Ultima atualização 20 de abril

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Segurança das empresas brasileiras é falha

72% das companhias tem um plano de emergência preventivo. Desse número, apenas 52% treina funcionários para situações adversas

Uma pesquisa recente realizada pela consultoria de gestão de operações em segurança ICTS Security apresentou o panorama das empresas nas questões relacionadas à segurança corporativa. O levantamento conversou com 105 companhias brasileiras, sendo 79% de grande porte. Embora grande parte delas tenha um sistema de segurança em funcionamento, não há um planejamento que o torne eficaz.

Ellen Pompeu

Em caso de fatores externos, cuja ocorrência foge ao controle das empresas, 72% das companhias ouvidas afirmam ter um plano de emergência preventivo, porém apenas 52% treinam seus colaboradores de acordo com as diretrizes do plano de emergência. “A grande maioria das empresas conta com uma área de segurança, mas isso fica voltado para contratos relacionados às questões de inserção de câmeras e portarias”, diz Ellen Pompeu, sócia-diretora da ICTS Security. “Com isso, elas não dão suporte em relação à estratégia geral de proteção, visam apenas questões básicas e não contam com uma consultoria que incorpore a estratégia para a gestão da segurança”, afirma.

Base estruturada, mas nem tanto

O levantamento revelou que 92% das organizações possui uma área de segurança estruturada, e 84% define orçamentos anuais para a o setor, porém a falta de estratégia e de comunicação tornam pouco efetivos os resultados dos investimentos.  O estudo ainda mostra que os riscos não são tratados da maneira correta, as iniciativas que permeiam a segurança devem envolver a avaliação e os riscos de cada empresa, papel este que é desenvolvido por empresas especializadas em gestão de segurança, mas apenas 50% das operações ouvidas contam com esse suporte. Mesmo neste cenário de proteção física mediana, o mercado de seguros ainda possui uma baixa penetração, principalmente quando se trata de pequenas e médias empresas.

Sidney Cezarino

Mais do seguro

De acordo com dados da CNseg, o mercado de seguro empresarial teve uma estagnação em 2017. No comparativo com 2016, o crescimento foi de apenas 0,1%, com o arrecadamento ficando em R$ 2,1 milhões. Para o  diretor de Property, Riscos de Engenharia e Energy da Tokio Marine, Sidney Cezarino, “existem fatores que podem impactar na venda do seguro. Além da falta de conhecimento dos empresários a respeito da importância da proteção de seu patrimônio, o cenário econômico pode influenciar a redução de investimentos e até corte de custos, o que termina afetando a decisão de compra do produto”.

De acordo com o Empresômetro, existem mais de 20 milhões de empresas ativas no Brasil. Com isso, as coberturas para este tipo de produto devem ser abrangentes. “A empresa precisa se preocupar com três tipos de proteção: bens materiais – ao se proteger contra acontecimentos como incêndio, alagamento, danos elétricos, roubo e furto, afetando tanto a estrutura física da empresa como também a integridade das mercadorias; responsabilidade civil – referente à danos causados acidental e involuntariamente a terceiros; e a proteção da equipe – incluindo seguro de vida, de acidentes pessoais e de saúde”, aponta a executiva da ICTS Security.

Michele Alves

De acordo com Michele Alves, gerente de Vendas e Marketing da Bidu Corretora, no Brasil a maioria das PME, que representam uma grande fatia do empresariado brasileiro, não têm qualquer tipo de seguro empresarial porque não conhecem os produtos disponíveis e a proteção que eles podem oferecer. “O desafio é disseminar conhecimento sobre esse tipo de seguro e as diferentes opções disponíveis no mercado, orientando o cliente sobre a melhor opção para o seu caso, levando em conta as necessidades e possibilidades de sua empresa”, declara.

O estudo sinaliza que as tendências em segurança corporativa para curto prazo são segurança da informação, integração dos sistemas e vídeo análise, além de assuntos regulatórios. Já para médio e longo prazos foram apontados a terceirização da segurança, a internalização de ações de equipes terceirizadas e a substituição de pessoas por tecnologia.

Maike Silva
Revista Apólice

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