As doenças crônicas não transmissíveis (diabetes, doenças cardiovasculares e respiratórias) são a principal causa de morte no mundo e responsáveis por 72% dos óbitos no Brasil. Apesar de alta, a taxa sofreu uma redução de 20% na última década, conquista que está relacionada diretamente à redução do tabagismo do País. Segundo dados do Ministério da Saúde, o número de fumantes passou de 34,8% em 1989 para 15,1% em 2010. Com isso, além da incidência e morte por doenças crônicas ter diminuído, houve também a redução nos casos de câncer de pulmão.
Os números mostram a relação direta entre o combate a fatores de risco como o tabagismo e a prevenção de doenças. Promover campanhas, dar orientações ou realizar ações permanentes de educação na área da saúde são maneiras de prevenir e controlar doenças e, consequentemente, uma forma de prolongar a vida das pessoas e diminuir os custos da saúde
Há até pouco tempo, ações de prevenção eram foco de projetos de saúde pública. Atualmente, as empresas já estão voltando às atenções para este tipo de investimento. As que começaram e tiveram a paciência de esperar estão colhendo os frutos – a redução do custo assistencial em médio e longo prazo.
Segundo Cadri Massuda, presidente da Abramge PR/SC, uma série de doenças podem ser prevenidas ou, ao menos, diagnosticadas precocemente, como os cânceres de mama, próstata e pele, assim como doenças silenciosas, como hipertensão e diabetes.
“São comorbidades gravíssimas, como perda de visão, gangrena com amputação de membros ou úlceras no diabetes; enfarto e AVC na hipertensão; além do óbito como a conseqüência mais grave dos dois problemas. Por outro lado, sabe-se que a prevenção e o controle no início são muito eficazes para garantir a qualidade de vida do paciente. Bastam ações simples como cuidados alimentares, exercícios, tratamento adequado e consultas médicas de rotina”, explica Massuda.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) busca estimular as operadoras de plano de saúde a se tornarem promotoras da saúde, por meio de programas de prevenção. De modo geral, as empresas têm demonstrado interesse, pois conhecem o seu público e sabem que grandes resultados podem ser obtidos em médio e longo prazo.
Assim, há muitas operadoras de planos de saúde que desejam criar estes programas, mas não contam com o capital necessário para implementar este projeto. “É um desafio muito grande para as pequenas e médias operadoras que necessitam de uma verba para um investimento cujo retorno não será imediato. Nesse aspecto, uma possível solução é que a ANS ofereça incentivos, como reduzir o valor das garantias financeiras que as empresas precisam, por lei, provisionar ou descontar o que foi investido nesses programas”, afirma a presidente.
Ainda segundo Massuda, considerando a premissa da própria ANS de que a prevenção hoje diminuirá os custos assistenciais de amanhã, é possível gastar mais dinheiro na promoção da saúde agora, pois haverá menos doença no futuro.
L.S.
Revista Apólice