Um levantamento do Centro de Estatísticas da Seguradora Líder-DPVAT revela que, desde setembro de 2008, 8542 crianças de até dez anos morreram ou ficaram inválidas sendo transportadas em motocicletas. Deste total, 439 correspondem a casos de morte e 8103 de invalidez permanentemente. Na maioria dos casos, os acidentes acontecem não só por imprudência e irresponsabilidade de adultos, mas por grave infração da lei.
Para o diretor-presidente da Seguradora Líder-DPVAT, Ricardo Xavier, os números ilustram a realidade do Brasil. “Sabemos que em todo País, principalmente no interior, é comum ver famílias inteiras sendo transportadas em motos. Essa atitude coloca em risco a vida das crianças, em primeiro lugar, pois são naturalmente mais frágeis. Na Semana Nacional do Trânsito, devemos trabalhar a conscientização das pessoas para que elas mesmas sejam a mudança no trânsito”, comenta o executivo.
Entre setembro de 2008 e agosto de 2009, foram pagas 342 indenizações nas modalidades de cobertura a crianças dessa faixa etária. Cinco anos depois, no mesmo período analisado (setembro de 2013 a agosto 2014), o número saltou para 2652. Da última Semana Nacional de Trânsito até agosto de 2015, já foram pagas 1199 indenizações referentes a acidentes com morte ou invalidez envolvendo o público infantil. O número ainda pode ser maior, tendo em vista que o ano ainda não acabou e que o prazo legal para dar entrada no pedido do Seguro DPVAT é de três anos contados a partir da data da ocorrência.
A faixa etária de zero a sete anos equivale a 60% das ocorrências de indenizações pagas pelo Seguro DPVAT no período analisado. Vale lembrar que o transporte de crianças, em qualquer veículo, tem que ser realizado com segurança. No caso das motocicletas é proibido levar crianças menores de sete anos ou que não tenham condições de cuidar da própria segurança. Infelizmente, a regra não é seguida por muitos motociclistas e representa uma infração gravíssima, passível de multa e da suspensão do direito de dirigir.
No enfoque de região geográfica, o Nordeste é líder isolado nas ocorrências, representando 51% da quantidade de indenizações em âmbito nacional embora a sua frota de motocicletas seja de apenas 27% da frota do País. O Norte ocupa a segunda posição, com 22% das indenizações, sendo a sua frota de apenas 9% da nacional. Juntas, as duas regiões representam 36% da frota nacional de motocicletas e foram responsáveis por 73% das indenizações.
L.S.
Revista Apólice