Ultima atualização 26 de março

Edição 200

educação | CPC

Qualidade profissional certificada

A Certificação Profissional CNseg (CPC) será lançada em outubro para qualificar colaboradores do mercado de seguros

Com enfoque na educação continuada do mercado segurador e no reconhecimento da qualificação técnica dos profissionais brasileiros, a Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg) lançará, em outubro deste ano, a Certificação Profissional CNseg (CPC). O presidente da CNseg, Marco Antonio Rossi, que foi o idealizador e grande incentivador do projeto, ressalta que o programa tem como objetivo acelerar o progresso profissional dos colaboradores do setor e sistematizar o conhecimento específico do mercado segurador, associando a teoria à prática. Ele destaca que a certificação não é obrigatória, mas seu reconhecimento pelo mercado será um diferencial na competitividade do profissional.

Rossi defende que a meta do CPC é validar as habilidades, reconhecer formalmente os conhecimentos dos colaboradores do setor de seguros, bem como melhorar a produtividade. “A CNseg decidiu implantar a Certificação após constatar que o Brasil tem plenas condições de se alinhar a mercados que possuem uma indústria do seguro mais desenvolvida, como os Estados Unidos e a Inglaterra; e a outros com um patamar de desenvolvimento semelhante ao nosso, como é o caso da Índia; nos quais a especialização e a certificação do mercado de seguros já são bastante sedimentadas”, enfatiza o executivo.

A CNseg será a entidade certificadora do Programa. A realização dos exames, elaboração, aplicação das provas e divulgação dos resultados ficarão a cargo da Escola Nacional de Seguros. “Rio de Janeiro e São Paulo serão as primeiras capitais a passarem pelo exame de avaliação previsto para o dia 21 de outubro”, explica a diretora executiva da CNseg, Solange Beatriz Palheiro Mendes. “Os candidatos serão testados nos seguintes aspectos: 1) Estrutura do Sistema dos Seguros Gerais, Previdência Complementar Aberta, Capitalização e Saúde Suplementar; 2) Aspectos Legais e Regulamentares; 3) Ética, Ouvidoria, Aspectos Contábeis e Financeiros e Controle Interno; 4) Operações de Seguros; e 5) Canais de Distribuição de Seguros”, completa.

A diretora executiva destaca que o CPC1 tratará de uma visão geral do mercado, dos princípios técnicos que regem o seguro, previdência privada, saúde suplementar e capitalização, dos aspectos legais e regulamentares, da legislação, dos normativos da Susep e da ANS e, por fim, de como funciona o mercado.

O exame terá questões de múltipla escolha. Para obter o CPC1 nível pleno o candidato deverá alcançar 70 pontos no total das cinco disciplinas. As inscrições devem ser realizadas entre os dias 17 de agosto e 18 de setembro, pelo site da Escola Nacional de Seguros.

Ensino à distância

Visando o desenvolvimento das competências específicas para o mercado segurador, a Escola Nacional de Seguros e a CNseg lançarão, em 2016, o programa em formato e-learning. “A importância do programa é um marco em termos de melhorar a qualificação no mercado de seguros. A partir do momento em que você consegue avaliar o conhecimento de uma forma objetiva, você vai perceber quais são as áreas que precisam de mais treinamento”, avalia a diretora de Ensino Técnico da Escola Nacional de Seguros, Maria Helena Monteiro, acreditando que o aumento da empregabilidade será um dos impactos mais importantes para o mercado, além da qualificação. “Para exercer certas funções a pessoa precisa ser certificada. Acredito que vamos evoluir para isso, como aconteceu no mercado financeiro”, referindo-se ao que aconteceu à Anbima, há 15 anos, com a certificação dos profissionais do mercado financeiro.

 

direto de Londres | por Luciano Máximo*

Mudança regras de seguro UK

Este ano o parlamento britânico aprovou uma total reformulação do Marine Act, o principal arcabouço de regras, de 1906, que regula a subscrição de riscos e a comercialização de todos os tipos de seguros contratados por empresas no Reino Unido. Mas como Londres é uma capital financeira global e sede do Lloyd’s of London, empresas, corretoras, seguradoras e resseguradoras estrangeiras com riscos negociados no mercado do Lloyd’s também precisam estar atentas às novas regras, cujos objetivos é dar mais transparência e dinamismo ao setor segurador na terra da rainha.

A mudança veio em fevereiro, mas só recentemente recebeu a assinatura real. Antes da nova lei entrar em vigor totalmente há um prazo de adaptação de 18 meses. Ou seja, a partir do segundo semestre de 2016, o fechamento de uma simples apólice de riscos civis de uma pequena empresa ou de uma apólice para cobertura de grandes riscos de uma plataforma de petróleo, por exemplo, terá que seguir novos protocolos. E esses novos protocolos mexem com toda a cadeia, do cliente ao ressegurador, passando, claro, pelas corretores e seguradoras.

Como dizem os britânicos por aqui, “It is a long road ahead”. E também de muito trabalho, envolvendo principalmente as áreas intermediárias, responsáveis por processos e apresentação, análise e subscrição de riscos. Muita gente ainda está tentando entender as mudanças. Muitas empresas já começaram as reformulações, a começar por treinamento. Um alto executivo de um sindicato do Lloyd’s, que tem escritório no Brasil, disse que funcionários de back-office já estão participando de palestras e seminários, inclusive com presença de corretores e profissionais de áreas de risco de clientes convidados. A Associação de Corretores de Seguros Britânicos (Biba, da sigla em inglês) mandou preparar um manual para seus filiados e também para clientes.

Como se trata de uma reforma de todo um conjunto de regras, as mudanças são muitas, mas são três as mais importantes, que têm recebido maior atenção do mercado britânico: responsabilidade pela transparência na apresentação dos riscos cobertos por uma apólice deixa de ser da corretora e passa a ser do cliente (empresa segurada); mais transparência e detalhamentos na apresentação de risco a fim de evitar disputas jurídicas e fraudes em eventual acionamento de um seguro; e, por fim, instituição da cláusula 11, que proíbe seguradoras de não pagar o sinistro ou atrasar o pagamento caso haja algum descumprimento de regras da apólice que não esteja relacionado diretamente com o sinistro.

Começando pela mudança mais simples, a última da lista acima, ela serve, essencialmente, para proteger os direitos dos segurados, que acionam o seguro mas têm dificuldade de receber a cobertura devida porque a seguradora acaba “dificultando” o processo de pagamento do prêmio por causa de problemas na apólice, que muitas vezes não têm nada a ver com o sinistro ocorrido. Essa prática gera atrito na cadeia cliente-corretor-segurador e, não raro, termina em litígio.

As duas primeiras mudanças listadas acima têm como principais características maior transparência na subscrição de riscos e evitar fraudes. Com o Marine Act, o cliente e o corretor poderiam segurar um patrimônio ou uma atividade sem elencar todos os riscos envolvidos. Normalmente havia um entendimento de cavalheiros no mercado para evitar fraudes, mas nem sempre esse entendimento funcionava. A desconfiança estava sempre presente quando um sinistro aparecia.

“O cliente fez um seguro de acidentes gerais de sua pequena fábrica de bebidas e deixou de mencionar na apólice as devidas manutenções que deveria fazer no telhado da fábrica, por exemplo. A seguradora e o corretor não se atentaram a esse detalhe. Pois bem, algum tempo depois o teto da fábrica desaba e ele, claro, vai reclamar o sinistro. Pela antiga lei havia espaço uma interpretação de sinistro fraudulento ou mesmo de má fé da seguradora, caso esta encontrasse alguma desculpa para não pagar a apólice. Isso tudo agora está no passado, as seguradoras precisarão ter uma relação mais próxima com os corretores e as empresas, clientes nesse mercado, precisarão ter uma área de risco mais bem preparada para levantar informações e se relacionar com corretoras e seguradoras. Todo mundo ganha”, explica John Hurrel, CEO da Airmic, associação britânica de especialistas em riscos e consumidores de seguros.

A lei fala em “justa apresentação de riscos após razoável pesquisa”, por parte do segurado, para a composição da apólice de seguros. Referindo-se a essa regra, Terry Renouf, sócio da consultoria BLM, diz agora é a hora de começar a pensar sobre o assunto. “Vai ser preciso a aplicação de senso comum, evitar incertezas. Para evitar mal-entendidos, vale a pena concordar com termos comuns com o corretor e a seguradora de antemão”, aconselha Renouf.

Para Paul Lewis, especialista em riscos da consultoria jurídica e de negócios Herbert Smith Freehills, parceira da Airmic no processo de lobby político durante a tramitação da nova legislação, chama atenção para a importância em se começar os preparativos o mais cedo possível, evitando que os negócios sejam impactados. “Esta mudança na lei é uma oportunidade real para os compradores de seguros. Para assegurar que estejam em boa posição para tirar proveito dela, eles deveriam cuidar de todos os preparativos com cuidado bem antes de eles entrarem em vigor. Gostaria de incentivá-los a conversar com seus corretores o quanto antes”, recomenda Lewis.

Já na visão de Graham Terrell, vice-presidente do Comitê Acidentes da Biba, a nova lei de seguros do Reino Unido serve para proteger a indústria seguradora britânica de ser explorada por aqueles que buscam tirar vantagens do setor. Esta legislação, diz, coloca as regras do seguro empresarial em maior alinhamento com a legislação de seguros para consumidores pessoas físicas. “A lei é importante, pois reflete o mundo comercial de hoje e aborda as necessidades do moderno processo de renovação e colocação de riscos enfrentado por corretores e seus clientes empresariais. Acreditamos que ela vai de encontro com o melhor interesse dos clientes”, afirma Terrell.

Um executivo que atua no mercado do Lloyd’s concorda que a nova legislação favorecerá os clientes, mas que eles precisarão melhorar suas práticas de levantamento e análise de risco. Isso vale principalmente para os clientes de fora do Reino Unido que tentarem subscrever riscos no Lloyd’s. “Aqui no Reino Unido o cliente terá o auxílio constante de um corretor local, que no momento está se especializando na nova regulação. Mas e os riscos de fora? Claro que será muito mais complicado avalizar uma apólice de uma Petrobras, por exemplo? Para aceitarmos riscos com complexidades de uma Petrobras a apólice precisará ser muito detalhada, num nível bastante meticuloso, para que a reclamação de um eventual sinistro não seja comprometida lá na frente”, comentou o executivo, de forma reservada.

