A integração da ACE Seguros com a Chubb caminha a passos largos. De acordo com o CEO da companhia no Brasil, Antonio Trindade, os legados das duas companhias são complementares. Depois de ter adquirido a unidade de Grandes Clientes Corporativos da Itaú Seguros, a ACE vinha atuando no Brasil como a maior companhia do mercado de Propriedade e Responsabilidade Civil – Property and Casualty (P&C), com uma produção voltada principalmente para as grandes empresas. O legado da Chubb, por outro lado, havia consolidado uma operação que se tornou modelo no médio mercado, suportada por uma ampla rede de corretores e parceiros de seguros. Assim, houve poucas sobreposições em termos de negócios e estrutura executiva.
O planejamento da integração começou logo após o anúncio da aquisição, em 1º de julho de 2015. “Desde esta época, o processo no Brasil foi liderado por mim, que estava à frente da ACE, e por Nivaldo Venturini, que comandava a Chubb. Aliás, desde o início eu e Nivaldo estabelecemos um ótimo relacionamento e hoje ele atua como COO, gerenciando o back office da companhia no Brasil. Na montagem da nova companhia, nós aproveitamos os melhores talentos das duas organizações por meio da criação de uma estrutura leve, com poucos níveis hierárquicos”, explica Trindade.
A união das duas companhias permitiu a criação da maior seguradora de propriedades e responsabilidades de capital aberto no Brasil e no mundo. No País, a nova Chubb atua com foco em todos os setores de seguros empresariais, considerando as grandes organizações, companhias com negócios multinacionais e médio mercado, além de indivíduos e famílias. “Por isso, o corretor e o parceiro de seguros hoje podem colocar toda a produção conosco, pois nós o apoiaremos no desenvolvimento de negócios com empresas de diferentes tamanhos. Se eles atuam no médio mercado, terão o nosso suporte para também se estabelecerem no segmento de grandes empresas e vice-versa”, garante Trindade.
A base de consumidores da nova Chubb é formada pelos clientes das duas companhias. Segundo o executivo, não há mudança de foco. “O que mudou é o fato de que a nova Chubb está capacitada para servir o cliente com um conjunto mais amplo de produtos – e que se tornará cada vez maior em função da grande sinergia obtida com a união das equipes”, adianta o CEO.
Sobre a estratégia comercial, Trindade explica que o número de corretores e parceiros praticamente dobrou com a fusão e há a intenção de ampliar ainda mais o total de profissionais com os quais se relacionam, a partir das 19 unidades que a nova Chubb dispõe em todo o território nacional. “Nós vamos investir nesses relacionamentos e ainda nas ferramentas de alta tecnologia que os parceiros já vinham utilizando para cotar, fechar negócios e administrar suas carteiras pela web. Eles estão notando que podem crescer conosco e nós com eles”, pontua.
A fusão entre as empresas está aguardando os processos junto às autoridades locais dos diferentes países, incluindo o Brasil. Com relação à integração entre as equipes, no último dia 3 de março cerca de 700 profissionais dos legados da ACE e da Chubb participaram de um evento de confraternização. O encontro ocorreu no auditório Teatro das Artes, em São Paulo, dentro do complexo onde também se situa o edifício Eldorado Business Tower, local escolhido para abrigar a matriz da nova Chubb e onde já se encontravam os profissionais da ACE. “Até o final do primeiro semestre, esperamos que as equipes que atuam nas sedes de ambas as empresas estejam integradas nos quatro andares do prédio. Nas filiais, as equipes já estão praticamente definidas, com integrantes das duas operações. Em toda a companhia, cada um dos pontos de contato com os corretores e parceiros já está capacitado para lidar com produtos e serviços dos dois legados. No aspecto formal, contudo, prosseguiremos utilizando até o final do ano as inscrições da ACE e da antiga Chubb no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica”, informa Trindade.
Kelly Lubiato
Revista Apólice