Ultima atualização 01 de setembro

ANS divulga dados econômico-financeiros relativos ao 2º trimestre

Segundo dados divulgados pela reguladora, a saúde suplementar registrou lucro líquido de R$ 2 bilhões na soma dos seis primeiros meses de 2023

A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) disponibilizou em seu portal os dados econômico-financeiros relativos ao 2º trimestre de 2023. As informações podem ser consultadas no novo Painel Econômico-Financeiro da Saúde Suplementar, que consolidou e reorganizou o conteúdo anteriormente divulgado em três diferentes publicações: o Anuário da Saúde Suplementar, o Prisma Econômico-Financeiro da Saúde Suplementar e o Painel Contábil da Saúde Suplementar.

As informações financeiras enviadas pelas operadoras de planos de saúde à ANS demonstram que o setor registrou lucro líquido de R$ 2 bilhões na soma dos seis primeiros meses de 2023. Esse resultado equivale a aproximadamente 1,3% da receita total acumulada no período, que foi de quase R$ 154 bilhões. Ou seja, para cada R$ 100,00 de receitas no 1º semestre de 2023, o setor auferiu cerca de R$ 1,3 de lucro ou sobra.

Nos números agregados por segmentos regulados pela ANS, o resultado líquido do 1º semestre de 2023 do setor foi positivo para todos os segmentos: as administradoras de benefícios registraram lucro de R$ 260,6 milhões; as operadoras exclusivamente odontológicas (OPS OD) R$ 327,4 milhões; e as médico-hospitalares (OPS MH) R$ 1,46 bilhões.

Seguindo a dinâmica já observada em 2022, as operadoras médico-hospitalares (principal segmento do setor) fecharam o semestre com resultado operacional negativo de R$ 4,3 bilhões. Esse prejuízo operacional foi compensado pelo resultado financeiro recorde de R$ 5,9 bilhões advindo principalmente da remuneração das suas aplicações financeiras, que acumularam ao final do período quase R$ 105,7 bilhões.

O principal aspecto que explica o desempenho nas operadoras médico-hospitalares do setor continua sendo a sinistralidade, que fechou o semestre em 87,9% (cerca de 0,9% p.p. abaixo daquela apurada no mesmo período do ano anterior). Tal resultado foi fortemente impulsionado por algumas das maiores operadoras do país e ilustra que praticamente 88% das receitas advindas das mensalidades são “consumidas” com as despesas assistenciais. No Painel Econômico-Financeiro da Saúde Suplementar, também é possível consultar o desempenho individual por operadora de plano de saúde.

“Estamos vendo que a rentabilidade das operadoras está vindo, de maneira geral, do rendimento das operações financeiras. Essa situação não é desejável, afinal, a operação de plano deve ser sustentável por si só. Então as operadoras precisam rever sua gestão, e analisar onde podem melhorar. É muito importante ter um estudo de atuária mais prospectivo, com análise de cenários e dos impactos possíveis”, analisa o diretor de Normas e Habilitação das Operadoras, Jorge Aquino.

Importante destacar que a sinistralidade observada nos primeiros semestres de 2018 e 2019 eram de aproximadamente 84%. Os altos patamares de sinistralidade pós-Covid19 (desde 2021) podem ser explicados mais em razão da lenta recomposição das receitas dos planos, principalmente das grandes operadoras, do que pela variação das despesas assistenciais em função da utilização dos serviços de saúde. Sobre este aspecto, cabe ressaltar que já no primeiro trimestre deste ano foi observada reversão dessa tendência, com as mensalidades médias (ajustada pela inflação do período observado) aumentando mais do que a despesa assistencial por beneficiário (também ajustada pela inflação).

Essa recuperação do desempenho econômico-financeiro do setor pode ser observada em diversos indicadores desde o 4º trimestre de 2022 como pode ser observado no Painel Econômico-Financeiro: aumento dos resultados (líquido e operacional); redução da sinistralidade e aumento da margem de lucro líquido, entre outros.

Novo painel facilita consulta e traz novas informações

O Painel Econômico-Financeiro da Saúde Suplementar apresenta dados do Balanço Patrimonial, das Demonstrações de Resultado do Exercício, receitas e despesas (totais, por tipo e forma de pagamento, nominais e deflacionadas), provisões, ativos garantidores, resultados e diversos indicadores, de forma a contribuir para a melhor compreensão da evolução das contas setoriais.

Importante destacar que a ferramenta apresenta dados novos, como o percentual de operadoras com resultados positivos e o percentual de despesas por forma de pagamento (por procedimento, reembolso etc).

N.F.
Revista Apólice

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