* Luciano Máximo, jornalista, é repórter licenciado do jornal Valor Econômico, cobriu o setor de seguros e resseguros na Gazeta Mercantil

 

especial 20 anos

Os próximos vinte anos

Marco Antonio Rossi, presidente da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização

A trajetória de crescimento do setor de seguros, nos últimos vinte anos, deve ser analisada não somente pelos indicadores de expansão de sua representação em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) – a qual saltou de menos de 1% para 6% nesse período. A expansão do mercado deve, acima de tudo, ser dimensionada pela sua capacidade de inovação na criação de produtos com total aderência às necessidades dos consumidores e de retorno à sociedade por meio das indenizações, benefícios e resgates pagos. O segmento de saúde suplementar, por exemplo, figura como um importante indicador desta evolução, por ser responsável, anualmente, pela realização de um milhão de procedimentos médico-hospitalares e odontológicos.

Ao longo das duas últimas décadas, as empresas seguradoras reforçaram o papel que desempenham em relação à segurança e proteção da sociedade e ao financiamento do Estado e do setor privado, por meio da grande diversidade de produtos e serviços que oferecem. Os avanços do setor estão sempre muito ligados às dinâmicas do cenário contemporâneo mundial. Os desafios impostos pela globalização, os novos meios de comunicação que transformaram as relações de consumo, as mudanças climáticas e os movimentos que emergem no cotidiano das grandes cidades estão entre os fatores que se impõem como agentes para a constante inovação das operações do mercado.

Aliado a isso, o Brasil, como economia em franco processo de desenvolvimento, tem reforçado a sua imagem como celeiro de oportunidades para investidores de diversos segmentos da economia. A abertura do mercado de resseguro, em 2007, é uma das provas disso, pois atraiu para o país as maiores empresas que operam nesse segmento em termos mundiais. Ganhamos em competitividade e passamos a operar com práticas internacionais.

Além da quebra do monopólio do resseguro, foram muitos os progressos de nossa indústria nos últimos vinte anos. As seguradoras avançaram na criação de produtos de previdência complementar aberta, lançaram o seguro viagem, o seguro garantia estendida, o seguro prestamista, ampliaram e diversificaram os serviços de assistência 24 horas, implementaram novos canais de diálogo com o consumidor e investiram em campanhas com linguagem mais leve e didática para disseminar a cultura de seguro no país. No campo da sustentabilidade, tornaram-se ainda mais engajadas ao aderirem aos Princípios da Sustentabilidade em Seguros (PSI) e têm trabalhado, arduamente, para aprimorar suas operações, agilizando os processos e dinamizando o atendimento aos segurados. Nesse sentido, é importante destacar também a atuação das ouvidorias, que já se consolidaram como um dos mais importantes canais para o atendimento às demandas dos segurados.

O aumento da renda nas periferias, acima da média nacional, levou mais de 40 milhões de brasileiros ao mundo do consumo e, consequentemente, ampliou os horizontes para o crescimento do setor de seguros. O país se transformou e isso representa um desafio e uma oportunidade. O brasileiro passou a entender que é por meio do seguro que ele protegerá suas conquistas. De nossa parte, ainda há muito a se caminhar para chegarmos à base da pirâmide e temos trabalhado, arduamente, nesse sentido. Na lista de ações em desenvolvimento, a oferta de produtos para baixa renda, a conscientização da população por meio de campanhas de comunicação, a maior utilização dos meios eletrônicos remotos para a distribuição de produtos e a revisão dos processos para tornar o ciclo produtivo mais barato.

Igualmente relevante é a continuidade do programa de educação financeira, por meio de ações integradas com o Poder Público e entidades como a Susep, a Bovespa e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), parceiros na Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF), e a intensificação da oferta de seguros para as pequenas e médias empresas. Diligentes e atentas aos sinais dos novos tempos, as empresas seguradoras sabem que todos os desafios aqui apresentados formam não somente uma base sólida, mas certamente se acentuarão no processo de construção das duas novas décadas. Que venham os próximos vinte anos.

 

especial 20 anos

Corretor vislumbra um futuro promissor

Armando Vergilio dos Santos Junior, presidente da Federação Nacional dos Corretores de Seguros

Mais de 80 mil corretores de seguros estão em atividade no país. Desse total, aproximadamente 30 mil são pessoas jurídicas, número que deve aumentar rapidamente em decorrência da possibilidade de inserção de empresas corretoras de seguros no SuperSimples, em condições bem favoráveis.

A categoria está presente na maioria dos 5.570 municípios brasileiros. Essa capilaridade assegura para a sociedade uma ampla rede de proteção securitária.

O corretor de seguros já responde por mais de 80% da produção de seguros e, dessa forma, consolida a sua posição como indispensável ator do processo de desenvolvimento econômico do País.

A Fenacor desenvolve ferramentas para ajudar os corretores a cumprirem a sua missão. Exemplo disso é a pesquisa mensal que visa a medir o grau de confiança do mercado na economia e as perspectivas do setor.

Além disso, estamos realizando a segunda edição do Esecs-PJ, estudo que irá traçar o novo perfil das empresas corretoras de seguros e servirá de base para a definição de estratégias de atuação e reposicionamento no mercado.

A primeira edição, produzida em 2013, trouxe dados valiosos. Apuramos que 65% do faturamento das empresas pesquisadas são gerados por pessoas físicas, sendo que a carteira de automóvel representa aproximadamente 56% dessa receita.

Mais de 80% das corretoras ouvidas trabalham com até cinco seguradoras.

Esses dados sinalizam que a trajetória dos corretores de seguros mudou sensivelmente desde a edição da Lei 4.594/64, que há 50 anos regulamentou a nossa atividade profissional.

Esse foi o primeiro passo importante na escalada que, desde então, conduziu nossa categoria a chegar ao patamar alcançado hoje.

Mas, nos últimos 20 anos, as mudanças vêm ocorrendo mais rápida e profundamente.

O corretor de seguros atual é bem preparado e qualificado para atender a consumidores cada vez mais exigentes e bem informados. A concorrência está mais acirrada. Porém, há amplo espaço para todos, uma vez que, utilizando uma linguagem da indústria, a capacidade ociosa é imensa.

O consumo per capita está abaixo do esperado e somente agora a sociedade começa a formar uma consciência maior sobre a importância do seguro.

Esse cenário de demanda aquecida, mas ainda permeada de desinformação, aumenta a responsabilidade do corretor de seguros. É preciso investir forte na constante capacitação e treinamento.

A escassez de recursos para tais investimentos, provocada pela absurda carga tributária que atingia a categoria, está sendo equacionada pela mais importante conquista política da história da categoria: a aprovação da Lei Complementar nº 147/14, que permite, finalmente, a inserção dos corretores de seguros no SuperSimples, e na tabela III, a mais favorável.

Tenho orgulho de ter participado diretamente do processo de aprovação da lei, como deputado e presidente da Comissão Especial que redigiu o formato final da proposta. Foi a minha maior missão como parlamentar e, hoje, sinto a agradabilíssima sensação do dever cumprido.

No futuro, a história da categoria será dividida entre o “antes” e o “depois” do SuperSimples.

Não por acaso.

Segundo estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), 98% das corretoras de seguros faturam até R$ 3,6 milhões (limite para enquadramento no SuperSimples) e, desde janeiro de 2015, estão aptas a aderir ao sistema simplificado de pagamento de impostos.

A estimativa é a de que haverá redução de até R$ 1,4 bilhão dos valores antes destinados pelas corretoras de seguros para o pagamento de impostos.

Boa parte dessa soma será direcionada para o desenvolvimento do negócio do corretor, a geração de novos empregos e o aprimoramento da qualidade do atendimento prestado ao cliente.

Toda a sociedade será beneficiada, pois o corretor de seguros estará mais bem instrumentado para exercer a nobre missão de proteger a vida, a saúde e o futuro das famílias e o patrimônio pessoal e das empresas.

O futuro é, portanto, muito promissor.

 

especial 20 anos

A chegada de empresas estrangeiras ao mercado de seguros no Brasil

Antonio Trindade, presidente da ACE Brasil

Muitos imaginam que a chegada das empresas estrangeiras ao Brasil constitui um movimento relativamente recente, associado com o processo de globalização, que começou nos anos 90. Contudo, estas companhias começaram a atuar no País já em 1862, conforme consta nos arquivos da Susep. Assim, por mais de um século estas organizações ajudam a desenvolver não apenas o mercado brasileiro de seguros, mas toda a economia nacional, já que, segundo a Susep, desde 1895 também constituem e aplicam no País as suas reservas técnicas.

Entre as empresas estrangeiras, acredito que a ACE vem registrando uma das mais ricas histórias do nosso mercado, que começa em 1904, quando a Insurance Company of North America (INA), a mais antiga seguradora dos Estados Unidos (fundada em 1792), se instalou pela primeira vez no Brasil. Esta companhia de seguros, que foi a maior dos Estados Unidos nos séculos XIX e XX, realizou nesta época suas primeiras incursões no País. Logo depois, interrompeu as operações, mas voltou definitivamente em 1959.

No final do século XX, a INA deu origem à CIGNA, cujos negócios foram adquiridos em nível mundial pela ACE, nos segmentos de Propriedade e Responsabilidade Civil (Property and Casualty – P&C). Na época, toda a equipe brasileira proveniente da CIGNA foi preservada pela ACE, juntamente com a cultura e os conhecimentos até então desenvolvidos. Daí em diante a companhia construiu no Brasil uma operação considerada modelo, chegando a ser eleita a melhor do País pela prestigiada revista inglesa World Finance nos anos de 2011 e 2012.

Para crescer no Brasil, a ACE desenvolveu de forma contínua os seus conhecimentos sobre cada região do País. Para isso, a companhia implantou, de forma estratégica, 5 estruturas nas cidades de São Paulo, Curitiba, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro e Salvador. Nestes locais, disponibilizou profissionais especialistas em seguros específicos e com visão cada vez mais aprofundada nos diferentes mercados locais. Cada uma das estruturas concede suporte a uma rede de 19 filiais. Na ponta, parceiros e segurados obtêm serviços claramente diferenciados, tanto em conhecimentos técnicos como em agilidade.

