Ultima atualização 03 de abril

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Especialistas analisam situação atual do agronegócio no Brasil

Para promover a agricultura e evitar perdas, País deverá investir em maneiras de mitigar os riscos naturais

O ex-ministro da agricultura, Roberto Rodrigues, iniciou sua palestra no 2º Encontro Internacional de Resseguro, que acontece hoje no Rio de Janeiro, falando sobre os problemas das filas de caminhões no Porto de Santos. “Todos se condoem da situação do produtor rural, que vê seu custo aumentado, entre outras coisas. O problema é antigo e as razões são conhecidas”, disse.

No ano passado, o saldo comercial foi de US$ 78 bilhões. Só do agronegócio o saldo foi de US$ 19 bilhões. “É claro que quando há perdas, quem paga é a população. Todos os brasileiros perdem juntos”, ressalta.

A OCDE – Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico – fez um trabalho mostrando a produção de alimentos até 2020.O Brasil deverácrescer 40% na produção de alimentos para que o mundo cresça 20%. “Mas nós estamos olhando para isso de forma positiva?”, indaga Rodrigues.

Um dos temas que a OCDE se fixa é na queda da população rural e aumento da população urbana. Isso significa que menos gente produzirá para mais gente.

O Brasil esténum processo de aumento da produção agrícola de forma sustentável. A área plantada cresceu 18% entre 1990 e2010. Aprodução de carne cresceu 13% nos últimos 20 anos. A produção brasileira sucroeletrica preservou um Brasil inteiro agrícola com tecnologia na área de produção de cana.

Ele falou de números da agricultura brasileira e queo Brasil temuma área agricultável gigantesca. “Apenas 16 milhões de hectares seriam legalmente agricultáveis de acordo com a legislação brasileira. Biotecnologia, nanotecnologia e informação são capazes de revolucionar uma cultura”, decreta Rodrigues, citando exemplos de informações que podem ser captadas e utilizadas para criar mapas sobre a área cultivada.

A lição de casa para o setor de agronegócio é criar uma estratégia nacional, com política de renda com crédito, seguro e resseguro. A política comercial é necessária para agregar valor aos produtos. “Mas não podemos esquecer de rever o custo Brasil, investindo em infraestrutura e logística”, completa Rodriigues.

Cristina Ribeiro, subscritora sênior de agricultura da Swiss Re, diz que é necessário promover a agricultura e fazercom o Brasil invistaem maneiras de mitigar os riscos naturais. Ela falou das perdas de milho e soja por conta das secas.

O seguro agrícola se expande por conta do Governo. São necessárias políticas de longo prazo para subsídio do prêmio do seguro. “Cabe ao setor privado entender e desempenhar o seu papel. O volume de prêmios do seguro rural estáem torno de R$ 500 milhões, um terço do que é produzido na América Latina”, enfatiza Cristina.

Temos hoje o entrave da falta de recursos e o mercado tem se mantido estável, com 53 milhões de hectares de grãos plantados, com menos de 10% com cobertura de seguro. “Por isso, há muito o que ser feito ainda para gerar a estabilidade de renda para o produtor rural”, prevê a executiva da Swiss Re.

“Acho que o Governo vem buscando um caminho”, analisa. Os modelos dos Estados Unidos, Espanha e México são os mais citados. O modelo mexicano tem as seguradoras operando, as cooperativas, seguros para catástrofes e participação do governo. Este é o modelo preferido por Cristina.

Rodrigues informa que “estamos chegando perto do momento em que o seguro dará um salto de qualidade no Brasil. Tenho um sentimento de que em breve teremos uma participação do Governo como acontece no México, o que trará um grande desenvolvimento para o agronegócio no Brasil”, completa Rodrigues.

Kelly Lubiato, do Rio de Janeiro

Revista Apólice

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