Segundo o último relatório divulgado pela Checkauto, empresa do Grupo Dekra, 6% dos carros consultados em maio pelo sistema de consulta de histórico da empresa apresentaram a restrição “carro baixado“. O problema é que muitos usuários não sabem do que se trata essa restrição e podem acabar fazendo um péssimo negócio ao adquirir um carro usado.
A expressão “veículo baixado” não tem qualquer ligação com problemas na suspensão, mas sim se refere a um carro que teve sua circulação vetada pelo Departamento Nacional de Trânsito (Detran).
Na prática, isso significa que o carro já sofreu uma séria batida, com danos irreparáveis ao chassi. Por conta disso, o chassi sofre “baixa” no cadastro do Detran, já que representa perigo e poderia causar acidentes se estivesse em circulação.
Uma vez fora do sistema, esse carro tem sua circulação vetada, e pode ser vendido apenas como sucata ou para reposição de algumas peças, já pré-determinadas.
“O maior problema é que a cultura do ‘jeitinho brasileiro’ faz com que alguns vendedores ajam de má fé. Eles compram esses carros, fazem reparos e consertos para maquiar os problemas e conseguem, de maneiras ilegais e em estados que não possuem a Vistoria de Transferência, regularizar essa documentação para vendê-los como se estivessem em conformidade”, explica José Félix, gerente responsável pelos serviços de varejo Dekra e pela Checkauto. “Nos Estados em que existe vistoria para transferência, como São Paulo, por exemplo, essa fraude é mais difícil, se não impossível, de ser levada a cabo”.
Neste caso, o recomendável, segundo o especialista, é fazer uma consulta veicular completa e confirmar o histórico do carro antes de fechar o negócio, pois após o pagamento fica muito difícil desfazer a negociação, principalmente se tratando de um golpista.
Esse tipo de golpe coloca nas ruas automóveis que tiveram sua circulação proibida justamente por representarem perigo aos demais motoristas. No caso da compra de um carro com essa restrição, o comprador sai em um prejuízo enorme, pois pode pagar por um carro que irá apresentar problemas graves em pouco tempo. “As avarias externas podem até ser consertadas, mas a estrutura do carro está comprometida. Quem compra um carro assim coloca sua família em risco e pode ficar na mão a qualquer momento”, alerta Félix.
Consulta de histórico
Para quem vai comprar um carro usado e quer fazer uma escolha mais segura em relação à procedência do veículo, existem empresas que oferecem serviços de pesquisa de procedência e histórico.”Evite comprar carro sem saber seu histórico. Desconfie de ofertas atrativas demais ou de carros com preços muito abaixo dos de tabela. E sempre procure uma ferramenta de consulta para te garantir uma compra mais transparente e segura”, finaliza o executivo.
L.S.
Revista Apólice