O Programa de Reciclagem de Amálgama da OdontoPrev já conta com a participação de 1.954 cirurgiões-dentistas credenciados à operadora. Esses profissionais estão contribuindo para melhorar as condições do meio ambiente, pois a recuperação do mercúrio das sobras do amálgama utilizado nos consultórios evita que o metal tóxico seja descartado na natureza. A OdontoPrev desenvolve o programa desde 2005, em parceria com a Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB-USP). A operadora é patrocinadora da pesquisa, reequipando o Laboratório de Bioquímica, fornecendo todos os materiais necessários e remunerando os pesquisadores.
Até agora, 16 quilos de amálgama já foram processados por meio do programa, recuperando 8,4 quilos de mercúrio. Cada restauração dentária utiliza em média dois gramas de amálgama. “O resultado esperado é a proposição de tecnologias limpas, com a finalidade de conservação do meio ambiente”, afirma Vera Zanuto, gerente de Sustentabilidade da OdontoPrev.
Um desafio à implementação do programa nos consultórios dentários era o envio do material coletado pelos dentistas para a FOB/USP. No entanto, essa questão já foi resolvida com a criação de um tubo confeccionado em plástico contendo tampa com rosca e lacre e incluindo um suporte em acrílico para mantê-lo na posição vertical, o que possibilita o descarte e envio seguro do amálgama para reciclagem. A embalagem foi aprovada pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e está em conformidade com a Resolução nº 358, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), referente ao tratamento e disposição final dos resíduos dos serviços de saúde.
Durante o processamento do amálgama, os especialistas recuperam dois componentes principais: a prata e o mercúrio, que voltam para a cadeia produtiva. Eles são destinados a laboratórios e instituições de pesquisa conveniados. A pequena porção restante (mercúrio mais prata respondem por quase 90% da composição do amálgama) também sofre um processamento para o descarte adequado. Geralmente, é descartado em esgoto após algumas análises de segurança. O material recuperado também pode ser reaproveitado em pesquisas na própria instituição ou em outras, por meio de doação.
O mercúrio é um metal pesado, líquido em temperatura ambiente, que pode se acumular e contaminar o solo, plantas e afluentes, além de, consequentemente, ser ingerido pelos seres humanos por meio da água e plantas contaminados. Seus principais efeitos nos seres vivos, mamíferos principalmente, são danos ao sistema nervoso central. Os efeitos em humanos descritos são: perda da sensibilidade em extremidades, prejuízo da visão, fala e audição e má formação dos fetos. Em casos mais severos de envenenamento (altas concentrações), pode levar à cegueira, coma e morte.
JN
Revista Apólice