Assistir shows e espetáculos faz parte do lazer de muitas pessoas. Ver um ídolo ao vivo é o sonho de muita gente. Mas os ídolos também não estão livres de terem contratempos e precisarem desmarcar.
Foi o caso do cantor Roberto Carlos, que desmarcou uma apresentação que faria em São Paulo no último dia 26 de junho por questões de saúde. Os shows foram remarcados para 6 de agosto e as pessoas poderão utilizar os mesmos ingressos para a nova data de apresentação.
Nos bastidores dos contratempos, é possível que exista, ou deveria existir, um seguro que cubra os prejuízos causados. “Nessa situação, o ideal é a contratação de uma apólice de eventos com cobertura de Não Comparecimento do Artista, pessoa essencial para a realização do evento”, explica Camila Russo, subscritora de RC Eventos da Berkley.
Nem sempre é possível remarcar o show imediatamente, como foi o caso da apresentação de Marina and the Diamonds, que se atrasou, perdeu o vôo e não conseguiu chegar para o Lollapalooza 2015, frustrando os fãs que só puderam ver a moça quando ela retornou ao País, para o mesmo festival, em 2016. Nesse caso, o evento não foi cancelado por se tratar de um grande festival, mas deixou frustrados muitos fãs. O atraso inevitável do artista também está entre as coberturas disponíveis na apólice de eventos.
Além disso, o cancelamento estará coberto por qualquer causa que fuja do controle do segurado. “Caso de morte, acidentes, greve, luto nacional, condições climáticas adversas e atos terroristas”, elenca Camila.
Mesmo tendo o seguro, é preciso que o contratante esteja atento às cláusulas, para que seja evitada uma disputa judicial, como foi o caso da banda Foo Fighters que em junho deste ano entrou com um processo contra duas companhias do mercado de seguros: Lloyd’s of London e Robertson Taylor,que seguravam o evento, por causa de shows que foram cancelados após o vocalista da banda, Dave Grohl, quebrar sua perna e do ataque terrorista do último ano em Paris.
Grohl teve a fratura após cair do palco durante o show em Gothenburg, na Suécia, em junho, levando ao cancelamento do restante da turnê pelo Reino Unido e a apresentação como headline no festival Glastonburry. De acordo com a Billboard, a banda Foo Fighters alega que Lloyds falhou ao “não pagar os valores de indenização devidos” e ressarci-los de seus prejuízos com os cancelamentos.
Há também reclamações referentes aos shows que foram cancelados após o ataque ocorrido no Bataclan, em novembro. De acordo com declaração da banda, a apólice contratada teria cláusula contra riscos de terrorismo, que cobriria os custos dos cancelamentos em Paris, Lyon, Turim e Barcelona e o Lloyds estaria questionando o pagamento dos prejuízos dos shows nas duas últimas cidades já que, por não ser na França, o cancelamento não poderia ser relacionado com o ataque terrorista ocorrido.
Quanto à Robertson Taylor, broker da apólice, a alegação é de que a companhia falhou em avisá-los que reagendar os shows da banda no Reino Unido afetaria as reivindicações de seguro.
Também é essencial para a segurança geral o seguro de responsabilidade civil, para garantir os danos causados ao público, com coberturas adicionais para os artistas, empregados e, até mesmo, para os equipamentos e estruturas montadas para o evento. “Infelizmente, muitos dos eventos realizados não possuem seguro”, lamenta Camila.
Amanda Cruz
Revista Apólice