Brasileiros, com razão, estão bastante apreensivos com o atual quadro epidemiológico, preocupação partilhada pelas afiliadas à FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar) – entidade representativa de operadoras de planos e seguros de assistência à saúde –, que estão empenhadas em assegurar aos beneficiários o atendimento adequado para diagnóstico e tratamento do Zika Vírus, respeitando os critérios da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). As ações das associadas à Federação incluem o mapeamento e a mobilização de toda a rede de atendimento. Além disso, auxiliam os órgãos de saúde na identificação de pessoas que tenham sido internadas com suspeita ou confirmação da enfermidade.
A FenaSaúde participou ativamente no debate sobre Resolução Normativa (RN) da ANS que definirá o protocolo de solicitação para o exame de diagnóstico do Zika Vírus. O objetivo é atender os pacientes nos casos cientificamente indicados e seguindo os critérios estipulados, a fim de maximizar resultados e evitar desperdícios.
“Atualmente com 40% do total de beneficiários de seguros e planos no país, as afiliadas à FenaSaúde já estão promovendo as ações necessárias para cumprir a norma da ANS, oferecendo os melhores serviços que as configuram como operadoras de referência em qualidade para o mercado de Saúde Suplementar”, afirma Solange Beatriz Palheiro Mendes, Presidente da FenaSaúde.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) liberou, recentemente, alguns testes laboratoriais para o diagnóstico do Zika Vírus, que têm metodologias distintas: uns detectam a quantidade de anticorpos e outros a presença direta do vírus. Como todos os exames laboratoriais estão sujeitos a falhas, a melhor forma de evitar o erro é a indicação precisa – ou seja, o quadro clínico deve sugerir a doença, e o prazo de coleta tem que ser dentro do recomendado pelo fabricante.
Qualquer exame fora do período indicado acarretará, inevitavelmente, a elevação de resultados falsos (positivos ou negativos), prejudicando pacientes e o trabalho das equipes de saúde. Assim, é preciso seguir sempre protocolos e diretrizes dos órgãos de saúde a fim de dar atendimento efetivo ao público a ser definido. Vale ressaltar que os exames não estavam previstos inicialmente no Rol de coberturas obrigatórias. Consequentemente, representarão custos adicionais ao sistema de Saúde Suplementar.
Hoje, no país, circulam simultaneamente os vírus da Dengue, da Chikungunya e da Zika. Os quadros clínicos e meios de transmissão dessas enfermidades guardam similaridade e podem causar efeitos cruzados nos diagnósticos laboratoriais. Não há, ainda, terapia medicamentosa, vacina ou conduta clínica que previna a infecção pelo Zika Vírus. A única forma de combate, por ora, é a eliminação dos focos de procriação do mosquito, uma responsabilidade de toda sociedade.
Dados do Ministério da Saúde apontam que 85% dos focos são encontrados em residências particulares. Para contribuir com a disseminação de informação correta, a FenaSaúde está elaborando uma cartilha para esclarecer como identificar e eliminar esses criadouros. A publicação também tem como objetivo estimular gestantes a não deixar de fazer o pré-natal e seguir as recomendações médicas atuais.
Riscos do Zika Vírus para os bebês
A comunidade científica, assim como entidades do setor de saúde, está aprendendo diariamente sobre a dinâmica de infecção do Zika Vírus. Estudos vêm apontando risco médio de 1% de malformações neurológicas em fetos expostos à doença, o que pode ser significativo. Além disso, os quadros de paralisia flácida em crianças e adultos, conhecidos como Síndrome de Guillain-Barrè, vêm sendo relacionados a essa infecção.
Na maioria das vezes, é observado que o Zika Vírus é assintomático. Já quando há sintomas, os mais comuns são: febre, manchas avermelhadas pelo corpo, coceira generalizada e conjuntivite. Manifestações incomuns incluem dores articulares, musculares e cefaleia. Em geral, esses sinais são de curta duração, com variação de 3 a 5 dias nos casos sem complicações.
Infelizmente, segundo especialistas, não há ainda tratamento que previna ou impeça o desenvolvimento de malformações neurológicas em gestantes infectadas pelo Zika Vírus. Importante: os bebês que venham a apresentar Microcefalia associada à infecção – estando inclusos no plano materno ou outro – estarão cobertos para exames e procedimentos conforme determinam contratos e o Rol da ANS.
A conduta clínica e os procedimentos a serem adotados nessas situações são de responsabilidade da equipe médica de cada paciente. Por ocasião de bebês acometidos pela Microcefalia associada ao Zika Vírus, não há protocolo clínico de atendimento ou procedimento específico validado por associação médica ou órgão oficial de saúde. A FenaSaúde sempre estará à disposição para participar de discussões sobre o tema tão relevante para a sociedade brasileira.
K.L.
Revista Apólice