De forma simultânea, a ACE vem construindo uma bem definida visão global a partir do trabalho diário de 11 mil profissionais dispostos em sua ampla rede de unidades, que alcança 54 países. Conectados a uma poderosa intranet mundial, esses profissionais trocam informações e se especializam constantemente em nichos de seguros nos mais variados mercados do planeta. No ambiente físico da companhia, chega a ser comum observar profissionais de diferentes países trabalhando lado a lado.

Os bons resultados da ACE no mundo e no Brasil mostram o quanto a companhia tem acertado com este modelo de administração, que associa operação local e visão global. Em menos de três décadas após a sua fundação, em 1985, a ACE tornou-se, em valor de mercado, a quinta maior seguradora do mundo em P&C. No Brasil, a empresa se tornou a maior seguradora de P&C em menos de duas décadas após assumir os negócios da INA.

Portanto, a ACE hoje se destaca por sua especialização em implantar, nos diferentes centros econômicos do Brasil, soluções customizadas e sintonizadas com o que há de mais moderno no mundo. Para chegar a este patamar, a empresa construiu uma rica história que iniciou em 1792 nos Estados Unidos, alcançou o Brasil em 1904 e se consolidou no País em 1959. E é assim que colabora com o desenvolvimento do mercado brasileiro de seguros, que há um século e meio cresce com o apoio de empresas estrangeiras.

 

especial 20 anos

Os novos consumidores de planos de saúde das classes emergentes

Dr. Ali Hussein Ibrahin Taha, presidente da Ameplan Assistência Médica Planejada

Trabalhar com o público das classes C e D é o core business de algumas operadoras de saúde, que encontraram grande oportunidade num nicho de mercado que nunca foi muito valorizado por outras atuantes no setor.

Entretanto, o cenário econômico de um país como o Brasil sofreu diversas mudanças nestes 23 anos e, dentre as transformações ocorridas, a mais relevante foi a distribuição de renda entre a população, que mudou de mãos com a ampliação da formalização dos trabalhadores das classes C e D, potencializando um marcante encurtamento de distâncias sociais. Deu-se então uma significativa expansão da classe média, formada por indivíduos que anteriormente pertenciam à classe baixa e gerando a criação de uma nova classe social denominada “nova classe média” ou “classe emergente”.

Vivenciamos de perto essa mudança do perfil sócio-econômico do país, trabalhando incessantemente para nos adaptar aos novos anseios e expectativas da nova classe social, com hábitos e comportamentos diferenciados e preocupações inéditas, pela primeira vez, em relação à insatisfação com a qualidade da saúde pública, propiciando um crescimento do desejo de acesso aos planos de saúde privados.

A migração de milhões de brasileiros para a classe média trouxe um desafio para a saúde privada: atender o crescimento da demanda sem perder em qualidade de atendimento. Neste período, mais precisamente há 15 anos, foi instituída a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), órgão que acompanhou o crescimento do setor, com medidas para regulação, normatização, controle e fiscalização dos planos de saúde, obrigando-os a uma série de implementações e adaptações, para atender a normatização, criando planos diferenciados, com coberturas variadas, de forma que o consumidor tivesse um leque de opções que atendesse às suas necessidades.

Porém, a experiência mostra que nunca devemos nos colocar em posição de conforto, pois o mercado é inconstante e desafiador, provocando nossa criatividade e pró atividade de tempos em tempos. Na contrapartida, os protagonistas deste crescimento econômico até pouco tempo, a chamada “classe emergente”, tomaram empréstimos, compraram automóveis, televisores, equipamentos de informática e contrataram o desejado plano de saúde. Agora, com o peso do aumento do custo de vida em seu bolso, refazem as contas e cortam gastos, com a perspectiva de uma crise no mercado.

Atualmente, acreditamos que já está sendo feita a avaliação estatística sobre mais esta nova mudança de comportamento da chamada classe emergente, onde o consumidor precisa abrir mão de algumas conquistas alcançadas, mas não deseja abrir mãos do tão sonhado plano de saúde. A opção observada, então, tem sido a retirada voluntária dos titulares dos planos, mantendo os filhos e garantindo acesso à saúde para um público mais jovem; talvez esta seja a forma dos pais protegerem seus familiares e proporcionarem um serviço que eles não tiveram acesso na infância.

É provável que estejamos diante de mais uma mudança no cenário da saúde e cabe a nós enxergar qual é a mensagem desta nova situação que está diante de nossos olhos, vislumbrando ações que podem ser implementadas para continuarmos firmes e fortes neste mercado tão importante.

 

especial 20 anos

Agilidade do mercado de seguros na tomada de decisões

José Marcelino Risden, presidente da Berkley Seguros

Por décadas, o mercado segurador brasileiro viveu uma situação de estagnação, à sombra do monopólio de resseguros, e as consequências da mesmice, própria de um mercado fechado. Sem condições de inovar, os avanços eram tímidos e quase inexistentes. As condições e coberturas eram as mesmas. Durante anos, não se vivia a experiência da criação de novos produtos e os modelos de gestão das empresas eram similares.

No final do século passado, com a perspectiva da quebra do monopólio, abertura do mercado e consequente chegada de novos players – seguradores, resseguradores e brokers -, iniciou-se um processo de reação com a preparação para os novos tempos.

Foi necessária uma revisão dos modelos de gestão e de estratégias corporativas. Altos investimentos em tecnologia e desenvolvimento de novas ferramentas se tornaram primordiais.

Se há 20 anos o tempo de emissão de uma apólice era de até um mês, atualmente, graças a esses investimentos, é possível concluir o processo em até uma hora, ou até mesmo em tempo real, dependendo do produto.

A melhoria ou criação de soluções para atender às novas demandas, mais adequadas às necessidades de um consumidor cada vez mais exigente, passou a ocorrer em prazos cada vez menores.

Como era esperado, o cenário mudou. Com a entrada de novos players, nacionais e estrangeiros, e consequente acirramento da concorrência, resultado de um mercado livre, passamos a viver um dinamismo até então não experimentado. Vemos hoje um mercado fortalecido e altamente dinâmico. Fusões e aquisições, especializações e segmentações aconteceram, como era previsto.

O surgimento e participação, cada vez mais efetiva, de seguradoras e corretoras especializadas em segmentos ou produtos, ou mesmo o redirecionamento de antigas empresas, agora com foco em nichos, alterou definitivamente o perfil do setor.

Tudo isso foi possível, graças ao fato de, hoje, o mercado de seguros se destacar na economia como um dos setores de maior agilidade na tomada de decisões. Avaliar de forma consistente o cenário macroeconômico e antecipar-se aos movimentos da economia tem sido a palavra de ordem.

As fortes e recentes mudanças, associadas às diversas transformações ocorridas no cenário econômico nos últimos anos, especialmente nos modelos de consumo, têm refletido diretamente no setor, que soube reagir rapidamente, demonstrando segurança e maturidade, apresentando soluções de produtos e serviços com qualidade à altura dessas demandas.

Esse conjunto de fatores teve contribuição definitiva para sustentar, de forma consistente, o crescimento do volume de prêmios nos últimos anos, fazendo com que a participação no PIB saísse de 1% há 20 anos e, em que pese o desempenho atual de nossa economia, projetar um crescimento de 12% para 2015.

 

especial 20 anos

Compromisso com a cultura

Alexandre Nogueira, diretor do Grupo Bradesco Seguros

Como integrante da história do país e do mercado segurador há mais de 60 anos, oferecendo proteção à vida, ao futuro e ao patrimônio de seus clientes, o Grupo Bradesco Seguros participa ativamente, por meio de patrocínios e apoios, dos movimentos e manifestações mais relevantes da cultura brasileira, no processo de construção de uma identidade nacional e de marca.

É com esse entusiasmo que temos orgulho de participar – com o Banco Bradesco -, como patrocinadores e seguradora oficial, dos Jogos Rio 2016, dada a importância da parceria entre a iniciativa privada e o esporte brasileiro, paixão nacional que, ao mesmo tempo, atua como poderosa ferramenta de inclusão social, formação de caráter e qualidade de vida. Ter a marca vinculada aos Jogos Rio 2016, maior evento esportivo do planeta, proporciona, sem dúvida, importante retorno ao Grupo Bradesco Seguros, seus acionistas, parceiros e colaboradores.

Ao longo do tempo, mais do que patrocinar representações culturais, o Grupo Bradesco Seguros tem proporcionado o acesso da população em geral, assim como de seus funcionários, familiares e clientes, a ações e atividades que reforçam a cultura e o conhecimento, tanto nacional como internacional, por meio de suas expressões mais significativas.

A cada ano, desde 1996, o Grupo promove o espetáculo da Árvore de Natal Bradesco Seguros — a maior árvore de Natal flutuante do mundo, segundo o Guinness Book of Records —, montada sobre o espelho d’água da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro. No decorrer de 20 edições – a serem completadas em 2015 -, a Árvore tornou-se um dos três maiores eventos da cidade – após o Carnaval e o Réveillon -, além de referência internacio¬nal de Natal, transmitindo clima de paz e prosperidade e, sobretudo, retribuindo a confiança que a população brasileira deposita no Grupo Bradesco Seguros.

Com o Circuito Cultural Bradesco Seguros, que incentiva produções musicais, teatrais, exposições e literárias, o Grupo Segurador tem ampliado o acesso do público ao melhor da produção cultural nacional e internacional em todas as áreas, da dança à música popular e erudita, do teatro às artes plásticas e em todos os segmentos da produção cultural, que geram conhecimento e reconhecimento.

Ao apoiar espetáculos como o “Elis – A Musical”, “Se eu Fosse você – O Musical”, “Chacrinha, O Musical”, “Os Saltimbancos Trapalhões”, “Mudança de Hábito”, “BarbarIdade”, “Sim! Eu Aceito!”, “Bibi – Histórias e Canções”, “O Mágico de Oz”, “A Família Addams”, “Tudo por um PopStar”, “Cats”, “Mama Mia”, “Rei Leão”, entre outros igualmente marcantes, o Grupo Bradesco Seguros consagrou-se como o maior patrocinador de produções musicais do país, contribuindo para a formação de público e popularização do gênero.

