Ultima atualização 12 de maio

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A previdência privada como um caminho para a geração Y

Ao redor do mundo, os componentes da geração Y têm em comum a conectividade, mas muitas diferenças surgem quando se fala de saúde financeira

moedinhas mão

Uma pesquisa de 2014 da Pew Research Center, de Washington, nos EUA, divulgou algumas constatações sobre jovens de 18 a 33 anos, a chamada geração Y e como é o comportamento desses americanos em relação a poupar, pensar no futuro e na aposentadoria. Por lá, alguns dados observados foram:

  • Eles têm pouca confiança social – ou seja, eles não são tão confiantes com pessoas desconhecidas ou instituições como os indivíduos de gerações anteriores. O outro lado dessa moeda é que os amigos são muito importantes para eles.
  • Eles têm mais débitos graças a maiores empréstimos estudantis e rendas e riquezas mais baixas graças às taxas de desemprego.
  • Eles são educados – a geração Y tem mais componentes com níveis educacionais melhores
  • Eles são “nativos digitais” – ou seja, pessoas que nunca tiveram que se adaptar a grandes inovações digitais e tecnológicas como aquelas que nasceram em épocas pré-internet ou pré-smartphone.

Por outro lado, um relatório da Transamérica Retirement Center, também feito em 2014, apresentou essas características sobre a geração Y:

  • 70% deles já guardam dinheiro para a aposentadoria e começam a poupar, em média, aos 22 anos.
  • 76% dos entrevistados disseram que benefícios de aposentadoria oferecidos por um possível empregador são fatores decisivos para aceitar ou não uma oferta de emprego.

A conclusão mais simples a qual pesquisadores chegaram é: se agarrar à tecnologia para atender às necessidades dessa geração.
Trazendo essa realidade ao Brasil, as coisas são bastante diferentes, conforme aponta Sandro Bonfim, superintendente de produto da Brasilprev, explica que certamente “não temos essa consciência percentual” na geração Y do País por razões culturais e econômicas. Tanto por parte dos jovens quanto do empresariado, já quem são poucas as empresas, especialmente as de médio e pequeno porte, que oferecem benefícios como Previdência Privada, apesar de saberem que existe grande interesse por parte dos candidatos às vagas.

Para o executivo, existem dois caminhos para educação financeira: informação e exemplos. “No Brasil, começamos a poupar mais tarde, geralmente depois de graduados ou de casados”, conta Bonfim. O executivo afirma que dentro da carteira de previdência da Brasilprev os componentes da Geração Y que têm algum tipo de produto de previdência estão lá porque foram seus pais ou responsáveis que começaram a poupar por eles desde cedo. “Além de uma espécie de poupança para financiar os estudos futuramente, muitos fazem esses aportes como uma forma de educação financeira. Os que recebem esse tipo de educação desde o berço, normalmente, continuam poupando, mas essa ainda não é uma parcela representativa da população”, afirma.

Os canais de distribuição, portanto, devem ficar atentos a essa possibilidade. observando suas carteiras e oferecendo esse tipo de produto para essa população, que sentirá falta se não investir antes, mas muitas vezes desconhece as possibilidades. Mesmo que saibam da existência desses produtos, às vezes acreditam que não cabem no seu bolso, o que nem sempre é verdade, já que muitas companhias oferecem previdência privada com um ticket médio bastante baixo e que se acumulará garantindo um futuro mais seguro.

“As pessoas não conseguem vislumbrar as vantagens de poupar mais cedo. Se alguém poupa do 0 aos 60 anos, 20% do montante final é a contribuição, os outros 80% são só de rentabilidade. Começando a poupar apenas aos 45 anos, 70% será o valor da contribuição, dinheiro que saiu do bolso”, esclarece o executivo.

Explicar isso aos clientes em potencial pode mudar a percepção que eles têm, tornando-os mais conscientes e menos imediatistas. Aumentando a carteira dos canais de distribuição e contribuindo para uma população mais saudável financeiramente. “Se olharmos de 2000 pra cá, evoluímos muito. As prováveis reformas da previdência social, com menos condições do governo de prover uma aposentadoria fazem com que essa preocupação aumente gradativamente”, afirma Sandro Bonfim.

Embora o termo Geração Y seja usado de maneira global, há muitas nuances entre os jovens de diferentes culturas e a relação com o futuro talvez seja a principal delas. Mas a pesquisa da Pew Research é certeira em um ponto: a geração que já nasceu conectada contará com as informações digitais, conseguidas nas redes e apresentadas de maneira prática para aprender sobre responsabilidade financeira e, além de serem potenciais clientes, ajudarem a mudar a relação do povo brasileiro com o dinheiro.
Amanda Cruz
Revista Apólice

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