A locomoção de produtos no Brasil tem sua matriz no transporte rodoviário, por isso o roubo de cargas é um assunto recorrente no país, ressaltando a importância do seguro de transporte. Esse tipo de prática criminosa teve início por aqui nos anos 70 e ocorre com muita frequência, trazendo implicações ao preço final dos produtos brasileiro, agravando o chamado “custo Brasil”. Esse custo leva a uma escassez dos produtos nas prateleiras fora do país.
Para o advogado Nelson Faria de Oliveira, “o Brasil só vai ser uma grande potência quando tiver condições de vender produtos em outro país”. Para isso, é preciso encontrar maneiras de frear essas práticas e puni-las com mais rigor. Segundo ele, há diversos pontos na legislação que precisam ser modificados.
O caminho que as mercadorias percorrem no país para chegar aos portos e aeroportos muitas vezes são perigosos e bem conhecidos por quem planeja um roubo. O seguro de transporte se torna essencial para que indústrias, motoristas e gestores de risco possam ter mais tranquilidade ao realizar entregas. O assunto foi abordado por Oliveira em simpósio realizado pelo CIST em São Paulo na última quinta-feira, 21.
Outro ponto destacado pelo advogado no painel é a necessidade de identificar os mandantes dos roubos e furtos. Ele ressalta que na grande maioria das vezes os criminosos já sabem qual carga irão roubar, pois há um mandante por trás desse tipo de crime. “Os receptores dessas cargas muitas vezes são grandes redes varejistas”, alertou.
Utilizar tecnologias que possam identificar a localização da frota e a rota traçada, podem ajudar a mitigar os riscos de roubos, mas Oliveira acredita que legislação e medidas de segurança deverão sempre estar aliadas a um seguro de transportes que cubra com eficiência os riscos apresentados.
Amanda Cruz / Revista Apólice
