Ultima atualização 21 de agosto

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Os próximos vinte anos

Artigo de Marco Antonio Rossi, presidente da Confederação Nacional das Seguradoras

Marco Antonio Rossi artigo siteEspecial 20 Anos

A trajetória de crescimento do setor de seguros, nos últimos vinte anos, deve ser analisada não somente pelos indicadores de expansão de sua representação em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) – a qual saltou de menos de 1% para 6% nesse período.  A expansão do mercado deve, acima de tudo, ser dimensionada pela sua capacidade de inovação na criação de produtos com total aderência às necessidades dos consumidores e de retorno à sociedade por meio das indenizações, benefícios e resgates pagos. O segmento de saúde suplementar, por exemplo, figura como um importante indicador desta evolução, por ser responsável, anualmente, pela realização de um milhão de procedimentos médico-hospitalares e odontológicos.

Ao longo das duas últimas décadas, as empresas seguradoras reforçaram o papel que desempenham em relação à segurança e proteção da sociedade e ao financiamento do Estado e do setor privado, por meio da grande diversidade de produtos e serviços que oferecem.  Os avanços do setor estão sempre muito ligados às dinâmicas do cenário contemporâneo mundial. Os desafios impostos pela globalização, os novos meios de comunicação que transformaram as relações de consumo, as mudanças climáticas e os movimentos que emergem no cotidiano das grandes cidades estão entre os fatores que se impõem como agentes para a constante inovação das operações do mercado.

Aliado a isso, o Brasil, como economia em franco processo de desenvolvimento, tem reforçado a sua imagem como celeiro de oportunidades para investidores de diversos segmentos da economia. A abertura do mercado de resseguro, em 2007, é uma das provas disso, pois atraiu para o país as maiores empresas que operam nesse segmento em termos mundiais. Ganhamos em competitividade e passamos a operar com práticas internacionais.

Além da quebra do monopólio do resseguro, foram muitos os progressos de nossa indústria nos últimos vinte anos. As seguradoras avançaram na criação de produtos de previdência complementar aberta, lançaram o seguro viagem, o seguro garantia estendida, o seguro prestamista, ampliaram e diversificaram os serviços de assistência 24 horas, implementaram novos canais de diálogo com o consumidor e investiram em campanhas com linguagem mais leve e didática para disseminar a cultura de seguro no país.  No campo da sustentabilidade, tornaram-se ainda mais engajadas ao aderirem aos Princípios da Sustentabilidade em Seguros (PSI) e têm trabalhado, arduamente, para aprimorar suas operações, agilizando os processos e dinamizando o atendimento aos segurados. Nesse sentido, é importante destacar também a atuação das ouvidorias, que já se consolidaram como um dos mais importantes canais para o atendimento às demandas dos segurados.

O aumento da renda nas periferias, acima da média nacional, levou mais de 40 milhões de brasileiros ao mundo do consumo e, consequentemente, ampliou os horizontes para o crescimento do setor de seguros. O país se transformou e isso representa um desafio e uma oportunidade.  O brasileiro passou a entender que é por meio do seguro que ele protegerá suas conquistas. De nossa parte, ainda há muito a se caminhar para chegarmos à base da pirâmide e temos trabalhado, arduamente, nesse sentido. Na lista de ações em desenvolvimento, a oferta de produtos para baixa renda, a conscientização da população por meio de campanhas de comunicação, a maior utilização dos meios eletrônicos remotos para a distribuição de produtos e a revisão dos processos para tornar o ciclo produtivo mais barato.

Igualmente relevante é a continuidade do programa de educação financeira, por meio de ações integradas com o Poder Público e entidades como a Susep, a Bovespa e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), parceiros na Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF), e a intensificação da oferta de seguros para as pequenas e médias empresas. Diligentes e atentas aos sinais dos novos tempos, as empresas seguradoras sabem que todos os desafios aqui apresentados formam não somente uma base sólida, mas certamente se acentuarão no processo de construção das duas novas décadas. Que venham os próximos vinte anos.

 

* Marco Antonio Rossi é presidente da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg).

 

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