A ANS iniciou, na última segunda-feira, 13 de maio, um projeto piloto dos novos modelos de remuneração de hospitais por operadoras de planos de saúde. Resultado do trabalho de dois anos realizado por um grupo coordenado pela Agência e formado por representantes de operadoras de planos de saúde e de entidades hospitalares, os novos modelo serão testado pelo período de 480 dias.
“Esse é o início de uma profunda mudança estrutural na cadeia de serviços de saúde suplementar. É um processo voluntário e que contou com o valioso apoio técnico dos hospitais e das operadoras de plano de saúde. O novo modelo de remuneração permite uma acentuada redução de custos administrativos e trará certamente mais racionalidade e qualidade para a prestação de serviços de saúde”, ressalta o diretor de Desenvolvimento Setorial da ANS, Bruno Sobral.
O objetivo do projeto piloto é validar os novos modelos nos relacionamentos mais frequentes entre operadoras e hospitais. Os participantes confirmados até o momento são:
Hospitais:
· Hospital Madre Teresa
· Hospital Materno Infantil Sinhá Junqueira
· Hospital Baía Sul
· Hospital Santa Catarina
· Hospital Sírio-Líbanês
· Hospital São Francisco
· Hospital Albert Einstein
· Hospital Unimed Volta Redonda
· Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre
· Hospital Santa Catarina
· Casa de Saúde São José
· Unimed de Sorocaba
· Hospital Dia e Maternidade Unimed – BH
· Hospital São Lucas
· Policlin S/A Serviços Médico Hospitalares
· Hospital Carlos Chagas
· Hospital Santa Paula
Operadoras:
· Unimed de Ribeirão Preto
· PASA
· Unimed de Blumenau
· Unimed de Sorocaba
· Unimed – BH
· Porto Seguro
· Golden Cross
· Policlin Saúde
· Cassi
No atual modelo de remuneração dos hospitais, denominado “conta aberta por unidade de serviço” (fee-for-service), cada item utilizado na internação do paciente é detalhado na conta após um processo de faturamento em que profissionais de saúde contratados pelo hospital revisam os registros da internação para a cobrança dos itens que foram consumidos. Nesse modelo, as operadoras de planos de saúde também têm grandes equipes contratadas para rever as contas e discutir valores e quantidades cobrados.
Nos novos modelos, o custo administrativo é menor, já que os itens frequentes em uma internação passam a ser cobrados de forma agrupada. Ou seja, serviços de enfermagem, serviços administrativos e recursos físicos (móveis, instrumentais cirúrgicos, utilização de salas, materiais descartáveis, entre outros) serão cobrados como um único item na conta hospitalar.
O projeto piloto será implementado em duas etapas:
1ª etapa: Implementação do Modelo de Conta Aberta Aprimorada – de 13/05/2013 a 08/08/2014
Consiste em um conjunto de diárias e taxas pré-definidas, que devem ser negociadas com um preço único, considerando todos os itens incluídos.
2ª etapa: Teste do Modelo de Procedimentos Gerenciados Cirúrgicos – de 12/08/2013 a 07/12/2014
Consiste em um elenco de procedimentos que devem ser cobrados de forma integral, considerando todos os insumos e recursos necessários para a execução.
Para a adoção do novo modelo, hospitais e operadoras deverão qualificar os seus processos de trabalho e os modelos de gestão, focando na melhoria da assistência aos clientes de planos de saúde. A proposta inicial é que, após o piloto, a adoção seja voluntária, mas a ANS já está estudando formas de estímulo para o setor, caso necessário, para maior aderência ao modelo proposto.
Participaram do desenvolvimento do projeto os representantes dos hospitais: Associação Nacional dos Hospitais Privados – ANAHP, Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas – CMB, Confederação Nacional de Saúde – CNS e Federação Brasileira de Hospitais – FBH e das operadoras de planos de saúde (Associação Brasileira de Medicina de Grupo – Abramge, Federação Nacional de Saúde Suplementar – Fenasaúde, União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde – Unidas e Unimed do Brasil – Unimed).
J.N.
Revista Apólice