Ultima atualização 29 de setembro

A tecnologia do presente prepara o futuro da corretagem

Insurtechs nascem para ajudar o ecossistema segurador a ser mais eficiente e o corretor precisa entender o que elas podem oferecer a seu favor

Conec 2018 – Infiltrada em todos os ambientes de comunicação, a tecnologia evoluiu rapidamente nos últimos anos. Neste cenário surgiram as insurtechs, empresas que atuam no desenvolvimento de sistemas para o mercado de seguros. Essas companhias nasceram com o intuito de ajudar o ecossistema segurador a ser mais eficiente e moderno, mas muitas pessoas que atuam no segmento – sobretudo os corretores – ainda olham para essas empresas com preocupação e medo.

Embora receosos, os profissionais precisam entender o que a tecnologia pode oferecer a seu favor. “Isso não significa saber linguagens técnicas de programação. Significa saber mais do que a maioria das pessoas sabe. Você não precisa se tornar especialista, mas ir mais fundo no assunto”, disse Omar Ajame, CEO da TEx. Para quem afirma que a tecnologia vai dar fim ao corretor, o aviso é claro: o ritmo de inovação deve acelerar ainda mais e o mundo continuará cheio de oportunidades para quem se preparar.

“Tudo acontece em nível ágil. O consumidor está cada vez mais exigente, impaciente e acostumado a ser atendido na hora e com precisão pelo que deseja”, afirmou o executivo. O segredo é estar presente onde o cliente está e atendê-lo com agilidade e velocidade, analisar o que falta no mercado, o que o corretor precisa para ser mais produtivo e o que pode ajudar o segurado a ser melhor atendido. “Prosperamos quando focamos nisso. A tecnologia é aliada, mas precisa ser entendida”, elucidou Ajame.

Como nascem as startups

É inegável que as insurtechs, assim como as fintechs, startups e grandes empresas de tecnologia, facilitam o dia a dia dos agentes do setor e proporcionam mobilidade na resolução de problemas. Contudo, seu ingresso no mercado de seguros não é tão simples. “São empresas pequenas, ágeis, com alto conhecimento tenológico e boas ideias para que possamos evoluir, mas que esbarram em um desafio ao apresentar suas soluções”, explicou Eduardo Weber, superintendente executivo da Porto Seguro.

Com o objetivo de facilitar esse trabalho, foram criadas as aceleradoras. Por meio delas, as startups recebem suporte e investimento para viabilizar seus projetos, além de mentoria e orientação para crescer. Na Porto Seguro, esse auxílio é feito através da Oxigênio Aceleradora, que não só apresenta essas empresas aos executivos da companhia como também as necessidades de melhorias da seguradora. A Oxigênio soma, até agora, 112 projetos e 30 startups aceleradas.

“Quando o corretor tem um seguradora redonda, que mantém tudo em ordem, ele tem mais tempo para fazer o que realmente deve ser feito: o trabalho de consultoria, de visita aos clientes. Isso só é possível graças ao trabalho das insurtechs no mercado. As relações entre as pessoas nunca vai sumir. O corretor é para uma vida inteira. Nosso pedido é que vocês continuem acompanhando as evoluções tecnológicas, porque novas insurtechs vão surgir”, declarou Weber.

Os números da economia digital

O Brasil ocupa a quarta posição no ranking mundial de usuários de internet, com cerca de 139 milhões de pessoas. No comércio eletrônico, soma 55 milhões de clientes que movimentaram R$ 47 bilhões em 2017 – a previsão é que o valor salte para R$ 53,5 bilhões ainda este ano. No cross-border (comércio feito entre fronteiras de países), já chega a 22,4 milhões o número de pessoas que compram em sites internacionais, como AliExpress, e a estimativa é que as vendas no varejo mundial ultrapassem os US$ 4 trilhões até 2020.

Os números foram apresentados por Robson Machado, membro do Comitê Insurtechs da Câmara-e.net, que até dezembro de 2017 havia mapeado 78 insurtechs (64% delas B2B, 28% B2C e 8% B2B2C). No mundo todo, a quantidade de insurtechs chegam a 1.500, movimentando aproximadamente Us$ 19 milhões.

Se por um lado a tecnologia rompe padrões – o que não vem sendo feito de forma suave -, também é importante frisar que ela, por si só, não é disruptiva.

“Nenhuma empresa foi morta por causa da tecnologia. Elas morreram porque deixaram de antecipar o que os seus consumidores queriam. O momento pede que os corretores estabeleçam parceria com as insurtechs. Essa associação talvez seja a maior oportunidade do mercado”

Robson Machado

O que as seguradoras esperam das insurtechs

As seguradoras investem cifras milionárias para auxiliar os corretores no processo de inserção digital, mas encontram dificuldade para conversar com os envolvidos no setor. “A integração é complexa e as insurtechs podem vir com soluções para que essa engrenagem seja colocada para frente”, opinou Wilson Leal, CIO da Tokio Marine.

O executivo, que se mostrou disposto a entender as soluções apresentadas pelas insurtechs, falou sobre o que as seguradoras esperam das insurtechs, de fato. “Esperamos que elas nos ajudem a mudar a percepção do brasileiro sobre o seguro e atingir um mercado ainda inexplorado. Que automatizem processos das seguradoras e dos corretores e que ajudem na diversificação da carteira, na resolução de desafios e na alavancagem de vendas. Que insira o corretor no mundo digital e que atenda o cliente em qualquer canal. Juntos, somos mais digitais”, declarou Leal.

O corretor do futuro

É preciso viver fora da zona de conforto em um mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo. Como as pessoas continuarão fazendo a diferença neste cenário? “Não podemos perder a essência do seguro, que é atender o cliente. Transmitimos segurança e tranquilidade ao segurado. Quando perdemos isso, perdemos nosso propósito. Vamos interagir, colaborar e levar para a rua o que o cliente pede”, aconselhou André Lauzana, VP Comercial da SulAmérica, que também pediu mais intensidade do mercado na apresentação de ofertas completas, na realização de cross selling e na gestão de carteira de clientes com prestação de serviço.

Lívia Sousa
Revista Apólice

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