A seguradora japonesa Mitsui Sumitomo Insurance Group fez um aporte de R$ 60 milhões na subsidiária brasileira Mitsui Sumitomo Seguros. Essa é a segunda vez que a companhia investe na filial brasileira em menos de dois anos. Em junho de 2008, foram injetados R$ 90 milhões, totalizando R$ 150 milhões em investimentos.
“O aporte tem como principal objetivo dar suporte ao crescimento da empresa, além de possibilitar novos investimentos nas estruturas de atendimento a corretores, inclusive médios corretores, e em canais não tradicionais, por meio de parcerias com corretores especializados”, afirma Hyung Mo Sung, diretor vice-presidente da Mitsui Sumitomo Seguros.
A empresa caminha na contramão do mercado segurador. A maioria das companhias está buscando o canal bancário como forma demassificar a distribuição de seus produtos. “Além de não haver grandes oportunidades nos canais bancário e de varejo, o processo de consolidação do setor acabou deixando de lado os corretores. E, sendo assim, achamos importante manter o nosso modelo de relacionamento com esses profissionais”, explica o executivo. Atualmente, a filial brasileira da Mitsui atua em parceria com cerca de 400 corretores.
“Além disso, à medida que as companhias vão crescendo [com fusões e aquisições], elas perdem a oportunidade de customizar produtos, já que têm de atender uma base maior de clientes. E isso também passa a ser um diferencial da Mitsui”, completa Sung.
Crescimento contínuo
A Mitsui Sumitomo encerrou 2009 com R$ 289 milhões em prêmios emitidos, montante 46%maior se comparado ao registrado em igual período do ano anterior. Já em prêmios retidos, a seguradora deve registrar R$ 225 milhões, crescimento de 64% na comparação como volume somado em 2008.
Como toda empresa que segue a filosofia japonesa – “passos lentos e firmes” -, a Mitsui não tem pressa de crescer, embora os últimos anos tenham sido muito favoráveis. “Triplicamos o número de emissão de apólices de automóveis mantendo o mesmo número de funcionários de 2005 [cerca de 200 colaboradores], em virtude da otimização dos processos internos, treinamento e investimentos em tecnologia da informação”, ressalta o diretor vice presidente da companhia.
O crescimento também é resultado da reestruturação pela qual a filial brasileira passou em 2006. Desde o início de suas operações no Brasil, em 1976, a Mitsui atendia apenas empresas da comunidade japonesa. “Crescer apenas em cima de companhias japonesas é muito restrito. Por isso passamos a atuar com todas as empresas”, explica Sung.
Para 2010, a expectativa é registrar R$ 410 milhões em prêmios, o que significaria crescer 30% em relação a 2009. A carteira de automóveis deve expandir 25%, cerca de 50% em transportes e 40% em riscos de engenharia. “Ou seja, em menos de três anos, vamos conseguir dobrar o tamanho da companhia”, destaca o executivo.
A companhia também tem planos de atuar em outros segmentos, porém não há umprazo estabelecido para isso. Além disso, dentro da carteira de riscos de engenharia, a Mitsui pretende entrar em grandes licitações, mas também não há um horizonte definido.
Resseguros
No final de 2008, a Mitsui Sumitomo constituiu sua resseguradora admitida. “A abertura do mercado ressegurador brasileiro foi extremamente ordenada quando comparado ao Chile e Argentina, por exemplo. Aqui, não houve perda de capacidade, além de os preços se manterem estáveis. No futuro, se as coisas caminharem bem, podemos registrar a resseguradora, que hoje é admitida, em local”, aponta Sung.
Vanessa Correia / Brasil Econômico