Com um movimento anual de cerca de R$ 3 milhões por ano, o mercado de seguros de transporte é um dos mais concentrados do País. As cinco maiores empresas do ramo acumulam 45% do total da receita. Apenas 30 possuem um faturamento maior que R$ 1 milhão por ano.
Os dados foram trazidos na Carta de Conjuntura do Sindicato dos Corretores no Estado de São Paulo (Sincor-SP) de março. De acordo com o documento, que faz uma avaliação do mercado de corretagem no cenário econômico, o serviço está diretamente ligado ao crescimento da economia, e consiste na proteção e no suporte à circulação de produtos e bens, tanto nacionalmente como internacionalmente.
Na avaliação da Comissão de Transporte e Cascos Marítimos do Sindicato, o principal desafio é tornar o mercado acessível a uma quantidade maior de corretores de seguros, pois hoje eles encontram uma barreira comercial proporcionada pela verticalização do setor por quem opera a carteira. “A falta de condições comerciais impede que pequenos ou novos corretores consigam oferecer condições competitivas, visando a captação de clientes desse segmento e seu desenvolvimento. Contudo, a área é extremamente promissora”, comenta o presidente da entidade, Alexandre Camillo.
Para o coordenador da Comissão, Ricardo Labatut, as seguradoras devem objetivar os riscos, e não precificar o seguro em função do tamanho ou volume de produção do corretor. “Os critérios de gerenciamento de riscos e de tarifação não podem ser avaliados com base nestes parâmetros. Essa ação, se colocada em prática, permitirá uma melhor distribuição do mercado, alcançando um maior número de corretores motivados a ingressar no segmento”, diz.
Ainda na avaliação da Comissão, a mudança em algumas normas e regras de resseguros fomentariam o enriquecimento do mercado.
Recuperação
O Sincor-SP divulgou os números mais recentes do mercado de seguros. Até março, a receita de seguros de ramos elementares (sem DPVAT) cresceu 7%, enquanto o seguro de pessoas, 13%. Já a receita do mercado de capitalização avançou 7%, após dois anos de queda consecutiva. Em todos os casos, os valores superam as taxas de inflação previstas para 2018, que se situam abaixo de 3% ao ano.
O lucro acumulado das seguradoras também dá sinais de crescimento, revertendo a queda registrada nos últimos dois anos. O Sindicato ressalta, porém, que o resultado ainda contempla apenas um trimestre.
Na percepção de Camillo, que assume um novo mandato à frente do Sincor-SP, existe uma visão otimista do mercado para investimentos no setor de seguros. “No Sincor-SP, a palavra de ordem da nova gestão é eficiência, para garantir que o corretor de seguros possa desenvolver seu negócio neste cenário cada vez mais propício”, declara.