilhões.
O seguro auxílio funeral também esteve entre os seguros mais procurados. Durante o ano de 2018 os prêmios foram de R$602,2 milhões com alta de 10,4%. No ano anterior, os prêmios foram de R$ 545,3 milhões.