O IRB(Re) registrou lucro líquido de R$ 118,6 milhões no primeiro trimestre de 2025, alta de 49,9% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados divulgados na última segunda-feira (12). É o nono trimestre consecutivo de resultado positivo, influenciado pelo desempenho financeiro e patrimonial e pelo resultado de subscrição.
O resultado financeiro e patrimonial somou R$ 210,2 milhões no trimestre, avanço de 57,9% na comparação anual. Já o resultado de subscrição foi de R$ 103,2 milhões no período. No acumulado dos últimos 12 meses, o lucro líquido da companhia alcança R$ 412 milhões.
“Os números refletem a consistência da nossa estratégia de negócios. Evoluímos, trimestre a trimestre. Promovemos a limpeza da carteira, colocando foco no índice combinado. Com isso, verificamos que as curvas do resultado de subscrição e do resultado líquido são crescentes e positivas. Seguimos comprometidos em gerar resultados sustentáveis, no longo prazo, com foco na rentabilidade do negócio”, afirmou Marcos Falcão, CEO do IRB(Re).
Não-Vida responde por 94,6% do prêmio retido
A carteira Não-Vida segue sendo o principal segmento da companhia. No trimestre, respondeu por 94,6% dos R$ 974 milhões em prêmios retidos. O lucro líquido desse segmento foi de R$ 135 milhões, crescimento de 68,7% frente aos R$ 80 milhões registrados um ano antes. Em Vida, o IRB(Re) teve prejuízo de R$ 16 milhões, frente a resultado negativo de R$ 1 milhão no 1T24.
No acumulado de 12 meses, o lucro líquido da carteira Não-Vida passou de R$ 246 milhões para R$ 448 milhões. Em Vida, o prejuízo caiu de R$ 61 milhões para R$ 36 milhões, resultado da estratégia de limpeza da carteira.
“Em Vida, o resultado negativo é reflexo da dinâmica do negócio, uma vez que a limpeza da carteira no ano passado não gerou mais prêmios, mas ainda recebemos sinistros. Isso também está refletido nos índices de sinistralidade e combinado”, explicou Daniel Castillo, vice-presidente de Resseguros do IRB(Re).
Ele acrescenta que o resultado de subscrição foi impactado por um grande sinistro. “Destaco ainda que o resultado de subscrição oscilou devido à ocorrência de um grande sinistro em uma fábrica de lubrificantes, afetando as linhas de Danos Materiais e Lucros Cessantes. Porém, é importante mencionar que, apesar desse sinistro, registramos um trimestre com lucro líquido de R$ 118,6 milhões.”
Índices operacionais
O índice de sinistralidade total fechou o trimestre em 66,5%, ante 58,2% no mesmo período de 2024. No segmento Não-Vida, houve melhora de três pontos percentuais, com o índice recuando para 61%. Em Vida, a sinistralidade subiu de 27% para 140%.
O índice combinado do segmento Não-Vida ficou em 98%, estável em relação aos 96% registrados um ano antes. O índice combinado total foi de 102,5%, enquanto o segmento Vida apresentou deterioração, passando de 105% para 161%. O índice de comissionamento total caiu de 27,8% para 20,7%.
Resultado financeiro cresce com variação cambial
O resultado financeiro e patrimonial do IRB(Re) cresceu 57,9% no trimestre, atingindo R$ 210,2 milhões. O resultado dos investimentos somou R$ 174 milhões — R$ 145 milhões em ativos no Brasil e R$ 29 milhões no exterior.
“O avanço do resultado financeiro e patrimonial pode ser atribuído, principalmente, à variação cambial, que beneficiou o resultado em R$ 45 milhões”, explicou Paulo Valle, diretor-geral da IRB(Asset). Segundo ele, o total de ativos sob gestão fechou março em R$ 8,9 bilhões, dos quais 56% estão alocados no Brasil e 44% no exterior. “A redução dos ativos sob gestão de R$ 9,1 bilhões, no 4T24, para R$ 8,9 bilhões, no 1T25, deveu-se, principalmente, à apreciação de 7,27% do real neste primeiro trimestre”, completou.
Suficiência de capital chega a 207%
A suficiência do Patrimônio Líquido Ajustado em relação ao Capital Mínimo Requerido (CMR) subiu para 207%, alta de 38 pontos percentuais na comparação anual. Em valores absolutos, passou de R$ 697 milhões no 1T24 para R$ 1,1 bilhão no 1T25.
“O resultado se deve, principalmente, à estabilidade do capital mínimo requerido e ao aumento desse segmento”, explicou Eduarda de La Rocque, diretora de Controles Internos, Riscos e Conformidade. Já o índice de cobertura das provisões técnicas mostrou suficiência de R$ 728 milhões.
Resultado em IFRS 17
Segundo a norma contábil IFRS 17, o lucro líquido do IRB(Re) foi de R$ 134 milhões no trimestre. Em igual período de 2024, havia sido de R$ 237 milhões. A prestação de serviços de resseguro somou R$ 235 milhões, contra R$ 252 milhões no 1T24. A margem contratual de resseguro (CSM) foi de R$ 304 milhões, queda de 13,7% em relação ao ano anterior, refletindo menor saldo inicial e menor volume de prêmios subscritos.
“O resultado do grupo Vida foi impactado pela decisão de não expandir essa carteira. Por outro lado, os novos negócios subscritos no 1T25 apresentaram crescimento de 21,7% na CSM frente ao mesmo período do ano passado”, disse Frederico Knapp, CFO do IRB(Re). Segundo ele, esse dado evidencia a consistência da estratégia da companhia.
“Como comentamos em divulgações anteriores, a CSM representa o lucro esperado dos contratos de resseguro que ainda não foi reconhecido no resultado e que será liberado gradualmente, conforme entregamos os serviços ao longo do tempo. Esse é um componente chave do resultado da prestação de serviços de resseguro e mede a rentabilidade futura dos nossos portfólios”, concluiu.
N.G.