As contusões na última temporada da superliga de futebol da Europa custaram 177 milhões de libras, 20 milhões a mais que o ano anterior. A conta é da JLT, corretora que administra apólices de seguros para os principais clubes europeus.
O estudo realizado pela companhia em Londres mostra que foram 713 lesões em 524 partidas. O joelho foi a parte do corpo responsável pelos afastamentos mais longos: 70 dias, em média, apesar de ser o segundo na lista de contusões, custando aos clubes 48,6 milhões de libras. A musculatura posterior da coxa foi a mais contundida (131 lesões) e tirou os jogadores de campo por 31 dias, em média.
O aumento na gravidade das lesões foi um dos fatores que contribuiu para o avanço de 12% no custo. O afastamento médio na temporada 2016/2017 foi de 35 dias. Na temporada anterior ficou abaixo de 30 dias.
O Manchester City foi o clube que mais pagou pelo jogadores lesionados: 18,3 milhões de libras. Foram 30 lesões que afetaram a equipe de Pep Guardiola na temporada. O Manchester United aparece em segundo lugar na lista, com 17,8 milhões de libras.
O jogador do City que passou mais tempo lesionado foi Vicent Kompany, que ficou, no total, 255 dias afastado por diferentes problemas físicos. A lista de lesionados do clube incluiu Sergio Aguero, Raheem Sterling, Leroy Sané, Bacary Sagna e Gabriel Jesus ao longo da temporada.
De acordo com Marcelo Blanquier, diretor e especialista em riscos de esporte e entretenimento da JLT Brasil, diferentemente do que ocorre na Europa, em geral, a cobertura padrão contratada pelos clubes brasileiros é muito básica. Não reembolsa o investimento do clube no atleta nem do agente, que ficam com o prejuízo causado pelo afastamento do jogador em caso de contusão grave.
“A maioria dos clubes tem apenas o seguro de vida tradicional, que cobre o jogador e indeniza a família em caso de acidente, morte etc. Mas não cobre a atividade profissional do jogador. Não existe uma espécie de lucro cessante para quem detém os direitos do jogador”, explica.
Blanquier conta que o mercado brasileiro de seguros já registrou demandas para jogadores de futebol mais valorizados, mas são casos específicos, como apólices de garantia para jogadores já vendidos para o exterior. “Isso é raro. Em geral, os clubes optam por produtos mais baratos. Essa preocupação com seguro ainda não faz parte da cultura brasileira na área de esporte”.
Veja aqui o estudo completo.