Os resultados dessas ações são sempre estimulantes. Tornam a marca mais lembrada – há 13 anos consecutivos, é reconhecida como ‘Top of Mind’ em seguros, em pesquisa realizada em âmbito nacional pelo conceituado Instituto DataFolha – e seus valores, mais presentes no cotidiano da população, em todo o território nacional.

Mais importante: estamos convencidos de que tais iniciativas de caráter cultural, fortemente associadas ao processo de construção da identidade e da cidadania dos brasileiros, convergem para o objetivo maior do Grupo Bradesco Seguros, que é contribuir para a evolução e consolidação da cultura e da indústria do seguro no Brasil, como instrumento de proteção para a sociedade e de desenvolvimento para o país.

 

especial 20 anos

Oontologia, um grande caminho a percorrer

Julio César da Silva Felipe, diretor de Odonto da Caixa Seguradora

No Brasil apenas 10% dos habitantes têm plano odontológico. Isso é muito pouco se compararmos com os EUA, por exemplo, onde cerca de 60% possuem um plano odontológico.

Se ainda pensarmos que mais de 4 milhões de brasileiros nunca estiveram em um consultório odontológico, podemos imaginar o longo caminho que temos a percorrer no Brasil.

O benefício odontológico ainda é visto pelos RH´s das empresas como uma opção menos importante, se comparamos com saúde e vida, mas isso é consequência do desconhecimento da importância da saúde bucal, pois a falta dela causa uma série de doenças, tais como endocardite, partos prematuros quando a gestante passa por problemas periodontais, apenas para citar dois problemas que irão causar absenteísmo e grandes despesas no plano de saúde.

Tudo isso pode ser evitado com um pequeno investimento, pois o custo anual de um plano odontológico não chega a ser metade do custo mensal de um plano de saúde.

Além disso, os corretores podem ter um resultado muito rápido com a comercialização de um plano odontológico, que pode ser implantado com menos de 30 dias, com aceitação para afastados e agregados, enquanto em saúde, somente a análise pela seguradora pode levar mais de 30 dias Mesmo com esta falta de informação, o mercado de odontologia vem crescendo a razão de dois dígitos há mais de cinco anos, passando por grandes consolidações, mas ainda muito longe de sua maturidade.

Diversas operadoras chegam a oferecer o plano odontológico “sem custo” quando o cliente compra o plano de saúde, mas esta estratégia não trouxe benefícios para as operadoras, pois desta forma os RH´s não valorizam o benefício como ele deve ser.

As operadoras tentam, cada vez mais, conscientizar da importância deste benefício, oferecendo palestras, participações em Sipats (Semana Interna de Prevenção ao Acidente de Trabalho) e realizando campanhas de angariação, pois diferente de outros benefícios, o odonto ainda é oferecido na maioria das vezes na forma de adesão, com pagamento integral por parte dos beneficiários, o que reduz a contratação.

Enfim, é verdade que temos um longo caminho a percorrer quanto a conscientização sobre a importância dos planos odontológicos, mas sem dúvida é o maior caminho e que trará muita tranquilidade aos RH´s das empresas, e para nós que temos a missão de cuidar dos sorrisos dos brasileiros, este caminho está apenas começando.

 

especial 20 anos

Previdência Privada: vantagens do benefício fiscal à portabilidade

Luciano Snel, presidente da Icatu Seguros

Estudos e pesquisas apontam que a previdência privada já é um desejo de consumo da população e que cada vez mais as pessoas têm despertado para a importância de se planejar para a aposentadoria. Unindo os benefícios de aplicar em um fundo de investimento com as vantagens fiscais asseguradas por lei para aplicações de longo prazo, a previdência é, sem dúvida, o veículo ideal para quem quer cuidar do futuro financeiro.

O mercado de previdência (PGBL e VGBL) tem evoluído em um ritmo bastante acelerado. Nos últimos 10 anos, o crescimento foi acima de 22% ao ano e a carteira multiplicou por sete, saltando de R$ 50,1 bilhões em 2005 para os atuais R$ 374 bilhões* (até outubro de 2014), sendo que 91% desses recursos estão concentrados nos grandes bancos. Vale ressaltar que, entre as seguradoras independentes, ou seja, não ligadas aos bancos de varejo, a Icatu Seguros é a maior, apresentando um sólido crescimento acima do mercado.

O segmento de previdência concentra a maior parte dos investimentos em VGBL (76%), no qual o Imposto de Renda incide apenas sobre a rentabilidade. Já o PGBL, modalidade na qual o Imposto de Renda incide sobre o todo e sugerida para quem tem renda tributável e faz a declaração pelo formulário completo, pois permite a dedução das contribuições da base de cálculo de IR até o limite de 12% da renda bruta anual, fica com 24% da fatia. Em termos de perfil, vemos claramente a preferência dos brasileiros por investimentos conservadores, pois mais de 90% da reserva está concentrada em fundos de previdência renda fixa.

Na Icatu Seguros, o cenário é um pouco diferente. Apresentamos uma maior concentração em PGBL (53%) e em fundos com maior risco (43%) que o mercado. Isso ocorre porque somos uma seguradora especialista, reconhecida pela capacidade de inovar e apresentar estratégias diferenciadas em previdência, o que atrai muito investidores de alta renda interessados nos benefícios fiscais e sucessórios que a previdência oferece.

Além das vantagens já conhecidas do produto, a previdência oferece ao cliente outro importante benefício, o da portabilidade. Tão simples quanto levar um número de celular de uma operadora para outra, graças a esse direito, o cliente pode mudar de plano (de um fundo conservador para um agressivo, por exemplo) ou de seguradora quando quiser e sem perder nada com isso.

Essa é uma grande vantagem da previdência em relação aos fundos de investimentos. Na indústria de fundos, em caso de insatisfação e vontade de mudança, o cliente precisa resgatar seu dinheiro, pagar Imposto de Renda e reaplicar o montante novamente. Na previdência isso não ocorre, pois a portabilidade garante a transferência dos recursos sem incidência de Imposto de Renda e nem reinício da contagem do tempo de aplicação.

Ou seja, um processo simples, vantajoso, que estimula as companhias a entregarem melhores soluções e garante ao cliente a possibilidade de manter seus recursos de longo prazo na empresa que melhor atender seu perfil, seus desejos e suas necessidades.

 

especial 20 anos

Abertura do resseguro: uma história de sucesso

Leonardo André Paixão, presidente do IRB Brasil Re

Nas primeiras décadas após a criação do IRB, fundado em 1939, o monopólio do resseguro no Brasil foi importante para fomentar o desenvolvimento do mercado segurador, para reter divisas no país quando a moeda forte era escassa e para desenvolver expertise. A partir dos anos 1990, porém, o monopólio tornou-se um fardo e começou a restringir o crescimento do mercado de seguros.

2007 foi o ano da abertura do mercado ressegurador brasileiro, com a aprovação da Lei Complementar nº 126 em janeiro, seguida de amplas discussões no setor privado e no governo, e culminando, em dezembro, com as resoluções do Conselho Nacional de Seguros Privados que regulamentaram a lei e efetivamente possibilitaram o fim do monopólio.

Tive a honra de ser um dos conselheiros do CNSP (Conselho Nacional de Seguros Privados) que participaram daquela reunião histórica. Enquanto reguladores, esperávamos que as regras que tínhamos aprovado trouxessem, nos primeiros cinco anos, pelo menos uns 20 resseguradores internacionais para o mercado brasileiro. Àquela altura, ninguém sabia ao certo se a abertura despertaria interesse imediato por parte dos grandes resseguradores globais, já que alguns deles tinham sido severamente afetados em seus balanços pelos desdobramentos da crise financeira iniciada nos empréstimos subprime.

Por outro lado, sabíamos que o IRB passaria por uma prova de fogo diante da competição iminente. Tinha um quadro de pessoal envelhecido, processos de trabalho burocráticos e sistemas de TI obsoletos. E era o único ressegurador do mercado sujeito às amarras decorrentes da condição de empresa estatal.

Nos dois primeiros anos após a abertura, muitas empresas abriram seus escritórios de resseguradores admitidos ou se registraram como resseguradores eventuais. Alguns poucos se estabeleceram como resseguradores locais, inclusive empresas de capital predominantemente nacional. Ao final de 2010, mais de 100 empresas estavam aptas a atuar no Brasil, inclusive todos os grandes resseguradores globais, superando as melhores expectativas.

A abertura trouxe novos produtos, o preço do resseguro caiu no mercado interno e o volume de negócios triplicou. Com o fim do monopólio, toda uma cadeia de prestadores de serviços – advogados, contadores, claims adjusters, entre outros – floresceu para dar suporte aos quase 170 resseguradores que passaram a atuar no mercado brasileiro. Seguradoras incrementaram seus departamentos de compra de resseguro e corretores de resseguro reforçaram suas equipes e sistemas de TI. Empregos foram gerados e houve capacitação de trabalhadores e desenvolvimento de expertise local. A abertura do mercado contribuiu para o crescimento do PIB e aumentou o recolhimento de impostos.

Para o IRB, empresa que presido desde 2010, o fim do monopólio representou inicialmente uma ameaça à sua rentabilidade e, no médio prazo, à sua sobrevivência. Mas graças ao esforço conjunto de colaboradores, dirigentes e acionistas da companhia, a abertura do mercado tornou-se uma oportunidade para modernizar e fortalecer a empresa.

O IRB reviu suas políticas e processos de trabalho, ganhou eficiência, abaixou preços, investiu muito e recuperou o faturamento perdido logo após o fim do mono¬pólio. Opera hoje com metade do pessoal que tinha em 2009. Tem sistemas de TI atualizados e fecha o balanço patrimonial em 4 dias úteis. Lucrou R$ 602 milhões em 2014. É líder de mercado no Brasil e faz negócios em mais de 70 países. Tornou-se uma empresa privada em que dezenas de colaboradores são também acionistas. O fim do monopólio foi bom para o IRB.

E o mercado brasileiro de resseguros está cada vez mais forte. O Brasil já começa a se estabelecer como um polo regional a partir do qual resseguradores brasileiros e internacionais operam em toda a América Latina. O presente é melhor que o passado, e o futuro será melhor que o presente.

