Ultima atualização 22 de fevereiro

Empresas americanas podem incluir saúde dos funcionários em balanços

saúde

Nos Estados Unidos cuidar da saúde dos funcionários e tornar esses dados públicos oferecerá aos investidores e consumidores uma nova maneira de avaliar a produtividade, a gestão e o comprometimento das empresas com o bem estar dos colaboradores.

Companhias como IBM, PepsiCo Inc. e Johnson & Johnson estão analisando uma maneira para anunciar publicamente e calcular a saúde dos seus empregados. Essas classificações dariam aos acionistas, diretores corporativos, gestores e consumidores informações sobre o compromisso das companhias em melhorar a saúde dos seus funcionários e indicariam se esses esforços estão trazendo resultados.

Há um ano existe o Grupo de Trabalho de Métricas de Saúde (composto por grandes empresas como as citadas), que tem realizado reuniões para achar uma maneira para colher, interpretar e anunciar esses dados em relatórios anuais ou por meio de outros tipos de documentos financeiros. Esse grupo quer criar parâmetros padronizados sobre a saúde dos funcionários que possam ser auditados por peritos, algo parecido às normas de cálculos financeiros.

No Brasil, esse tipo de análise já é uma realidade e pode ser adotada imediatamente pelas empresas, com plataformas que funcionam para arquivamento e gestão do histórico médico digital completo do paciente, capaz de disponibilizar às companhias a ferramenta mais adequada para auxiliar na qualidade de vida dos funcionários, que passam a ser os gestores da própria saúde, tendo como participante a companhia em que trabalham.

Um exemplo de como esse tipo de plataforma funciona vem do SaúdeControle Empresarial, conforme explica o co-CEO responsável por essa ferramenta, Adrianno Barcellos. “A plataforma gera um benefício enorme ao funcionário, que terá seus dados de seguro saúde atualizados e disponíveis a todo o momento. Por outro lado, as empresas não terão acesso a esses dados, mas sim a um relatório gerencial referente à sua base”, detalha.

Com esses dados em mãos, as corporações poderão, por exemplo, saber em porcentagem quantos diabéticos, hipertensos, fumantes e sedentários têm em seu quadro de funcionários. A partir disso, poderá criar programas para melhorar esse cenário aumentando o nível de saúde, a produtividade e a resiliência dos colaboradores.

“Estudos comprovam que funcionários motivados e saudáveis são fundamentais para o sucesso de uma empresa”, ressalta a Dra Maria Lucia Bechara, Médica Ocupacional e Corporativa do SaúdeControle.

Com base nos dados gerados por meio do cruzamento das informações médicas dos funcionários a ferramenta consegue associar os fatores de risco e gerar os prognósticos de saúde dos funcionários. “Com esses dados podemos gerar também outros prognósticos de risco de um determinado grupo de funcionários de cada departamento da empresa ou, por exemplo, dos cidadãos de um município, estado ou pais. Atualmente usamos o Escore de Framingham, que tem a capacidade de calcular o risco cardiovascular para os próximos 10 anos”, explica Barcellos.

O método americano Escore de Framingham usa para esse cálculo dados como: a pressão arterial sistólica, colesterol total (ou o LDL-colesterol), idade, se o paciente fuma ou não, se é diabético ou não e os níveis de HDL-colesterol.

A Allegacy Federal Credit Union, cooperativa americana de crédito sem fins lucrativos e participante do Grupo de Trabalho de Métricas de Saúde, divulgou em 2015, pela primeira vez, informações sobre a saúde de seus funcionários para os cerca de 125 mil membros da empresa. Pelo cálculo, a Allegacy alcançou 49 pontos em uma classificação que vai até 55 pontos.

As companhias que obtêm resultado elevado nesse quesito podem colher também benefícios financeiros. Três análises sobre a relação entre a performance das ações e o bem estar corporativo no Journal of Occupational and Environmental Medicine (publicação especializada em medicina ocupacional) descobriu que o desempenho das empresas com programas de saúde com bom resultado superaram na Bolsa de Valores o índice da Standar & Poor’s em até 16% ao ano.

A.C.
Revista Apólice

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