Dados da CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras) mostram que o setor de seguros pagou aproximadamente R$ 60 bilhões em indenizações, resgates, benefícios e sorteios nos três primeiros meses do ano, valor 1,2% maior do que no mesmo período de 2022. O resultado é reflexo da queda de 15,8%, nas indenizações pagas por Danos e Responsabilidades no período, impulsionada pela redução de 70,3% nos pagamentos do seguro Rural, o que representa R$ 4,4 bilhões a menos.
Para o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, “a queda no pagamento de indenizações no primeiro trimestre de 2023 foi muito impactada pelo comportamento do mercado em 2022. Naquele ano, a seca severa registrada durante a safra 2021/2022 fez com que as indenizações pagas pelo seguro rural aumentassem em relação à safra anterior”, explicou. Por outro lado, no mesmo período, os segmentos de Coberturas de Pessoas e de Capitalização mantiveram o crescimento consistente de 9,2% e 6,7% no volume retornado aos seus clientes, respectivamente.
Em termos de procura pelos produtos do setor, a evolução no primeiro trimestre foi 10,1% maior, somando R$ 90,4 bilhões em arrecadação. Somente em março, o avanço da demanda foi de 9,6% sobre 2022, com um total de R$ 32,2 bilhões arrecadados, com destaque para: Marítimos e Aeronáuticos (+114,1%), Riscos de Engenharia (103,0%), seguro Condomínio (+32,5%), Responsabilidade Civil (+31,6%) e seguro Automóvel (+24,1%).
Ainda em março, as indenizações somaram R$ 21,2 bilhões, alta de 5,5%. O seguro Condomínio foi um dos que registrou o maior avanço (+17,3%), quando comparado ao que foi pago no mesmo mês em 2022.
Com dados fechados de Saúde, indenizações do setor somam R$ 450 bi em 2022
Com a recente publicação dos dados da Saúde Suplementar pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), referentes ao fechamento de 2022, o setor de seguros (sem DPVAT) avançou 11,7% sobre 2021 em termos de demanda, com R$ 618,7 bilhões em arrecadação. No mesmo período, o setor pagou aos seus clientes R$ 450,5 bilhões em indenizações, resgates, benefícios e sorteios, volume 13,1% superior ao ano anterior e o equivalente a 7,3 vezes o orçamento do Auxílio Brasil para todo o ano de 2022.
Dyogo Oliveira destaca que o setor segurador tem um potencial extraordinário de crescimento. “Para alcançar esses objetivos, temos trabalhado intensamente em várias frentes para tornar o setor mais bem compreendido pela população, pela sociedade organizada e pelos governos. Importante mostrar que o seguro é um serviço único, capaz de oferecer soluções para os mais diversos anseios da sociedade e das economias modernas”.
Um dos projetos, lançado recentemente, foi o Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros, Previdência Aberta, Saúde Suplementar e Capitalização (PDMS), que tem o objetivo de aumentar em 20% a parcela da população atendida pelos diversos produtos do mercado, além de elevar o pagamento de indenizações, benefícios, sorteios, resgates e despesas médicas e odontológicas dos atuais 4,6% do PIB para 6,5% do PIB. Oliveira estima que, como consequência da implementação do Plano, em termos de receita, o mercado atinja 10% do PIB nacional até 2030.
N.F.
Revista Apólice