A Swiss Re divulgou lucro líquido de US$ 812 milhões para o segundo trimestre de 2010. No ano passado, a companhia apresentou prejuízo de US$ 342 milhões para o mesmo período. “Os negócios da Swiss Re tiveram bom desempenho no período”, disse Stefan Lippe, executivo-chefe da resseguradora. De acordo com ele o bom número é devido ao resultado obtido na área de Gestão de Ativos.
O patrimônio líquido da companhia aumentou em US$ 1,3 bilhão, chegando a US$ 27,5 bilhões no segundo trimestre de 2010. O retorno sobre o patrimônio no segundo trimestre de 2010 foi de 13,4%, em comparação com os ?7,4% no mesmo período do ano anterior. O valor escritural por ação ordinária aumentou de
CHF 72,23 (US$ 68,62) no fim do primeiro trimestre de 2010 para CHF 78,44 (US$ 72,51). Os ramos elementares registraram resultado operacional de US$ 455 milhões, em comparação com os US$ 896 milhões no mesmo período do ano anterior, mantendo a lucratividade das subscrições.
O balanço sofreu impacto do aumento de US$ 130 milhões nos sinistros estimados devido ao terremoto no Chile, chegando a US$ 630 milhões, e sinistros estimados em cerca de US$ 200 milhões no caso da explosão da plataforma Deepwater Horizon, antes dos impostos, em ambos os casos. A sinistralidade combinada para o segundo trimestre de 2010 foi de 102,0% (ou 100,2% se excluirmos a reversão de descontos), em comparação com os 89,4% (87,6%) no mesmo período do ano anterior.
Os segmentos de vida e saúde alcançaram lucro operacional de US$ 142 milhões no segundo trimestre de 2010, em comparação com o prejuízo operacional de US$ 8 milhões no mesmo período do ano anterior. A melhora no resultado operacional se deve aos resultados melhores em anuidades variáveis, compensados em parte pela queda dos retornos oferecidos pelos investimentos. A relação de benefícios aumentou para 93,5%, em comparação com os 78,6% no mesmo trimestre de 2009.
A gestão de ativos apresentou um resultado operacional de US$ 1,2 bilhão no período, em comparação com US$ 472 milhões no segundo trimestre de 2009. O retorno anualizado sobre os investimentos foi de 5,8% no segundo trimestre de 2010, comparado com 0,5% no segundo trimestre de 2009. O retorno total sobre o investimento durante o trimestre atingiu o nível de 13,2%, em comparação com os 2,4% para o mesmo período no ano anterior. Os resultados também sofreram a influência positiva de ganhos de câmbio e ajustes dos investimentos ao mercado.
No segundo trimestre de 2010, a Swiss Re continuou a reduzir os riscos da carteira legada, com a venda de todas as posições restantes da antiga Structured CDS e a comutação de US$ 1 bilhão de exposição referencial na Financial Guarantee Re.
No segundo trimestre de 2010, a carteira legada gerou um prejuízo operacional líquido de US$ 54 milhões.
Perspectivas
Nos últimos dois anos, a Swiss Re posicionou sua carteira de resseguro para o desaquecimento do mercado. Com o apoio de sua abordagem para a gestão de carteiras, a Swiss Re conseguiu manter a adequação de preços estável durante as renovações de julho de 2010, apesar do desaquecimento do mercado, estimado em 3%. O Grupo concentrará a disciplina na gestão de ciclos.
A Gestão de Ativos continuará a ajustar a alocação de ativos para concentrar os retornos ajustados pelo risco de longo prazo, diversificando a carteira de investimentos de acordo com a estrutura de gestão de ativos e passivos.
Em junho de 2010, a Swiss Re celebrou um contrato no setor público com um estado dos EUA, estruturando uma cobertura eólica paramétrica multianual para o Fundo de Seguros do Estado do Alabama (SIF, na sigla em inglês) para proteger a volatilidade de preços de seguro depois de uma grande tempestade.
Esse contrato marca a primeira vez em que um órgão de um país industrializado utiliza uma solução paramétrica para transferir a exposição do governo a catástrofes para o setor privado.
Para o executivo-chefe da Swiss Re, “A expectativa é de que o setor de resseguros tenha um crescimento moderado, porém estável, nos próximos anos”. De acordo com Lippe, a previsão é que o mercado de ramos elementares cresça, em média, 6,5%, e o de vida e saúde, 3,7% ao ano na próxima década.
J.N.
Revista Apólice