Ultima atualização 31 de outubro

A importância de proteger o estoque de café através de um seguro apropriado

Corretores especializados no segmento encontram dificuldade em amparar o estoque de maneira mais adequada. Confira o artigo
Salvador Franco
Salvador Franco

Em nossa atividade como corretores de seguros especializados em médias empresas e, principalmente, no segmento do café, encontramos dificuldade em amparar o estoque de maneira mais adequada, visto que o estoque de café sofre alteração de volume conforme a safra e de valor conforme a variação da bolsa de commodities.

Estas variações afetam diretamente a maneira de contratação do seguro, já que a cláusula de rateio traz um risco muito grande do segurado ao ser obrigado a participar do eventual prejuízo, podendo até entrar em uma dificuldade financeira de grande monta.

Para melhor compreensão, vamos explicar: uma cooperativa que recebe no ano 350 mil sacas de café durante a safra com início em junho, sendo que no mês de junho tem estocada 80 mil sacas no valor de R$ 450 em média cada uma, inicia o seguro com uma verba de R$ 36 milhões. Porém, no mês de julho, seu estoque vai para 150 mil sacas e o valor a ser seguradora salta para R$ 67,5 milhões, obrigando o cliente a solicitar a emissão de endosso na apólice a fim de não ocorrer um sinistro e ele ser pego de surpresa. O problema é que ele só tem conhecimento deste fato após o ocorrido e não tem como prever esta variação de estoque, a não ser que venha a contratar o seguro com o valor estimado a maior correndo o risco de pagar prêmio sem ter a mercadoria em seu armazém.

No exemplo acima, se houver sinistro de R$ 30 milhões e, no momento do sinistro a verba segurada for de R$ 36 milhões-, mas o estoque for de R$ 67,5 milhões, ele de fato receberá apenas R$ 16 milhões e terá que bancar o prejuízo de R$ 14 milhões.

Para complicar ainda mais a situação, em muitos armazéns o café estocado está isento de imposto por se tratar de mercadorias destinadas à exportação. E, em caso de sinistro, o proprietário, ao receber a indenização, será obrigado a pagar imposto como venda interna devendo recolher ICMS (de 12% a 18%).

Com estes fatores complicadores, o segurado deve em primeiro lugar evitar fazer o seguro de qualquer maneira, em qualquer lugar, com pessoas que não conheçam bem esta atividade, procurando um corretor de seguros com expertise a fim de apresentar uma solução que atenda estas questões dando a ele total cobertura sem que ele venha a pôr em risco seu negócio.

Sobre o autor

Salvador Franco, diretor da Visafran Corretora de Seguros

 

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