A Hospitalar 2012 encerrou nesta sexta-feira (25), com cerca de R$ 6,4 bilhões de negócios gerados (vendas diretas e indiretas), resultado 6% superior a 2011. Maior feira e fórum de saúde do Brasil e das Américas, o evento reuniu, no Expo Center Norte, em São Paulo, 1.250 expositores nacionais e internacionais. No último dia, o evento contou com a presença do Ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Durante o encontro com empresários da indústria hospitalar, o ministro anunciou que novos investimentos estão em aprovação para o segundo semestre deste ano para compra de equipamentos de diagnóstico, por parte do governo. Isso significa que a indústria brasileira deste setor terá prioridade nas compras que o Governo Federal fizer para o SUS. Além disso, Padilha também destacou a parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia na aplicação de cerca de R$ 300 milhões em pesquisas científicas para o setor da saúde e a independência brasileira na produção de medicamentos e vacinas.
Em quatro dias de evento, foram registradas 92 mil visitas profissionais, cerca de 3% acima do ano anterior. O número representa aproximadamente 40 mil visitantes únicos, público representado por dirigentes hospitalares, profissionais do setor de saúde e empresários da indústria médica, hospitalar e odontológica de 69 países.
A ascensão de negócios gerados na Hospitalar demonstra a fase de crescimento do mercado de saúde no Brasil, setor que movimenta a cada ano cerca de R$ 340 bilhões, o equivalente a 9% do PIB brasileiro. Este ano, 525 empresas de 33 países apresentaram seus lançamentos e novidades no evento.
Negócios gerados
Durante os quatro dias de feira, a ABIMO – associação que representa a indústria brasileira deste setor – promoveu rodadas de negócios com compradores de 18 países, convidados com apoio e financiamento da APEX. Estes empresários tiveram a oportunidade de conhecer a realidade do mercado brasileiro e a oferta local. As rodadas geraram cerca de US$ 15 milhões de negócios fechados e encaminhados. A maior parte demonstrou interesse por implantes ortopédicos, bombas de infusão, produtos para reabilitação, imobiliário, eletromédicos, materiais de diagnóstico e materiais de consumo.
Já a empresa especialista em autoclaves Phoenix Luferco terminou o evento com vendas 20% superiores à edição passada. A Maquet do Brasil, fabricante de equipamentos médicos, nas três primeiras horas do evento fechou contratos de R$ 500 mil. “Este bom ritmo de negócios se manteve até o último dia”, disse Jennifer Herbst, da área de marketing da empresa.
Lançamentos
Esta edição revelou interesse especial por novidades de tecnologia da informação aplicadas à saúde. A empresa MV, especializada em sistemas de gestão de saúde, anunciou durante a feira a compra de mais três empresas de TI: a Microdata, Centercall e Micropacs, desenvolvedoras de softwares de gestão de imagens médicas. Com isso, a empresa pretende ampliar sua atuação no mercado da América Latina. O empresário Paulo Magnus, diretor da MV, disse que o futuro do setor são os hospitais sem papel, comunicando-se internamente e com seus fornecedores e clientes por meios cada vez mais digitais.
Já a Alert & Benner lançou uma joint-venture para atender 100% das necessidades de hospitais, tanto na área de gestão quanto na área clínica. A expectativa é atingir nos próximos dois anos R$ 300 milhões de faturamento.
O interesse por novas aplicações de tecnologia no setor de saúde levou inclusive ao lançamento de uma “feira dentro da feira”, dedicada especialmente à telemedicina e e-Health. É a Hospitalar Digital Health, que reuniu os lançamentos de várias empresas deste setor, além de promover um seminário para debater a aplicação da telemedicina como novo ramo de negócios para que os hospitais possam atender pacientes em domicílio. Empresas de home care e até planos de saúde também discutiram como aplicar a tecnologia da informação para fazer prevenção, prestar assistência e acompanhamento médico dos pacientes por meio de tablets e celulares de última geração.
J.N.
Revista Apólice
