As taxas de seguros de riscos de engenharia para a construção das arenas para a Copa 2014, a ser realizada no Brasil, são 50% menores que as cobradas para os estádios que foram utilizados na África do Sul. Em algus casos, as cifras correspondem a 30% das vistas no mundial deste ano. De acordo com Rodrigo Belloube, executivo da Munich Re especializado em riscos de infraestrutura, o excesso de capital ofertado pelas resseguradoras que não param de aportar no Brasil após a quebra do monopólio estatal explica parte deste cenário. “A crise financeira fez com que só o mercado de resseguros brasileiro crescesse. Junto a isso temos o aumento da concorrência que possibilita que o seguro para estádios seja mais barato no Brasil”, explica.
Para ele, os riscos técnicos são equivalentes aos da África do Sul, porém, a oferta elevada faz com que as companhias trabalhem com precificações puramente comercial e não baseada nos cálculos atuariais e técnicos. Belloube acrescenta que este cenário leva a crer que a sinistralidade futura está no sinal amarelo.
No total, os 12 estádios da Copa podem gerar receita de US$ 2,5 bilhões (R$ 4,3 bilhões) às seguradoras.
Cronograma
Sobre os possíveis atrasos das obras, Belloube afirma que o aperto no cronograma não traz grandes problemas. Isso porque, diferente de uma hidrelétrica, a maioria dos estádios não tem cobertura para perdas financeiras e sim materiais. “Se atrasar o dia de entrega de uma usina, por exemplo, a renda que deveria ser gerada não é produzida, se tem uma perda financeira”, explica.
Nos próximos 4 anos, serão injetados R$ 955 bilhões em infraestrutura no País. Para cada estádio, o limite de recursos é de R$ 400 milhões. A cidade de São Paulo será a que receberá o maior volume de investimentos.
Aline Bronzati
Revista Apólice