Os gestores de risco de instituições financeiras em toda a Europa, Oriente Médio e África (EMEA) estão aproveitando os efeitos da crise financeira para demonstrar como eles agregam valor e estão rapidamente ganhando adeptos nos conselhos de administração das empreras. Segundo pesquisa da Marsh, o papel do gestor de risco em instituições financeiras tem crescido significativamente e se destacado desde a crise financeira.
O relatório da Marsh New Risk Management Insights for Financial Institutions que detalha a visão dos chief risk officers, directors of risk e risk managers das 120 principais instituições financeiras em toda a EMEA foi elaborado no final de 2011 e entrevistou 122 gerentes de risco em toda a Europa, Oriente Médio e África. Aproximadamente 68% dos entrevistados afirmam que agora têm uma posição mais elevada dentro de suas organizações. O tempo de maturação dos departamentos de gestão de risco está impactando no nível de risco que as organizações estão preparadas para assumir: 34% dos entrevistados disseram que o apetite por riscos a nível dos conselhos administrativos tem aumentado nos últimos três anos, sendo que em 2009 somente 18% sentiam isso.
O relatório da Marsh também afirma que um grande consenso de gestores de risco em instituições financeiras em toda a EMEA (61%) sentem que a nova regulamentação tem feito pouco ou nada para reduzir sua exposição ao risco operacional. Além disso, apenas 14% classificaram a regulamentação como principal prioridade de risco para os próximos 18 meses.
O relatório também demonstrou que os gestores de risco estão hoje mais preocupados com as ameaças associadas ao risco de crédito e de liquidez de suas organizações do que jamais estiveram desde o auge da crise econômica. Mais de dois terços dos entrevistados (69%) identificaram o risco de crédito e 56% listaram o risco por liquidez como sua principal prioridade nos próximos meses, em comparação com 37% e 22%, respectivamente, daqueles que figuraram no relatório Marsh em 2009.
Entre as principais prioridades de risco para as instituições financeiras ao longo dos próximos estão:
Risco de crédito – 69%
Risco de liquidez – 56%
Risco operacional – 25%
Taxa de juros – 24%
Contrapartes – 15%
Risco de mercado – 15%
Protecionismo / regulamentação – 14%
Condições econômicas globais – 12%
“Há três anos, as instituições financeiras reconheceram seus problemas quando a crise bancária estourou, e tomaram como principal prioridade a resolução destes problemas. Hoje, nossa pesquisa revela que os Conselhos Administrativos reconhecem cada vez mais que a gestão de risco pode proporcionar uma vantagem competitiva. Com o capital já não tão barato ou tão disponível como nos dias anteriores à crise crediária, a boa gestão dos riscos é uma ferramenta essencial para garantir novos fundos”, afirma Carrick Lambert, líder para a prática de instiuições financeiras.
“Houve uma oscilação significativa em direção a um modelo mais centralizado de gerenciamento de risco: 30% dos entrevistados descreveram sua estrutura de gestão de risco como sendo gerenciada por uma equipe central, em comparação com apenas 17% em 2009. Esperamos que esta tendência de centralização continue e que os chief risk officers, finalmente, tornem-se elementos permanentes e influentes na maioria dos Conselhos Administrativos”, diz.
“A crise financeira destacou fraquezas fundamentais na gestão de riscos e controles das instituições financeiras. Enquanto a indústria se esforça para reparar sua má reputação e restaurar a confiança dos acionistas, o papel do gestor de risco não pode ser subestimado. Atuando como um sistema de monitoramento econômico e regulatório, os gestores de risco podem ‘ouvir’ o ambiente e ajudar os Conselhos Administrativos das instituições financeiras a identificarem os riscos emergentes, reduzirem a incerteza e, portanto, otimizarem seu desempenho”, completa o executivo.
J.N.
Revista Apólice