Para Acacio Queiroz, presidente da Chubb Seguros, o mercado de seguros brasileiro deveria ter mais voz perante o governo, uma vez que está crescendo – já representa mais de 5% do PIB – e movimenta um valor significativo. Além disso, o mercado brasileiro é responsável por 50% do setor segurador na América Latina. “Temos 450 bilhões de reais em reservas técnicas e ainda não temos a atenção que merecemos do governo”, disse o executivo em palestra proferida durante almoço realizado pelo CIST (Clube Internacional de Seguros de Transportes) nesta terça-feira, 28.
“Precisamos ter voz na Susep. Não uma posição de enfrentamento, mas de nos fazer ouvir. Regredimos e estamos trabalhando para reconquistar esse espaço”, observou Queiroz, ao comentar que a CNseg, entidade da qual faz parte da diretoria, está intensificando as conversas com o órgão regulador para melhorias no setor.
O presidente da Chubb ainda comentou sobre questões que impactam o mercado brasileiro, como o aquecimento global, que está contribuindo para perdas devido a inundações que antes não existiam em certas regiões no Brasil; e o alto custo logístico brasileiro. “Precisamos buscar formas alternativas de transportar mercadorias para melhorar esse custo e, consequentemente, o seguro de transportes”, analisou.
Liderança
Acacio Queiroz ainda falou sobre liderança e a relação entre gerações. Ele deu dicas de características de um “líder formador”, como humildade, saber ouvir e orientar, e ser flexível. “Um líder sustentável tem que servir mais do que ser servido, ter alto senso crítico e dizer sempre a verdade. Devem saber conjugar resultados e não só quando estes são bons. Deve também sempre confiar na sua equipe e no seu produto”, comentou.
O executivo lançou, no início deste mês, o seu primeiro livro, que conta sua vitoriosa trajetória, de carregador de malas a presidente e CEO no Brasil e no exterior, e seu papel como formador de líderes para o mercado de seguros.
Jamille Niero / Revista Apólice
