Ultima atualização 16 de maio

Realidade da IA é mais crítica e limitada do que se esperava 

A IA está prevista para ser o foco principal dos investimentos em tecnologia, abrangendo 60% das alocações para o ano de 2024
Marcio Tabach
Marcio Tabach

De acordo com o relatório “Líderes de Negócios e Perspectivas para 2024”, conduzido pelo instituto Data-Makers e pela agência CDN, a inteligência artificial surge como uma das tendências mais destacadas entre os líderes para o próximo ano, representando 58% das menções. A inteligência artificial está prevista para ser o foco principal dos investimentos em tecnologia, abrangendo 60% das alocações para o ano de 2024. Para Marcio Tabach, distinguished analyst da TGT ISG, a realidade do potencial da IA destaca uma perspectiva mais crítica e limitada para a tecnologia. 

Segundo Marcio, a inteligência artificial pode gerar grandes ganhos de produtividade e de melhoria de processos, mas algumas condições têm que ser atendidas: “A primeira delas é que a empresa tenha uma estratégia clara e o entendimento das necessidades de negócio, uma estratégia de inteligência artificial, e precisam ter boa governança de dados e passar por um ciclo muitas vezes longo e complexo de desenvolvimento de modelos estatísticos de aprendizado de máquina com testes de vários modelos”. O analista ainda complementa que uma vez atendidas a essas condições, a inteligência artificial pode sim gerar ganhos de produtividade e trazer excelentes resultados. Para as empresas, no entanto, nem sempre esta é a realidade. 

Além disso, Pedro L. Bicudo Maschio, distinguished analyst da ISG, identificou no estudo ISG Provider Lens™ Multi Public Cloud Services, que muitas empresas estão subestimando a complexidade da transição para a nuvem, especialmente no contexto da implementação de IA. Ele destaca que a nuvem não é apenas uma solução para redução de custos, mas sim um ambiente essencial para negócios digitais eficientes. “A ideia de que simplesmente mover a infraestrutura para dentro da empresa resolverá todos os desafios não é verdade. O desafio contínuo para as empresas é identificar onde estão as habilidades e as pessoas que compreendem a abordagem para fazer essas tecnologias funcionarem”. 

Segundo ele, a velocidade de avanço tecnológico supera a capacidade das pessoas em aprenderem, resultando em uma lacuna significativa de habilidades no mercado, criando uma barreira para a adoção mais ampla e prática da IA. “Investir em educação e adaptação é crucial para entrar nesse campo. Isso também afeta o mercado de outsourcing, já que os fornecedores de serviços gerenciados precisam certificar seus profissionais para manter parcerias e certificações. Assim, os desafios incluem educar as pessoas, localizar profissionais qualificados e encontrar aplicações práticas para essas tecnologias nos negócios. Quem não seguir esse caminho rapidamente pode ficar para trás”. 

De acordo com o estudo divulgado pela TGT ISG, o ISG Provider Lens™ Analytics Services 2024, os fornecedores entregam soluções baseadas em inteligência artificial que abrangem desde a otimização de vendas e operações até análises de recursos humanos, incluindo atendimento ao cliente e planejamento financeiro. Ou seja, agora existem soluções para praticamente todos os setores e processos, permitindo automatização de operações, redução de custos, gerenciamento de riscos, geração de receitas extras e apoio a decisões mais precisas, com os maiores desafios sendo privacidade e segurança. 

Entre as empresas fornecedoras de serviços de tecnologia, a percepção não é diferente. Mauricio Fernandes, CEO da Dedalus, concorda ao indicar que a desilusão em relação à IA já começou a se manifestar. “Muitas pessoas expressaram dúvidas sobre a eficácia e até mesmo decidiram proibir o uso, devido à incerteza em relação às consequências. Esse cenário é mais evidente no mercado de desenvolvimento de aplicações, no qual o impacto é difícil de ser avaliado. Por outro lado, a adoção de serviços de nuvem para inteligência artificial tem sido bastante ampla”. 

Um exemplo claro da situação citada pelo CEO é o caso da Samsung. Em maio de 2023, a empresa proibiu a utilização de inteligência artificial generativa em suas redes internas, receando possíveis vazamentos de dados. Esta medida não foi inédita, visto que o JPMorgan já havia proibido anteriormente o uso dessa tecnologia, sendo seguido pelo Bank of America, Citigroup e Deutsche Bank, assim como por alguns órgãos públicos ao redor do mundo. 

Leonardo Piva, Head de Negócios de Cloud da TIVIT, declara que o tema gerou entusiasmo globalmente, tanto entre fornecedores quanto clientes. No entanto, também gerou certo receio sobre a verdadeira extensão desse negócio e se seria uma solução universal para todos os problemas.  “O grande desafio é utilizar a inteligência artificial de maneira concreta, prática e eficaz, não como uma solução mágica. Enfrentamos esse desafio ao empregar eficazmente a inteligência artificial em sistemas, processos e ferramentas internas, melhorando produtividade e reduzindo custos”. 

Compartilhe no:

Assine nossa newsletter

Você também pode gostar

Feed Apólice

Ads Blocker Image Powered by Code Help Pro

Ads Blocker Detected!!!

We have detected that you are using extensions to block ads. Please support us by disabling these ads blocker.

Powered By
Best Wordpress Adblock Detecting Plugin | CHP Adblock