A Academia Nacional de Seguros e Previdência (ANSP) promoveu uma discussão sobre o programa “Atuação Responsável” de gerenciamento de riscos e seguros na indústria química em mais um Café com Seguro. O evento teve a participação da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) e também abordou o impacto na subscrição de seguros.
Edmur de Almeida, um dos coordenadores e mediador da programação, explica que o objetivo do evento foi “estabelecer um diálogo mais próximo entre o cliente, as seguradoras e as resseguradoras, de forma a ter uma qualidade melhor de informação e um nível maior de aceitação desses riscos”.
Representando o presidente da Academia, João Marcelo dos Santos, o diretor de Comunicação, Rafael Ribeiro do Valle, abriu o evento apresentando as pautas do dia. Em nome da Abiquim, a diretora Andrea Carla também esteve presente e agradeceu a presença de todos os presentes.
Luiz Macoto, engenheiro eletricista e subscritor de seguro e resseguro, apresentou, no primeiro painel, os pontos de principal atenção na precificação, os players do mercado e os princípios, a prática da subscrição de riscos e sugeriu uma agenda de solução para os atuais problemas enfrentados pela indústria química ao contratar seguros. “Precisamos envolver os players, entender os vários pontos de vista e necessidades, discutir possíveis alternativas e implantar a solução e acompanhar”, afirma.
Marcos Lucio expôs uma nova visão nas negociações de grandes riscos. Segundo ele, é preciso haver relações lineares entre diferentes setores econômicos, como o químico e o de seguros e, assim, “gerar boas oportunidades para ambos os lados. Caso contrário, a tendência é que tudo comece a, paulatinamente, deteriorar-se”, opina.
O Programa de Atuação Responsável foi o foco do terceiro painel, com a participação de Yáskara Barrilli, engenheira na Abiquim. O projeto se utiliza de uma gestão de riscos e comunicação entre as partes para que haja benefícios a todos. “Engloba a segurança de processo, a saúde dos envolvidos, o impacto ao meio ambiente, a segurança do trabalho e a gestão do produto”, explica.
O gerente de Segurança e Processo, George André Tonini, falou sobre a gestão em HSE e gerenciamento de riscos. Para o palestrante, para a indústria química ser um negócio sustentável, é preciso produzir de forma segura, o que se dá a partir de uma gestão em HSE adequada, com ênfase na prevenção de riscos, ou controle com vista à redução da frequência de possíveis sinistros. “Ser sustentável em relação à segurança é chamativo e necessário”, aponta.
Através de um histórico e mudanças no decorre do tempo, Samuel Sitnoveter, engenheiro químico e corretor de seguros, abordou no último painel a visão do profissional especializado sobre os seguros no setor químico. “A indústria química é um risco declinável e tem sido muito difícil a colocação do seguro, ainda mais se houver sinistro”, conclui.
Ao final, Edmur de Almeida consolidou a proposição de uma agenda positiva, calcada em três pilares: (i) apresentação do programa de Atuação Responsável a Fenseg e Fenaber; (ii) formulação de um padrão de informações sobre as características do risco da indústria química, desenhado por todos os players: segurado, corretor, seguradora e ressegurador; e (iii) apresentação do programa para turmas de MBAs de Gerenciamento de Riscos e Seguros da Escola Nacional de Seguros.
A programação foi organizada e dirigida por Edmur de Almeida, Diretor de Fóruns Acadêmicos da ANSP, Marcos Lucio de Moura e Souza, Coordenador da Cátedra de Gerência de Riscos, e Roberto Gomes da Rocha Azevedo, coordenador da Cátedra de Resseguro.