O presidente do Clube dos Corretores de Seguros do Estado de Minas Gerais, Helder Lara Barbosa, se diz preocupado com a liquidação extrajudicial da Nobre Seguradora. “Ainda não nos recuperamos dos traumas recentes de duas outras empresas, Confiança e Mutual, e já temos outra?”, indaga o executivo.
Ele alerta para que os corretores redobrem a atenção aos modelos de negócios das seguradoras com as quais pretende estabelecer parcerias, verificando os nichos de negócios, formação de preços, políticas de comissão e promessas, além de atenção aos números de balanço.
No entanto, Barbosa enfatiza que não se pode generalizar e atribuir ao corretor de seguros as responsabilidades que nem sempre são do profissional. “Não é o corretor que quebra uma empresa seguradora nem dá e renova a autorização de funcionamento a uma seguradora, muito menos fiscaliza. Se voltarmos em 2015, não me recordo de ter ouvido rumores que esta seguradora estivesse a ponto de quebrar. Se tinha, era informação mais restrita”, afirma.
Segundo Barbosa, por mais que os controles de solvência e monitoramento tenham se aprimorado, ainda não são suficientes. “No caso em questão, a direção fiscal se deu em abril e a liquidação decretada seis meses depois. Não sou especialista nesta área contábil e financeira, mas acredito ser necessário criar mecanismos que “enxerguem” o problema muito antes, para que haja tempo hábil de efetiva recuperação”.
Por fim, o presidente da entidade faz um apelo para que o superintendente da Susep, Joaquim Mendanha, juntamente com os demais técnicos da Superintendência, estude novos mecanismos de controle para tornar raros momentos como esses. “Mendanha é corretor de seguros e entende bem o estrago que esses momentos causam na vida de um corretor e em seus negócios, sem falar da preocupação e insegurança que traz aos clientes”, finaliza.
L.S.
Revista Apólice