Após oito anos, é fato que a abertura do mercado brasileiro de resseguros foi um grande sucesso.

 

especial 20 anos

Atendimento excepcional: conquistar o cliente é expandir o setor

Carlos Magnarelli, CEO da Liberty Seguros

Em todas as áreas de negócios, é preciso estar em constante movimento para analisar as novas necessidades dos consumidores e buscar melhorias nos processos diários de trabalho. No setor de seguros, não é diferente. Observando os tipos de apólices mais vendidas no país, podemos perceber que os brasileiros ainda não estão familiarizados com a variedade de seguros disponíveis para contratação e que não têm o costume de se preocupar com a proteção de outros bens que não o automóvel, como acontece em outros países. Mas, é possível mudar isso.

O primeiro passo para desenvolver o mercado de seguros no Brasil é explorar novos públicos e aproveitar as oportunidades em coberturas diferenciadas, como residência, que tem um custo médio de apenas 380 reais por ano, e responsabilidade civil para seguro de automóvel, que apresenta um ticket médio de somente 560 reais por ano. É impressionante constatar que apenas 13% das casas brasileiras e 35% dos carros têm seguro. Esses índices baixos demonstram que temos muito a avançar na questão de conscientização dos clientes sobre a segurança de seus bens. Evidencia, também, o grande potencial de crescimento que o setor apresenta.

Precisamos, assim, criar estratégias para que a informação sobre a variedade de produtos disponíveis no mercado chegue ao consumidor. Quando o corretor oferece um serviço que traz benefícios ao cliente (como é o caso do seguro residencial, só para citar um exemplo), por meio de argumentos transparentes que mostrem as qualidades do que está oferecendo, a chance de contratação da apólice é muito maior — afinal, as pessoas sabem que proteger sua família e seus bens é valorizá-los. O interesse pelo produto pode, sim, — e deve! — ser despertado no consumidor, pois quem conhece os produtos e pode falar de seus atrativos é quem vende. Por isso mesmo, corretores não precisam ter medo de arriscar na hora da venda, oferecendo di¬ferentes serviços, de acordo com a necessidade de seus clientes e, claro, fugindo do básico.

Enxergar as oportunidades que aparecem diante de nós é o que garante o nosso sucesso. Apenas 30% das pequenas e médias empresas no Brasil têm seguro, mesmo com um ticket médio de 1.200 reais por ano ou 100 reais por mês. O que fazer? Tentar mostrar ao empresário, que está apostando todas as fichas no sonho do negócio próprio, que assegurar esse patrimônio é um dos pontos mais importantes para a consolidação da sua empresa.

E não é só no momento de assinar a apólice que temos que fazer valer a confiança que os clientes depositam em nós: a hora de resolver seu problema é a mais crucial no relacionamento. A seguradora tem que estar 100% disponível para ajudar, apresentando uma comunicação fácil e contribuindo para aumentar a agilidade e efetividade do atendimento, gerando os melhores resultados possíveis para refletir a eficiência do setor. Afinal, a satisfação do cliente, conquistada por meio de um excelente atendimento, leva a sua fidelização; o que, por sua vez, abre portas para a contratação de diferentes tipos de seguro. A fórmula parece simples, mas exige trabalho e muita dedicação.

As ferramentas estão disponíveis para todos: só precisamos usá-las. A tradição do setor no Brasil, seu crescimento expressivo ao longo dos anos e a gradual mudança do pensamento do cliente — cada vez mais consciente sobre o tema e mais preocupado em se proteger de imprevistos —, demonstra que estamos, sim, prontos para a nova cultura de estarmos sempre seguros.

 

especial 20 anos

Como ser simples na indústria de seguros de capital aberto

Marcos Ferreira, presidente do Grupo BB e Mapfre

A frase de Clarice Lispector resume à perfeição o que deve ser regra nas organizações: “trabalhar muito e buscar fazer o mais simples, incansavelmente.”

Vale acrescentar: a experiência vem mostrando que um dos grandes objetivos do nosso tempo, a inovação, nos encanta naquilo que traz de facilidade e que tem o mais simples como resultado.

No setor de seguros, a simplicidade é um grande desafio. A revista Apólice, ao completar 20 anos, é testemunha e ao mesmo tempo uma das protagonistas do esforço da indústria em trazer o seguro para mais perto dos clientes, o que significa mostrar como essa grande invenção da modernidade pode facilitar e melhorar a vida das pessoas.

Não se trata aqui de questionar a essência do seguro. Esta é, como sabemos, simples por princípio: proteger pessoas e bens. Mas, apesar das evoluções verificadas quase todos os dias no setor, uma lacuna resiste no campo da informação: nossa linguagem – o “segurês” – ainda é relativamente distante da plena compreensão por todas as faixas de públicos. É uma trincheira que muitas vezes separa um risco real da sensibilidade dos clientes para a aquisição de uma apólice que proteja contra esse risco.

Os corretores de seguros atuam diariamente como verdadeiros propagadores ao orientar os clientes quanto às necessidades de seguros entre os diferentes perfis. Eles, porém, semeiam, junto com as seguradoras, em um terreno cujas peculiaridades e regulações – como é comum aos serviços de natureza financeira – são de difícil assimilação por muitos clientes. Muitas vezes, esbarramos, ainda, numa cultura que historicamente tende a associar seguros com “maus momentos”, quando sabemos que estamos falando essencialmente de prevenção e proteção, itens de sustentabilidade de famílias, empresas e da própria economia.

Também um jovem na casa dos 20 anos, 25, para ser exato, o Código de Defesa do Consumidor já dizia desde o seu surgimento que “a oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas, claras, precisas sobre suas características, qualidades, preço, prazos de validade, entre outros dados”. Cumprimos à risca o Código, mas ainda somos desafiados a ser mais claros.

Novamente, a inovação passa a ser a grande aliada para transformar os seguros em solução simples e atender a uma necessidade que podemos considerar básica.

No nosso Grupo, lançamos pioneiramente, em 2011, o projeto Traduzindo o Segurês, que não se limita, como o nome pode sugerir, a organizar um glossário de sinônimos para os jargões da indústria. Em realidade, “desenhamos” para os nossos clientes o que de mais importante ele precisa saber sobre sua apólice de seguros – por exemplo, as coberturas e assistências. Mais: levamos o contrato para a internet exatamente assim, usando recursos gráficos para um entendimento rápido, tudo numa página personalizada. Não foi um trabalho só de designers, mas um esforço conjunto de todas as áreas e que contou com estudos baseados no moderno conceito do design thinking. Ou seja, envolvemos experiência, talentos, tecnologia e conhecimento atualizado para chegar a uma solução que simplifica a vida do nosso cliente.

Mas o Traduzindo o Segurês, o projeto Família Protegida – outra inovação que lançamos em 2014 e que transforma o seguro em produto de varejo –, além de todas as iniciativas valiosas dos demais competidores do nosso mercado, tudo isso é uma obra em aberto. É o “muito trabalho” a que se refere Clarice Lispector e que, ao final, deve resultar numa construção simples, por isso acessível, e que gere cada vez mais negócios.

 

especial 20 anos

Muito além do vale-refeição: benefícios como uma vantagem competitiva

Raphael de Carvalho, CEO da MetLife Brasil

A retenção de talentos, principalmente entre as gerações mais jovens, é um dos principais desafios dos RHs, que precisam buscar formas alternativas para aumentar os índices de satisfação entre os colaboradores. Segundo pesquisa global sobre tendências de benefícios realizada pela MetLife, a principal razão para 80% dos empregadores brasileiros oferecerem benefícios é “retenção de funcionários”. No Brasil, a legislação não prevê a ampla oferta de benefícios obrigatórios e fica a critério de cada companhia ou categoria negociar o melhor pacote para seus colaboradores.

A maioria das multinacionais enxerga a cesta de benefícios como uma poderosa ferramenta para atrair e, principalmente, manter os talentos na empresa. Para que isso aconteça, a oferta desses produtos deve ser mais vantajosa do que a oferecida pelos concorrentes não só do ponto de vista financeiro, mas também do social. Uma pesquisa da MetLife apontou que o plano de saúde e a assistência odontológica continuam sendo os benefícios mais desejados pelos brasileiros – 84% e 63% dos entrevistados, respectivamente, valorizam esses auxílios. O interesse pelo seguro de vida também cresceu: 60% dos pesquisados afirmaram que estão avaliando a necessidade de contratar ou ampliar a sua apólice.

A oferta de auxílios diferenciados, não obrigatórios por lei, é valorizada pelos brasileiros, porém pode onerar as organizações. Uma alternativa para esse impasse são os benefícios voluntários, em que a negociação é feita com o empregador, mas a decisão de compra e o pagamento são feitos integralmente pelo beneficiário.

Outra maneira de atender aos desejos dos funcionários é a coparticipação, prática usual em planos de previdência complementar. Nesta modalidade, a contribuição mensal para o fundo é dividida entre empresa e colaborador e há um prazo mínimo para o resgate das aplicações. Por meio dessa prática, a empresa auxilia o colaborador a planejar sua aposentadoria e, ao mesmo tempo, incentiva que o profissional permaneça por mais tempo na organização, já que, em caso de desligamento, o funcionário pode perder parte das contribuições realizadas pela companhia.

Além do apoio financeiro, os brasileiros valorizam benefícios imateriais, como flexibilização da jornada de trabalho e o home office. Embora as formas alternativas de trabalho ainda sejam pouco adotadas por aqui, elas se mostram como tendência global e incluem vantagens como convênios com academias de ginástica, clubes e salões de beleza. As iniciativas ligadas ao bem-estar e saúde aumentam os índices de satisfação e lealdade dos funcionários de ambos os sexos – o que melhora a produtividade e diminui o turnover. Entre os homens, a licença paternidade estendida e flexibilidade do horário de trabalho são diferenciais na hora de escolher uma vaga de trabalho. Para mulheres, opções ligadas à maternidade como berçário no próprio escritório e auxílio-creche despertam interesse.

