Há dez anos o mercado discute alternativas para a inclusão securitária. Apenas cerca de 30% dos automóveis possui algum tipo de seguro, mesmo considerando o crescimento da frota de veículos.
O mercado criou produtos com coberturas parciais que geraram alguns descontos, mas a alternativa do produto popular passou a existir a partir de 2016, com aprovação de regras da Susep para recuperação de veículos com peças usadas e ou alternativas. Todas as peças ligadas à segurança do veículo são novas e originais.
O produto Azul Seguros Auto Popular é dirigido para veículos com importância segurada até R$ 60 mil, com data de fabricação a partir de cinco anos ou mais. O prêmio pode ser parcelado em 10 vezes, com cobertura básica para colisão, roubo, furto e indenização de 80% a 90% da tabela FIPE; assistência 24h e guincho limitado.
O valor do seguro auto popular pode ficar até 30% mais barato que o tradicional, desde que o segurado aceite o produto popular, com oficina referenciada e coberturas dentro dos limites estipulados. O dano médio para RC de terceiros é R$ 25 mil. O valor médio atual dos sinistros é de R$ 7 mil.
Felipe Milagres, diretor da Azul Seguros, disse que, diferente do seguro tradicional, no seguro popular a escolha das oficinas é feita no momento da assinatura do contrato, as referenciadas ou as de escolha própria. “A comunicação do produto deve ter muita clareza. É obrigatório oferecer primeiro o seguro tradicional e depois o popular”.
O produto começa a ser comercializado primeiro em São Paulo Capital e região metropolitana, em uma proposta de aprendizado. A logística da peça de reuso é a base para conseguir expandir a comercialização do produto para outras regiões.
“O seguro popular quer criar um modelo de entrada, para atrair clientes que possuam o veículo como patrimônio único. Este público alvo já repara o carro com peças alternativas e não tem proteção contra terceiros ou qualquer tipo de assistência”, pontuou Milagres.
Luiz Pomarole, diretor da Porto Seguro, explicou que as vendas do produto devem começar assim que a Susep liberar a autorização do produto. Está tudo pronto, aguardando esta autorização”. O lançamento do seguro auto popular só foi possível após a aprovação da Circular 340, em 30 de setembro. Será um ramo exclusivo, de número 26.
Bruno Garfinkel, diretor da Renova (empresa de reciclagem de veículos do Grupo Porto Seguro), disse que peças usadas sempre existiram no mercado, mas as certificadas não. Mais do que o estoque das peças, treinamos a experiência de operar num segmento e adquirir tecnologia. A cada seis meses é dobrada a capacidade de desmontagem de veículos e temos aprendizados que colaboraram para que a normativa fosse mais adequada à realidade do mercado. Para não frustrar o consumidor, foram desenvolvidas fornecedoras de peças genéricas e a Renova será fiscalizadora sobre os fornecedores de peças genéricas, garantindo a qualidade do produto”.
A Renova foi a primeira empresa de reciclagem de veículos brasileira autorizada pelo Detran e ela certifica as peças, garantindo a rastreabilidade das peças desmontadas.
A maioria dos sinistros são pequenos, em colisões de trânsito. Para estes eventos as peças de reuso caem muito bem. O seguro Auto Popular da Azul deve beneficiar 40 modelos de veículos.
Kelly Lubiato, de São Paulo
Revista Apólice