A abertura de capital do IRB Brasil Re deve ser adiada para o ano que vem, apurou o Valor. A decisão, que será tomada oficialmente na próxima quarta-feira, é mais um problema para o governo federal, que contava com as receitas da operação ainda neste ano.
As últimas declarações da equipe econômica sobre o assunto, como a entrevista do secretário do Tesouro, Marcelo Saintive, ao Valor, foram de que a operação sairia ainda em 2015, o que ajudaria a mitigar o déficit primário previsto para este ano de R$ 48,9 bilhões para o setor público consolidado.
A razão para o adiamento, assim como no caso da Caixa Seguridade, são as condições de mercado, em deterioração. No ofício divulgado pelo governo pedindo ao Congresso a alteração na meta fiscal de 2015, a expectativa de receitas com operações de ativos em 2015 caiu de R$ 3 bilhões para R$ 795 milhões. No documento, a justificativa para a redução em R$ 2,2 bilhões é de que ela “decorre da revisão da estimativa com as operações de vendas de ativos da União”. Nada mais foi declarado sobre o assunto no ofício.
A expectativa inicial era que a abertura de capital do IRB rendesse cerca de R$ 4 bilhões a seus acionistas. Essa estimativa levava em conta uma avaliação da empresa como um todo em torno de R$ 10 bilhões. Entretanto, segundo uma fonte, a companhia vem apresentado desempenho acima do esperado em 2015 e pode fechar o ano com lucro acima dos R$ 800 milhões – no primeiro semestre, os ganhos chegaram a R$ 342,4 milhões. Por conta disso, os bancos acionistas do IRB não aceitariam um preço mínimo abaixo de R$ 12 bilhões para a planejada abertura de capital.
Fonte: Lucas Marchesini, Valor
L.S.
Revista Apólice