Benefícios vão muito além de direitos trabalhistas. Cabe às empresas analisar qual a melhor forma de oferecê-los para atender às expectativas dos funcionários e manter o orçamento em dia. Não há uma fórmula mágica sobre o que oferecer para atrair ou reter talentos. O ideal é buscar um ponto de equilíbrio entre o desejado e o possível. Funcionários motivados são mais leais e tem melhor desempenho no trabalho, o que também tem reflexo nos resultados da companhia.

 

especial 20 anos

A descoberta dos planos odontológicos

Dr. Mauro Figueiredo, presidente do Grupo OdontoPrev

Os planos odontológicos têm conquistado um espaço crescente em nossa sociedade, seja no universo corporativo, onde iniciou sua inserção em nosso meio, seja no ambiente familiar. Há uma consciência crescente da importância da saúde bucal na busca e manutenção da saúde global.

De acordo com o Sistema de Informações de Beneficiários ANS/Ministério da Saúde, em dezembro de 2014 havia cerca de 50,8 milhões de beneficiários de planos de assistência médica com ou sem odontologia, enquanto os planos exclusivamente odontológicos reuniam 21,4 milhões de beneficiários.

A expansão dos planos odontológicos tende a aumentar contínua e gradativamente em função da conscientização de sua importância, da disponibilização de novos recursos tecnológicos, da ampliação dos canais de vendas e da evolução positiva da regulamentação do setor.

No plano corporativo, independentemente do tamanho da empresa, os planos odontológicos representam um valioso diferencial competitivo, que possibilita atrair e reter talentos, reduzir a rotatividade e diminuir o absenteísmo. Entre os benefícios atualmente concedidos pelas empresas, a assistência odontológica é o terceiro mais solicitado pelos funcionários.

Na ótica individual, os cuidados com a saúde bucal conduzem a um amplo leque de ganhos, como a prevenção de doenças odontológicas e periodontais, a prevenção de complicações em doenças metabólicas ou cardiovasculares e a preservação da qualidade de vida e elevação da autoestima.

Participar de forma efetiva desse mercado exige profundo conhecimento sobre o campo da odontologia, de seus avanços científicos e da consequente introdução de novas tecnologias. Também pressupõe manter uma relação próxima, transparente e permanente com os diferentes públicos, como empresas clientes, beneficiários, profissionais credenciados, colaboradores, entidades representativas, regulador e parceiros, contemplando seus diferentes níveis de necessidades e complexidades.

A evolução do setor na última década mostra um crescimento marcante. Em dezembro de 2004 eram 5,3 milhões de beneficiários de planos exclusivamente odontológicos. Em apenas dez anos esse número quadruplicou, expandindo-se para mais de 21 milhões de beneficiários.

A despeito desta rápida expansão, é possível afirmar que o espaço para o futuro crescimento é ainda maior. Para tanto, as operadoras de planos odontológicos devem se manter atentas às necessidades precípuas dos diferentes segmentos que hoje compõem o setor: grandes, pequenas e médias empresas, e o de planos individuais. Cada segmento requer soluções específicas, o que inclui o conjunto de produtos mais adequados e as diferentes tecnologias para prestação de serviços e para estreitar o relacionamento. Atuando nesta direção, o setor crescerá de forma gradual e consistente pelas próximas décadas, incorporando dezenas de milhões de novos beneficiários, com ganhos evidentes para toda a sociedade.

 

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A democratização dos seguros

José Carlos Macedo dos Santos, CEO da PAN Seguros

Os seguros massificados sugiram no final dos anos 90 em canais de vendas, chamados na época de canais alternativos, para oferta e comercialização de seguros. Esses canais eram formados por redes varejistas, distribuidoras de energia elétrica, empresas de telecomunicações e associações profissionais, que dispunham de importantes atributos que permitiam vendas em grande escala, como bases de dados, meios de cobrança, marca conhecida e capilaridade.

Nesses canais eram ofertados produtos em forma de combos, como seguro residencial, proteção financeira para pagamentos de contas em caso de desemprego ou morte, assistência emergencial 24 horas e capitalização para sorteios mensais como incentivo.

Essa modalidade trouxe muitas vantagens para o setor de seguros, para as empresas e consumidores. Entre elas, a divulgação e a disseminação do seguro para o público em geral, alcançando regiões longínquas, pequenas cidades, locais de menor base populacional, localidades não atendidas na época por produtos de seguros e serviços financeiros. A modalidade também proporcionou inúmeros benefícios para os clientes, principalmente consumidores de baixa renda, que pela primeira vez recebiam uma oferta de um seguro, produto tradicionalmente ofertado para pessoas das classes A e B. Além disso, a modalidade de seguros massificados recebe desde o início o incentivo dos órgãos reguladores.

Assim, os seguros massificados promoveram uma grande inclusão social. Por meio desses canais foi possível disponibilizar mais informações, oferecer mais facilidade de aquisição, ofertar preços acessíveis e proporcionar opções de pagamento. E para as empresas parceiras das seguradoras e corretoras houve grandes oportunidades de ampliarem seu portfólio de produtos e serviços, receita adicional pelo canal e maior relacionamento com seus clientes.

Desde sua criação, há 15 anos, os seguros massificados tornaram-se uma modalidade estabelecida, com praticamente todas as seguradoras atuando no segmento. Além de muitas corretoras e consultorias especializadas dedicando-se exclusivamente a seguros massificados.

O público-alvo também transformou-se, expandindo-se consideravelmente. Antes formado por clientes de menor renda, atualmente está diversificado. Pessoas mais bem informadas, conectadas em redes sociais, com necessidades diferentes, com maior poder aquisitivo, enfim, com maior propensão para aquisição de seguros e serviços.

É importante ressaltar também alguns pilares importantes que foram fundamentais para o sucesso da massificação de seguros no Brasil, como tecnologia, marketing, pesquisas e comunicação. Grandes investimentos foram realizados no início dos massificados.

Agora é o momento de repensar o modelo. O mundo está mais dinâmico, novas tecnologias surgem cada vez mais rápido, novas mídias, novos meios de se comunicar, novos perfis de consumidores, e, claro, novas necessidades. O desafio também é fazer com que modelo massificado alcance produtos como de saúde e auto.

É preciso conhecer as diferentes regiões do país, suas características, seus costumes, sua cultura, as questões socioeconômicas e demográficas, e aplicar esse conhecimento na elaboração das diferentes ações em cada mercado. Serão necessários produtos e serviços diferentes em cada região e microrregião do país. Enfim, é democratizar cada vez mais o acesso aos produtos de seguros no Brasil.

 

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20 anos de Seguro Automotivo: A evolução dos serviços

Fabio Luchetti, presidente da Porto Seguro Seguros

As últimas duas décadas representaram uma evolução significativa para o mercado de seguro automotivo. As seguradoras se profissionalizaram ainda mais, ouviram os corretores e, com base na vivência desses profissionais e na experiência no setor, inovaram criando padrões como apólices personalizadas, novos benefícios e diferenciais para manutenção da base de clientes já existente e captação de novos segurados.

Nos anos 80, o seguro de automóvel era operado por poucas companhias já que o mercado não enxergava nesta modalidade de seguro o resultado que outras carteiras geravam. Os motivos que conduziam a esta postura ocorriam principalmente porque o seguro de automóvel exigia, por parte de corretores e seguradoras, um esforço operacional intenso, além de se observar dificuldade na liquidação de sinistros, no sistema de cobrança e na aceitação restrita.

Na tentativa de superar estas dificuldades a Porto Seguro implantou um criterioso sistema de aceitação, que usava a vistoria prévia como instrumento de classificação dos riscos. Numa segunda fase, a introdução do “perfil do segurado” se materializou por um questionário de avaliação de risco, onde era possível coletar também dados ligados ao condutor e seu comportamento como idade e existência de garagem para o veículo.

A adoção de formas de pagamentos mais modernas, como cheque e débito em conta, também deve ser lembrada como alavancas que permitiram a redução do extravio de carnês de cobrança e a consequente falta de pagamento do prêmio, que gerava cancelamentos das apólices e recusas de sinistros.

Com a escalada da violência e consequentemente do roubo/furto de veículos, a Porto Seguro criou equipamentos de segurança adaptados para cada tipo de risco. Como um sistema mais simples que chamamos de “vacina antifurto” onde as placas e chassi dos veículos eram gravados nos vidros, o que facilitava a identificação de dublês, prática comum entre os ladrões de veículos. Criamos também sistemas de rastreamento que a partir da autorização do segurado permitiu localizar veículos roubados/furtados.

Outro ponto a se destacar é que as seguradoras começaram a usar a tecnologia para melhorar a troca de informações, tornando-as mais rápidas e eficientes e, com isto, evitar e controlar as eventuais fraudes que o mercado de seguro sempre foi alvo. Foi criada a “central de bônus” que garantiu aos segurados, no caso de troca de seguradora, a portabilidade rápida e segura. A adoção de uma tabela padrão de valores médios de veículos eliminou as intermináveis discussões sobre o valor que seria indenizado. Segurados, corretores e seguradoras ganharam mais segurança e velocidade em todas as fases do contrato de seguro.

Hoje o mercado se prepara para novos desafios e um deles é desenvolver produtos que permitam que o seguro de automóvel possa ser contratado por uma fatia da sociedade que ainda o considera inviável financeiramente. O Seguro Popular foi criado para ajudar neste processo e tem como principal característica permitir que o segurado possa escolher entre o modelo tradicional e um mais barato onde a reparação do veículo possa ser feita com peças de reuso, por exemplo.

No setor automotivo, a venda interna de veículos permaneceu em um patamar elevado e, apesar da eliminação gradativa dos incentivos fiscais, os carros novos vendidos alcançaram mais de três milhões de unidades em 2014. Tal número corresponde ao quarto maior mercado do mundo.

Neste contexto, a Porto Seguro atua com uma estratégia de segmentação e diferenciação por meio de suas marcas. No seguro de automóvel, atingimos em 2014 cinco milhões de veículos segurados, somando as três marcas da empresa (Porto Seguro, Itaú Seguros Auto e Azul Seguros).

Nossos resultados são consequência do foco na qualidade e diversificação dos serviços, no atendimento e no relacionamento com clientes, corretores de seguros e parceiros.

