A obesidade é um dos principais fatores de risco para a saúde na vida moderna. Está relacionada a doenças cardiovasculares, osteomusculares, diabetes e até alguns tipos de câncer, como o de mama e de intestino. As organizações de saúde ao redor do mundo estão obtendo sucesso no combate a outros fatores de risco, como o tabagismo, mas os índices de obesidade não param de crescer.
A consultoria e corretora de seguros Aon realizou um estudo com 54 mil funcionários de 52 empresas no Brasil e descobriu que 52% estão acima do peso. O sedentarismo é uma das principais causas. 72% desses trabalhadores disseram que raramente praticam atividade física ou fazem apenas 1 a 2 horas de exercício por semana.
“A obesidade é um resultado de dois fatores: alimentação excessiva e atividade física deficiente. Esses são problemas muito difíceis de resolver atualmente”, explica Rodolfo Milani, consultor médico da corretora no Brasil e Professor Colaborador da USP. “O corpo humano foi desenhado biologicamente para sobreviver à carência de alimentos, poupando nutrientes, calorias e energia. Na vida moderna não temos mais essa escassez, temos abundância. Além disso, o corpo foi feito para a prática de exercício físico, não para o sedentarismo, mas nossos hábitos estão cada vez mais sedentários”.
Assistência médica e obesidade
A companhia avaliou os impactos da obesidade no custo de assistência médica e constatou que pessoas com Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 30 (consideradas obesas), gastam, em média, 3 a 4 vezes mais com saúde. Na hora de renegociar os contratos com os planos de saúde, as empresas pagam por esse gasto extra. Se a taxa de sinistralidade estiver acima de 100%, o valor com certeza será reajustado para cima.
“O contrário também acontece”, afirma Rodolfo. “Muitas empresas criam programas de prevenção para melhorar a saúde dos funcionários e observam quedas nos custos de saúde, quando a utilização dos planos diminui”, explica.
Para o consultor médico da Aon, é fundamental promover a saúde e o bem-estar dentro das empresas. “As companhias podem estimular os funcionários a ter uma vida mais saudável por meio de programas de detecção de doenças, programas educacionais, entre outros. Definitivamente vale a pena”, acredita.