Ultima atualização 11 de dezembro

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CNseg: Segurança jurídica é fundamental para o crescimento do mercado

Dyogo Oliveira e Claudia Prates
Dyogo Oliveira e Claudia Prates

EXCLUSIVO – O presidente da CNseg apresentou os números do mercado, ressaltando a representatividade da entidade. Um dos entraves para melhorar o desempenho do setor ainda é o gap de cobertura e proteção, com menos de 30% dos automóveis seguradora, 26% apenas com planos de assistência médica, 17% de residências protegidas e menos de 3% de área cultivada.

A insegurança jurídica é um dos fatores que mais influenciam o desenvolvimento do setor. A aplicação do IOF nos planos PGBL provocou uma queda de 25% da arrecadação deste produto, afetando inclusive produtos similares que não sofreriam o impacto. De acordo com o presidente da CNseg, o setor vive um período de incertezas, o que impossibilitou até a projeção dos números para 2026.

Queremos construir uma nova fase desse filme do mercado de seguros, avançando com questões concretas para aumentar a proteção. “Fizemos pesquisas de imagem do seguro, com a qual aprendemos bastante dando números e cara para os problemas do setor”, antecipou Oliveira. Ele se refere a uma pesquisa realizada com consumidores que mostrou, em seus resultados, que mulheres são consumidoras mais fieis, apesar de dizerem que não entendem do setor. A pesquisa será divulgada em breve.

Existem dois mundos: pessoas que possuem seguro, recomendam, tem histórico e conhecem como o seguro funciona; e o mundo das pessoas que não contratam seguro, que é diametralmente oposta, não sabem como usar, como contratar e não compreendem a linguagem do seguro. “Estas pessoas reportam que não recebem propostas do mercado de seguros. Este é o início do segundo ato”, pontuou Oliveira. Parte destas ações é a comunicação e geração de conteúdo sobre seguros. 

As projeções para 2026 mostram uma redução da inflação e da atividade econômica, com crescimento de 2% do PIB e inflação de 4%, o que seria benigno para o cenário macroeconômico.

“Chegamos ao número de 8% de crescimento sem previdência privada, com crescimento real de 4%, que é bastante robusto e espalhado por diversos ramos”, antecipou Oliveira. Teremos um ano de 2026 positivo e otimismo para 2026, segundo o presidente da CNseg.

Para 2026 se espera um crescimento de 7,7% no seguro de automóveis, com predominância do emplacamento de veículos híbridos e elétricos.

O relacionamento com autoridades e representantes dos entes públicos é importante para criar um espaço de expansão do mercado de seguros. O seguro social para catástrofes avançou à medida que a Susep abriu um Grupo de Trabalho.

Relatório de Sustentabilidade

A diretora de Sustentabilidade da CNseg, Cláudia Prates, apresentou as principais métricas do Relatório de Sustentabilidade 2025 e destacou o impacto da participação do setor na COP30. “O nosso objetivo durante todo esse ano de 2025 foi criar ferramentas para que o setor cresça de forma ainda mais sustentável. Devemos agir mais para diminuir os prejuízos que sobrecarregam as contas públicas”, afirmou.

Durante a Conferência, o principal lançamento foi o Hub de Inteligência Climática, primeira ferramenta do setor voltada à análise de risco de inundação e outros eventos climáticos nas regiões mais afetadas. A solução permite melhorar a precificação e identificar onde o mercado deve atuar de forma mais estruturada na oferta de produtos. “Com essa ferramenta, vamos reforçar o mutualismo e fomentar o seguro em prol da proteção populacional. Em 2026, queremos entregar uma versão ainda mais completa”, explicou.

O relatório também mostrou a evolução das práticas de sustentabilidade nas empresas do setor. Entre as 54 organizações participantes, 81% da arrecadação considerada no estudo está vinculada a iniciativas sustentáveis, indicando maior incorporação desses critérios na operação.

Os dados revelam ainda que, em 2025, as mulheres continuam sendo maioria entre os colaboradores das seguradoras, representando 53% do total. No campo da inclusão, 92% das empresas afirmam estar implementando programas estruturados, segundo o levantamento.

Na dimensão ESG, o estudo aponta que 94% das companhias já desenvolvem algum tipo de ação interna relacionada ao tema. Nos processos de seleção de colaboradores e fornecedores, 82% das empresas declaram estar fortalecendo práticas mais responsáveis. “Os investimentos das empresas já incorporam 78% de critérios sustentáveis”, destacou Cláudia.

Cláudia também apresentou os avanços relacionados à Taxonomia Sustentável do Mercado Segurador (TSS), estruturada para estabelecer um arcabouço metodológico capaz de orientar a avaliação e a classificação de produtos e serviços considerados sustentáveis pelas seguradoras. A iniciativa se baseia em referências internacionais e setoriais e busca definir critérios claros de elegibilidade, conformidade regulatória e reporte adequado. Entre os objetivos estratégicos da TSS estão o desenvolvimento de uma metodologia padronizada, o aumento da uniformidade na classificação de produtos sustentáveis e a mitigação de riscos de greenwashing, fortalecendo a integridade das práticas ambientais, sociais e de governança no setor de seguros. “Será um base aberta de sustentação para produtos de seguros sustentáveis”

A diretora destacou ainda que a implementação da taxonomia deve gerar impactos relevantes para diferentes públicos. Para o mercado, a TSS promete reduzir assimetrias de informação, ampliar a segurança e a consistência na oferta de produtos sustentáveis e aproximar o setor das agendas global e nacional de finanças sustentáveis. Para o regulador, a taxonomia fornecerá base técnica para futuros aprimoramentos normativos e maior clareza operacional na classificação ESG. Já para a sociedade, espera-se ampliar o acesso à proteção, estimular soluções para setores críticos como agricultura, florestas e áreas urbanas e contribuir para a adaptação climática e a redução de riscos, promovendo maior transparência e confiança no mercado segurador.

Kelly Lubiato e Nicholas Godoy.

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