 

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Os desafios de uma seguradora de capital aberto

Gabriel Portella, presidente da SulAmérica

As mais de 450 empresas nacionais de capital aberto, de acordo com levantamento recente da BM&FBovespa, demonstram o imenso potencial do País para o crescimento da oferta de recursos nos próximos anos. Mesmo diante de um cenário econômico desafiador, o Brasil é o país latino-americano com mais empresas listadas entre as maiores do mundo no ranking Global2000, publicado neste ano pela revista Forbes e que incluiu companhias de 61 países.

Não há dúvidas de que o mercado financeiro e de capitais brasileiro passou por uma grande evolução, influenciada principalmente pela atuação dos órgãos normativos e reguladores, como o Conselho Monetário Nacional (CMN) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Especificamente no setor de seguros privados, merecem destaque os trabalhos do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).

A SulAmérica, que comemora em 2015 oito anos de sua Oferta Pública de Ações (IPO, na sigla em inglês para Initial Public Offering), segue acompanhando de perto o desenvolvimento do mercado de capitais e as mudanças significativas voltadas à dinâmica do setor. De 2007, época da operação reconhecida como a maior de um grupo segurador na América Latina, até hoje, o total de empresas deste segmento com ações na BM&FBovespa passou de duas para seis.

A maior procura por parte das companhias pelo processo de IPO está relacionada diretamente ao amadurecimento e melhor entendimento deste mercado. Dez anos atrás, as seguradoras eram classificadas como um ativo no segmento financial (ou financeiro), enquanto o mercado internacional, especialmente o europeu e o norte-americano, já tinha uma prática bastante avançada de análise e dinâmica de ativos dessa natureza.

Como parte do processo evolutivo do setor no País, as especificidades deste mercado – incluindo a gestão das reservas e recursos, questões de sinistralidade, a solvência e a alavancagem operacional – passaram a ser compreendidas, e os analistas brasileiros ampliaram as discussões em esfera nacional.

Nos últimos anos, houve também inúmeros avanços no mercado de investimentos no Brasil relacionados ao ganho de conhecimento e ao domínio da lógica da indústria. Como consequência, o mercado de capitais passou a ser caracterizado como uma forma importante de acesso ao financiamento do crescimento, além de contribuir positivamente para aspectos relacionados à governança, transparência e sustentabilidade dos negócios.

Vem justamente dessa tríade boa parte dos desafios relativos à abertura de capital. Um deles é a exposição diante dos stakeholders. Esta grande vitrine que permite e incentiva questionamentos de diferentes partes insta a companhia a definir o que e como quer comunicar a analistas, investidores e todos os seus públicos de interesse.

Esta decisão requer também uma profunda avaliação de custo operacional. Essa importante tomada de decisão implica investimentos contínuos em auditoria, publicação de relatórios trimestrais de resultados, conselhos independentes e equipes de profissionais de RI (relação com investidor) dedicadas exclusivamente ao atendimento ao mercado. Há, ainda, demanda por aproximação com stakeholders estrangeiros e atualizações constantes entre os públicos de interesse da companhia.

Desde outubro de 2007, a BM&FBovespa referenda as melhores práticas de gestão da SulAmérica listando a companhia no nível 2 de Governança Corporativa. Com um valor de mercado de R$ 4,7 bilhões, a seguradora integra há seis anos o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da mesma BM&FBovespa, que tem o objetivo de mensurar e avaliar de maneira integrada diversos aspectos relacionados à sustentabilidade das empresas. Isso se traduz em resultado, uma vez que as empresa que integram o ISE são as mais rentáveis em Bolsa.

Certamente a dinâmica de uma companhia com ações em Bolsa apresenta complexidades que exigem profunda avaliação e preparo. Se a companhia tem historicamente o compromisso com práticas alinhadas aos preceitos de governança, transparência e sustentabilidade, como é o caso da SulAmérica, a abertura de capital ganha o sentido de evolução. Não apenas para si, mas para todo o mercado em que atua.

 

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Um processo que ainda não chegou ao fim

Margo Black, CEO da Swiss Re Brasil

A abertura do mercado de resseguros era esperada desde a segunda metade dos anos 90 e algumas companhias internacionais chegaram a investir no país naquele momento, na expectativa do fim do monopólio estatal. Mas, apenas em janeiro de 2007, após discussões acaloradas a respeito do tema e certa frustração do mercado internacional pela indefinição acerca da mudança de sistema, é que foi publicada a Lei Complementar nº 126, que regulamentou a abertura do mercado de resseguros brasileiro.

Alguns players internacionais decidiram imediatamente entrar no mercado local, enquanto outros, mais cautelosos, adotaram uma postura mais conservadora, aguardando o desenrolar do processo que trouxe desafios inéditos a todos os envolvidos na regulamentação e desenvolvimento do setor.

Mas, passados oito anos, por que então digo que o processo não chegou ao fim? Porque embora tenha total consciência de que um mercado que ficou fechado por sete décadas não pode amadurecer de uma hora para outra, vemos que no momento em que o processo de abertura deveria começar a mostrar sinais de consolidação e amadurecimento, ainda restam discussões sobre os caminhos a serem percorridos, decorrentes da estrutura regulatória de certa forma deficiente, que ainda não permite que a capacidade total do mercado internacional seja acessada e, em contrapartida, gera custos adicionais aos envolvidos.

Lembrando que, em geral, regras de resseguros muito protecionistas acabam gerando importantes travas ao desenvolvimento do setor. E, sem um mercado de resseguros competitivo e de fato aberto, os sinistros vultosos, que poderiam ser pulverizados entre os resseguradores estrangeiros de uma forma mais sustentável, acabam tendo um impacto maior na economia brasileira e no balanço das seguradoras aqui estabelecidas.

A busca por um mercado desenvolvido, maduro e competitivo, num cenário global, também implica na geração de maiores eficiências técnicas e operacionais, no intercâmbio saudável de know-how e tecnologia com os players internacionais, isto é, em maiores investimentos na qualificação dos profissionais que atuam no setor.

É necessário trazer incentivo para o desenvolvimento de novos produtos, para importar novas tecnologias, para a formação de profissionais especializados e capacitados para enfrentar, com uma visão mais estratégica e de longo prazo, um ciclo soft como o que estamos atravessando agora.

E não podemos nos esquecer da responsabilidade social de seguradoras e resseguradoras estabelecidas no Brasil, através da criação de mecanismos de proteção financeira para as camadas menos favorecidas da população, com menor poder aquisitivo e sujeitas a enormes prejuízos pessoais e materiais em função de desastres naturais, com destaque aos alagamentos e deslizamentos de terra.

A criação de tais mecanismos, que vão desde o microsseguro até soluções paramétricas mais sofisticadas, dependem de diálogos contínuos entre os setores público e privado e de uma política mais aberta por parte do governo, que permita e incentive os players internacionais a “importarem” soluções já implementadas com sucesso em outras regiões do mundo, sempre com vistas ao desenvolvimento e progresso brasileiro.

especial 20 anos

O incremento da experiência internacional em companhias brasileiras

José Adalberto Ferrara, presidente da Tokio Marine

Há no imaginário do povo brasileiro a associação de atributos como “tradição” e “qualidade” a produtos japoneses. E é exatamente com base nestas duas características que nós, da Tokio Marine Seguradora, atuamos no mercado brasileiro há 56 anos. Como subsidiária do Grupo Tokio Marine, o mais antigo conglomerado securitário do Japão, fundado em 1879, buscamos honrar esse legado e contribuir para o aumento da participação da indústria de seguros na economia nacional.

Para isso, qualidade é a palavra-chave. Qualidade e Compromisso dos Colaboradores; Qualidade dos Produtos e Qualidade de Entrega dos Serviços aos nossos clientes, corretores e assessorias. É neste tripé que está baseado o nosso plano estratégico de crescimento, denominado “Avançar”, pelo qual queremos crescer 15% ao ano, de 2015 a 2017, atingindo uma produção de R$ 5 bilhões.

A questão da qualidade é tão forte no DNA da Tokio Marine que estabelecemos, para todos os colaboradores, o objetivo de alcançarmos um Índice de Satisfação de Clientes e Corretores superior a 90%. Esta importante métrica é composta por 18 indicadores que medem a satisfação dos nossos produtos e serviços.

Aliados às diretrizes da matriz, buscamos absorver as boas práticas de uma corporação que atua em 38 países, emprega mais de 45 mil colaboradores e emitiu R$ 84,4 bilhões em prêmios de seguros em 2014. Entre estes pontos fortes está o profundo conhecimento e a criteriosa avaliação dos riscos que subscrevemos. Com a expertise do grupo e o intercâmbio entre nossos executivos, podemos oferecer diferenciais como equipes especializadas, forte gerenciamento de riscos, acesso às mais importantes resseguradoras mundiais e regulação eficiente de sinistros. Como resultado, a Tokio Marine é reconhecida por oferecer soluções de excelência para o segmento de produtos Pessoa Jurídica.

Outro fator importante é que o Grupo Tokio Marine trata as questões que envolvem solvência de forma muito séria. Somos reconhecidos com a classificação A++ da AMBest, agência de rating especializada no setor de seguros, pela solidez financeira, investimento e monitoramento das questões relacionadas ao gerenciamento de riscos em todos os países onde atuamos. Aqui no Brasil não é diferente e a gestão destes índices segue o mesmo padrão adotado internacionalmente.

Este modelo de Governança Corporativa e estrutura de gestão de riscos eficiente, que inclui estruturas como Compliance, Auditoria Interna e Controles Internos, provê à Tokio Marine informações precisas para as tomadas de decisões. A operação brasileira responde ao comando da Tokio Marine North America, Inc. & TMNA Services, atualmente comandada pelo executivo Akira Harashima, que liderou a Companhia entre 2008 e 2013 e exerceu um papel fundamental na internalização destes conceitos.

No Japão, a indústria de seguros representa 11% do Produto Interno Bruto. Ainda estamos distantes dessa marca no Brasil, mas temos certeza de que trabalhando juntos, de forma sinérgica, entre congêneres, órgãos reguladores, corretores e assessorias, poderemos aumentar a participação da indústria de seguros em relação ao PIB. Como uma seguradora multiprodutos, cujo portfólio inclui as carteiras de auto, RE, vida, grandes riscos, transportes e microsseguros, procuramos diariamente disseminar a importância da proteção de pessoas e empresas, colaborando assim com o desenvolvimento do nosso País.

