Foi prorrogado o prazo para divulgação das oito circulares que normatizarão o microsseguro, previstas para serem apresentadas até o dia 14 de abril deste ano. O novo prazo é até o fim do primeiro semestre, disse o diretor executivo de vida e previdência da Bradesco Seguros, Eugenio Velasques, durante o evento “Os desafios do microsseguro”, realizado pela ANSP nesta terça-feira (10). O executivo também é presidente da Comissão de Microsseguros da CNseg e faz parte do grupo que está discutindo o conteúdo das circulares.
Segundo Velasques, de 70% a 80% do conteúdo das oito circulares já está pronto. Elas abordarão o mecanismo de funcionamento do microsseguro, o capital mínimo e a solvência que as seguradoras deverão ter, os procedimentos para utilização dos meios remotos, entre outros pontos. Três delas tratarão sobre o canal de distribuição: o correspondente e o corretor de microsseguros e a habilitação de toda a cadeia. “Tanto o órgão regulador quanto o mercado tem necessidade de uma discussão muito intensa, porque está se constituindo um mercado novo no País. É interessante trazer novos players ou colocar os players brasileiros em capacidade de competição, especialmente no âmbito regional”, pontuou Velasques.
Ele ainda destacou que algumas seguradoras estão esperando a publicação da regulação e a experiência das primeiras seguradoras para ver se o segmento é viável. Outras já foram em frente e criaram produtos com características de microsseguro. “Porém, não vejo produtos colocados de forma intensiva. Vejo poucos produtos como acidentes pessoais, vida e alguns mais ousados no residencial”, completou.
Como exemplo de um projeto bem sucedido, o executivo apontou o “Estou Seguro”, desenvolvido pela CNseg em parceria com 17 seguradoras no Morro Dona Marta, no Rio de Janeiro. A iniciativa é uma das responsáveis pelo microsseguro representar 26% da carteira de vida individual da Bradesco.
Para ele, as pessoas precisam saber que o microsseguro não será um modismo, mas sim uma atividade nobre. A ideia não é ter muito lucro com o microsseguro, mas sim educar a população sobre a importância do seguro. Ou seja, se o indivíduo hoje paga apenas R$ 2,50 ou R$ 3,00 no seguro, a sua evolução de renda permitirá que, no futuro, ele aumente os valores gastos com seguros.
Jamille Niero
Revista Apólice
