Grande parte dos agricultores do Brasil luta pela sobrevivência após a seca severa que atingiu importantes regiões produtoras na safra 2011/12, arruinando os resultados esperados para a soja e o milho. Fica cada vez mais difícil produzir com boa margem de lucro mesmo quando do aumento no preço das commodities. Uma das razões é que não existe uma ferramenta de mitigação de risco global para perdas causadas por desastres naturais. Perdas catastróficas acabaram com os resultados nesta safra e afetaram também as reservas de safras anteriores.
Durante a Conferência da ALASA, que será realizada em Quebec (Canadá), entre os dias 30 de maio e 2 de junho, seguradoras e resseguradoras agrícolas discutem soluções e viabilidade de ferramentas de transferência de risco. A Munich Re analisou os sistemas de seguro agrícola em escala global e concluiu que existem caminhos para enfrentar os desafios inerentes do setor agrícola de maneira técnica e profissional. Todos os riscos são passíveis de ser compartilhados entre Governo, mercado segurador e produtores agrícolas e regulados dentro de uma parceria Público-Privada. O ponto chave para o sucesso nestas parcerias é gerenciar as informações (por exemplo, culturas seguradas, rendimentos de produção por unidade de área ou coberturas individuais para cada produto já estabelecido) de maneira correta. Para tanto, os dados e gestão da informação somente são bem sucedidos quando um órgão central é responsável pelas regras para geração e intercâmbio da informação, bem como é responsável pela padronização de produtos de seguro.
Por ocasião da Conferência, a Munich Re está realizando um fórum para seus clientes sob o tema “Lições aprendidas com outros mercados”. Como pode um sistema de seguro agrícola sustentável ser adaptado às necessidades do Brasil?
G.F.
Revista Apólice