Especial Dia Internacional da Mulher – Mulheres e homens possuem habilidades diferentes, porém igualmente importantes para as empresas. No ambiente de trabalho, particularmente as mulheres, necessitam de condições que as possibilitem equilibrar os múltiplos papéis na vida pessoal ao longo de sua trajetória profissional. Um estudo da Mercer Marsh Benefícios, divisão de consultoria e gestão de benefícios da Marsh alerta para a importância de as empresas criarem um ambiente favorável em relação à saúde e equilíbrio de vida para a permanência das mulheres no mercado de trabalho.
De acordo com o estudo, realizado no Brasil junto a 267 empresas nacionais e multinacionais de grande e médio portes de 29 diferentes segmentos da economia, apenas 3% das empresas declaram possuir programa estruturado de berçário para mães com filhos recém-nascidos. No longo prazo, apenas 4% do total de empresas ouvidas no levantamento pretendem instalar berçários em suas dependências para garantir a proximidade entre mães e filhos na fase inicial da maternidade.
Para Mariana Dias Lucon, líder da área de consultoria e gestão atuarial da Mercer Marsh Benefícios e responsável pela pesquisa, um dos principais problemas está na falta de entendimento das empresas de que as diferentes fases da vida pessoal da mulher podem prejudicar a sua vida profissional. “Por isso, a questão da remuneração, desenvolvimento de carreira e em especial a saúde e o equilíbrio de vida, são pontos que devem estar na pauta dos gestores de recursos humanos daqui para frente”, afirma a especialista.
O universo das empresas que oferecem lactários também é pequeno no Brasil: apenas 7% possuem o espaço para as mães fazerem a coleta e conservação de leite materno no retorno ao trabalho e apenas 9% pretendem instalar um espaço do gênero no médio prazo.
De acordo com a pesquisa “Diversidade de Gênero e os Pilares da Saúde e Equilíbrio de Vida” da Mercer Marsh Benefícios™, também é baixo (23%) o número de empresas que fazem campanhas de pré-natal e pós-natal para suas colaboradoras. Por outro lado, é alta (73%) a percentagem daquelas que não têm plano de oferecer o benefício para o público feminino.
As iniciativas de extensão da licença maternidade (Programa Empresa Cidadã) também estão disponíveis num universo restrito de empresas. Segundo o levantamento, somente 30% das 267 ouvidas prorrogam o prazo da licença maternidade para suas colaboradoras e apenas 32% pretendem implantar a política no curto prazo.
Dependência química
Mas não são apenas as mulheres que sofrem com a falta de apoio das empresas em seus pacotes de benefícios. Os pacotes de benefícios para tratamento de dependência química entre os colaboradores, de ambos os sexos, também ainda são incipientes nas empresas. Apenas 8% das 267 empresas entrevistadas para a pesquisa da Mercer Marsh Benefícios™, possuem ações estruturadas e voltadas para casos de dependência química. No curto prazo (9%) e médio prazo (30%) das companhias devem implantar iniciativas para enfrentar o problema. Por outro lado, 76% ainda não possuem um planejamento.
Saúde mental
É baixo também o índice de empresas com programas voltados para tratamento da saúde mental de seus funcionários. De acordo o levantamento da consultoria, das 267 empresas somente 18% investem em iniciativas visando prevenção e tratamento de transtornos mentais entre os colaboradores. E 46% não possuem um planejamento para enfrentar este problema.
Das companhias que possuem alguma iniciativa do gênero, 54% realizam palestras de orientação, 25% contam com psicólogo (individual) in company, 13% oferecem aulas de ioga, 6% dão acesso a aulas de meditação, e 4% oferecem psicólogo (em grupo) in company.
A.C.
Revista Apólice