 

especial 20 anos

A tecnologia desafia o mercado de seguros

Renato Rodrigues, Gerente Geral da Operação de Seguros da XL Catlin no Brasil

Com os primeiros foguetes, o primeiro ser humano a pisar na Lua, o primeiro transplante, a primeira TV em cores, a tecnologia conquistou corações e mentes na segunda metade do século XX. No entanto, o século XXI está nos mostrando que estávamos apenas arranhando a superfície. Hoje, muitas pessoas carregam em seus bolsos dispositivos com mais capacidade de processamento do que os computadores usados pela NASA no início da corrida espacial. Nunca a tecnologia – e a SmartTV, o Google Glass, a biotecnologia, os drones, os carros sem motoristas e os smartwatches – foi tão presente em nossas vidas e em nossos negócios.

Acostumada com o uso da tecnologia, a Geração Y – também chamada de ‘Millennials’ – hoje domina os mercados de consumo e de trabalho, substituindo os ‘Baby Boomers’ em fase de aposentadoria. Isto significa que acompanhar o cada vez mais acelerado ritmo das novidades e gerenciar os riscos a elas associados torna-se um fator chave para o sucesso ou para o fracasso de praticamente qualquer empresa em qualquer atividade – e isso inclui o setor de seguros.

O avanço da tecnologia pode transformar os riscos rapidamente

Para o setor dos seguros, a tecnologia traz novos riscos que precisam ser abordados. Por exemplo, carros sem motoristas estão se tornando uma realidade. Como isso muda a responsabilidade em toda a cadeia de valor do setor automotivo, desde os fornecedores de peças aos proprietários dos veículos? Quanto tempo vai demorar até que tenhamos aviões voando sem pilotos? Que mudanças isso trará para as apólices de seguro do mercado da aviação? Quais serão as soluções de seguros que vamos desenvolver para estes novos riscos?

Novos riscos desafiam as maneiras pelas quais a indústria de seguros opera. Os volumes de dados disponíveis estão se expandindo rapidamente e as fontes de dados proliferam. Como resultado, as funções dentro de uma empresa de seguros vão mudar, juntamente com as condições de concorrência. Tradicionalmente, o setor segurador tem baseado seu negócio em seus dados – em longas séries de dados que refletem o passado. Mas os novos riscos não possuem registros históricos, então chegou a hora de nos acostumarmos com o fato de que vamos ter de descobrir novas respostas e soluções.

E vamos ter de fazer isso rapidamente. A tecnologia está fazendo o mundo girar mais rápido. Basta imaginar um engenheiro de risco com papel e caneta anotando todos os fatores de risco que ele identifica em uma fábrica para, em seguida, colocá-los em seu computador e depois enviar um relatório para o cliente. Uma situação bastante comum… para a década de 1990. Quem poderia esperar tanto por essa informação nos dias de hoje? Na XL Catlin, os engenheiros de risco coletam as informações usando um aplicativo pioneiro para iPad, que permite o upload de dados e o enriquecimento dessas anotações com fotos do local analisado e gravações de voz. Ele conta até com um recurso que transforma em texto as anotações feitas em voz. Todas essas características tornam nossas avaliações de risco ainda mais robustas e informativas para nossos subscritores, que devem avaliar e precificar os riscos de forma adequada – e também nos permitem sermos mais rápidos.

Agregar tecnologia às nossas atividades também simplifica e facilita os processos. Um exemplo disso é nossa plataforma de TI: nosso sistema, que pode ser acionado a partir de celulares, oferece apoio a uma gama completa de transações de processamento de reivindicações, desde a primeira notificação de perda até o pagamento final, para todas as linhas da XL Catlin, de Patrimoniais, Responsabilidade Civil e seguros especiais, incluindo responsabilidade civil, aviação, transporte e outras coberturas de seguro. Tudo em escala global e tempo real.

Precisamos nos adaptar a este mundo novo e ousado. Está em nossas mãos encontrar maneiras inteligentes para criar valor para clientes e acionistas com base nele.

 

especial 20 anos

O desafio da integração intercultural de negócios

Francisco Caiuby Vidigal Filho, presidente da Yasuda Marítima Seguros

Há cem anos aconteceu um dos episódios mais insólitos da história moderna que é, ainda hoje, um exemplo de como o fato de conhecer as pessoas com quem se negocia torna muito mais fácil vencer eventuais barreiras e conceitos pré-concebidos. No final de 1914, combatentes alemães e ingleses, oponentes na 1ª Guerra Mundial, decretaram uma trégua não oficial em suas trincheiras numa área na Europa conhecida como “terra de ninguém” para confraternizar, comemorar o Natal e (pasmem!) jogar futebol.

Dentre os vários registros desse evento, que é considerado um dos mais extraordinários incidentes da Grande Guerra e da história militar, estão fotos e cartas de soldados relatando a parentes que perceberam ter muita coisa em comum com o seus supostos “inimigos”, como a vontade de voltar para casa, a saudade da família e amigos, a incerteza da guerra e até a admiração que nutriam pelo país uns dos outros. Como consequência, conta-se que o alto comando de ambos países ordenou a substituição de tropas, já que muitos soldados não queriam mais atirar em “seus novos amigos”.

Mesmo que haja desafios bastante complicados de serem transpostos, o ambiente corporativo não se compara a uma guerra de fato. E, se numa situação em que homens que tentavam matar uns aos outros deixaram suas diferenças de lado e até encontraram pontos em comum, por que não “baixar as armas” numa negociação, que já tem como objetivo básico estabelecer um acordo?

Quando anunciamos o processo de integração entre as companhias Yasuda Seguros e Marítima Seguros, um dos questionamentos que mais ouvimos foi: como duas companhias com perfis tão antagônicos podem se tornar uma só? Simples: pelo diálogo.

O que identificamos foi que as características que pareciam ser diferenças se mostraram, na verdade, complementaridade de competências. Aliás, competências essas que nos deram condições de atuar de forma mais efetiva para conquistar mais participação no mercado brasileiro que, apesar de concorrido, ainda tem muito o que crescer.

E um dos primeiros desafios foi o de comunicar todo o público com o qual ambas as companhias que deram origem à Yasuda Marítima se relacionavam. Nesse universo consideramos dois mil funcionários, 18 mil corretores parceiros, 90 mil corretores do mercado brasileiro, prestadores de serviços e um milhão de segurados.

Fora o trabalho de comunicação interna, que permitiu ressaltar ainda mais nossas afinidades e fazer com que toda a equipe estivesse imbuída do propósito de fazer da nossa companhia uma empresa única, baseada em ser reconhecida como a seguradora que oferece as melhores soluções do mercado; iniciamos uma maratona de viagens e encontros e reuniões com entidades representantes do mercado e com corretores de seguros por todo o Brasil, para dar detalhes de nosso plano. Foi uma aventura digna de road movie que nos permitiu estar ainda mais próximos de nossos parceiros corretores de seguros e conhecer melhor as demandas específicas de cada localidade em nosso país. Além disso, investimos em tecnologia, melhoria de processos que dinamizaram a gestão e tem dado ainda mais agilidade e capacidade competitiva à companhia.

Mas foi por meio do diálogo e da interação que chegamos ao ponto comum da integração. Mais do que negócios, o que vimos acontecer foi pessoas que souberam encarar desafios e se unir em prol de um objetivo comum, aprendendo umas com as outras e crescendo, como profissionais e como seres humanos. E essa é uma experiência a ser guardada para toda a vida!

 

especial 20 anos

Seguro para grandes obras no Brasil

Werner Stettler, Vice-Presidente de Global Corporate para Zurich Brasil

Há 32 anos no país, a Zurich colaborou com a cultura deste seguro no Brasil. Nos últimos cinco anos houve um boom em grandes obras, e a companhia esteve preparada para atender à demanda. Agimos com compromisso e competência e assim fortalecemos a confiança junto ao mercado.

A área de riscos de engenharia desenha um horizonte largo. O Governo Federal indica atenção dirigida a obras de infraestrutura, sabidamente necessárias para o desenvolvimento do país.

Estão previstos investimentos em ferrovias, rodovias, portos e aeroportos, assim como fontes de energia renovável e obras que assegurem a mobilidade urbana, a exemplo de metrôs e túneis. A iniciativa privada, paralelamente, projeta ampliações ou novas plantas.

Independentemente da complexidade da obra, e sendo ela pública ou privada, a Zurich participa de grandes construções e nosso valor é percebido pelo cliente. Temos expectativas consistentes e a estratégia de nossos negócios para o Brasil contempla projetos a curto, médio e longo prazos. Nosso market share permanece crescendo porque apresentamos expertise e solidez, oferecendo tranquilidade para nossos clientes e parceiros.

Para a seguradora, a experiência e o reconhecimento adquiridos ao longo dos anos gera orgulho e estimula novas conquistas: permanecemos atentos às necessidades dos clientes, sempre inovando e gerando melhorias

Disponibilizamos seguros para projetos de engenharia nos diversos setores, cobrindo desde obras civis de pequeno porte até grandes riscos, como as iniciativas mais complexas em telecomunicações, energia e infraestrutura. A carteira de engenharia atende às necessidades das empresas da construção civil e montadoras de equipamentos com relação aos riscos a que estão expostas durante a realização de seus serviços. Os programas de seguro são customizados para cada cliente e risco.

Nossa especialização em obras se estabelece a partir de um diferencial que firma a proposta de valor da empresa: a engenharia de riscos. Nosso trabalho de mitigação de riscos é referência global e consiste em ir muito além do produto seguro, transmitindo ao cliente a tranquilidade de que o projeto está sendo acompanhado de perto pelos nossos engenheiros de risco – mais de 900 especialistas ao redor do mundo, conectados e trocando experiências.

Uma vez contratado o seguro de riscos de engenharia, a companhia atua em parceria com o cliente e compartilha sua vasta experiência durante todo o ciclo da obra. Nossos profissionais geram relatórios de recomendações e análise do risco, por performance e operacional. Moldado na experiência global, nosso acompanhamento supera as questões especificamente técnicas, aferindo uma visão global da construção.

 

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