EXCLUSIVO – Diferente de outros mercados que já utilizam os benefícios das plataformas de Cloud, menos de 10% total da carga de trabalho do setor de seguros está alocado na nuvem. É o que aponta o estudo ‘O Valor da Nuvem Para o Setor de Seguros’, realizado pela Accenture. Apesar da transformação digital que o mundo está vivendo, principalmente depois da pandemia, por não terem adotado a tecnologia as seguradoras não conseguem aproveitar os benefícios dessas plataformas.
A consultoria conta com uma equipe de Research & Development que avalia constantemente novas tecnologias, tendências e inovações. A ideia do estudo para a indústria de seguros faz parte desta ação. De acordo com Leandro Araes, líder de Technology para Insurance da Accenture, “a empresa entende que a utilização de nuvem nas áreas de tecnologia das grandes corporações é um diferencial de negócio e será cada vez mais utilizada ao longo dos anos”.
Segundo a pesquisa, a Covid-19 mudou a priorização das capacidades de negócios nas companhias e aumentou a urgência para otimização de custos. Desde o surgimento da pandemia as seguradoras vêm sofrendo um forte impacto financeiro, com avaliações totais caindo em média de 20% a 30% em todos os mercados globais. Além disso, o levantamento sugere que as seguradoras que tomaram medidas precoces e já estão investindo na nuvem há algum tempo já estão colhendo os benefícios. Os líderes dessas empresas estão prestes a dobrar sua base de faturamento para o período de oito anos entre 2015 e 2023.
“Podemos iniciar a lista de benefícios por questões relacionadas à infraestrutura escalável conforme a necessidade, a cobrança conforme o consumo, a temas relacionados à resiliência, disponibilidade, velocidade e segurança. Porém, mais importante que isso, a nuvem oferece benefícios ao negócio. Serviços de inovação pagos conforme o consumo, como exemplo, podemos listar soluções de AI, Analytics, Algoritmos, Monitoramento entre muitos outros que são implementados em modelos modernos de desenvolvimento ágeis seguindo práticas de SER que trazem velocidade, aceleração de ganhos e estabilidade no serviço provido”, diz Araes.
Para o executivo, um dos motivos desse atraso no uso de plataformas em nuvem em relação aos outros setores é que a inovação de forma geral em seguros sempre esteve atrás de outras indústrias. Entretanto, ele afirma que essa mentalidade tem mudado conforme o índice de conhecimento das pessoas melhora, o que ajuda o mercado a crescer. “Em um movimento na contramão dessa situação de inércia é um onda de inovação da relação das seguradoras com seus clientes. Vemos seguradoras de todos os ramos, principalmente de saúde, transformando a relação de provedora de apólice de risco para uma relação de proteção e serviços para o cliente, sua família e seus bens. Essa mudança traz consigo uma enorme necessidade de transformação sistêmica e acreditamos que a disrupção começa a ser sentida pelo cliente que demanda novas formas de consumir os produtos e serviços”.
De acordo com o levantamento da Accenture, as empresas devem responder as pressões do mercado para enfrentar a recuperação e encontrar nichos de crescimento em seus negócios principais e periféricos. Uma estratégia baseada em nuvem, adaptada à carteira de negócios e posição competitiva da seguradora, pode permitir a aceleração do crescimento, transformação digital baseada em dados e transformação da curva de custos. “A incorporação da nuvem no dia a dia das empresas possibilita a implementação de modelos de desenvolvimento ágeis de verdade. Equipes escaláveis, ambientes que são criados e desligados conforme a necessidade entre muitos outros serviços possibilitam realmente a implementação desses modelos nas empresas impactando velocidade, qualidade e aceleração de benefício”, afirma Araes.
O líder de Technology para Insurance da Accenture ressalta que a inovação começa com uma ideia de negócio, uma oportunidade de mercado ou até mesmo um novo produto ou serviço, e que a tecnologia vai prover capacidade de implementação dessas novas ideias, trazendo um diferencial competitivo para companhia. “Este é um movimento sem volta. Ele pode trazer novos desafios de como os grandes provedores de nuvem irão suportar a grande demanda de todas as empresas”.
Nicole Fraga
Revista Apólice
* com informações da assessoria de imprensa