EXCLUSIVO – A abertura do 22º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros foi marcada pelos protocolos sanitários, e também pela quebra deles. Depois de dois anos sem encontros presenciais, o Congresso foi um momento catártico para os profissionais que atuam no setor. Foi uma troca de gentilezas entre o anfitrião, Armando Vergilio, o deputado federal Lucas Vergilio e o superintendente da Susep, Alexandre Camillo. Este último é a esperança dos profissionais para a mudança de algumas ações da sua antecessora, Solange Vieira, que o mercado considera “excrescências”.
Armando Vergilio, presidente da Fenacor, disse que este é o evento do recomeço e da fraternidade. “Estamos começando uma nova era, com novas expectativas. São três eventos em um: técnico, feira de negócios e cultural, promovido uma categoria que pode se orgulhar de seu desempenho na mais grave crise sanitária da humanidade. Segundo Vergilio, várias pesquisas mostram que a sociedade anseia pelo atendimento dos corretores de seguros, porque sabem que eles são capazes de garantir a continuidade das vidas e negócios. O mercado cresceu 12% em 2021.
“Por nossa atuação ninguém ficou sem atendimento ou sem proteção por conta da pandemia”, ressaltou o presidente da Fenacor.
Vergilio apontou que é preciso rever a criação das SISS (Sociedade Iniciadora de Serviços de Seguros) , que são um novo operador do sistema e que está fora do Sistema Nacional de Seguros. “Está claro que esta figura é ilegal e não pode existir, e deve extinguida seja pelo Congresso ou pela própria Susep. Se for necessário, vamos buscar na justiça o fim desta excrescência”.
Vergilio afirmou que deseja estimular o debate, porque a troca de experiência facilita o enfrentamento dos problemas da sociedade neste novo ciclo. “Temos que ter determinação e audácia para mudar. Pessoas com medo não mudam nada”, ressaltou.
“Ver a plateia e abraçar as pessoas é uma emoção inigualável. Depois de 23 anos o Congresso voltou a São Paulo, ao interior, uma força pujante. “É um sinal de harmonia, parceria e confiança da Fenacor com os paulistas”, disse o presidente do Sincor/SP, Boris Ber.
“Temos muito a comemorar, principalmente a resiliência e a entrega aos segurados. Não existe no mundo nenhum pós venda melhor do que o nosso”, ponderou Boris em seu discurso. “Os desafios continuam e o novo mundo, a nova política mundial, vai servir para que nós, corretores de seguros, saibamos como caminhar e para quem dar as mãos. Não faltará esforço nem resiliência para que vençamos o que vier pela frente”, completou Ber.
Joaquim Mendanha, presidente da Ibracor, ex superintendente da Susep, disse que o mais importante é o que aprendemos neste período.
Marcio Coriolano, presidente da CNseg, lembrou que o tempo passa rápido e que já vislumbramos os desafios do país e do mercado de seguros neste ano. “Nestes dois últimos anos tivemos avanços, que devem ser lembrados em fóruns de discussão de corretores. A união de corretores e seguradores foi digna de nota, assim como a nossa rápida resposta. Somo um setor solidário, moderno e progressistas, com tecnologia que deve ser utilizada para ajudar o segurado a fazer as melhores escolhas. Temos que conservar o que é justo e mudar o que for preciso”, destacou.
O crescimento nominal em 2021 foi de 1,3%. Coriolano declarou que este é um setor dinâmico e moderno e que pode incorporar mais gente na proteção do seguro. “O que nos anima é o que vem pela frente, como o novo superintendente da Susep, Alexandre Camillo. Estaremos todos a serviço do propósito construído com os corretores há décadas, de um setor que deve estar no centro das políticas públicas e privadas. Somos os braços da proteção econômica da cidadania e desoneramos o estado brasileiro para que ele faça aquilo que precisa fazer”, finalizou Coriolano.
Alexandre Camillo, superintendente da Susep e ex-presidente do Sincor-SP, disse que sua presença é um espelho do evento, que enaltece a importância dos corretores de seguros. “A interlocução é uma das minhas virtudes e sei que não sou o dono da razão. O diálogo está restabelecido. Neste exercício, coloco outro à disposição a experiência de 41 anos no mercado de seguros, como já aconteceu nas figuras de Armando Virgilio e de Joaquim Mendanha”, reforçou.
O consumidor é o elo que deve ser destacado e o corretor tem o privilégio de representá-lo. Se vivemos um momento de conquistas é porque existe uma movimentação política. Ao entender os anseios dos corretores de seguros, Lucas Vergilio atuou para que Alexandre Camillo assumisse a Susep.
Há uma equação entre o que se deseja, o que é possível e o que é necessário. Não faltará esforço para alinharmos estas etapas, conforme já dito anteriormente. O superintendente pontuou: “teremos que ter muito foco e produtividade para atingir os objetivos. Este momento se traduz em uma oportunidade única , porque diferente do que vivemos no sofrimento da pós-pandemia, temos que enfrentar um conflito armado entre duas nações, em nosso setor vivemos o ambiente mais pacificado dos últimos anos”, finalizou, demonstrando, como outros palestrantes, preocupação com a guerra da Ucrânia.
Dario Saad, prefeito de Campinas, deu as boas-vindas a Campinas e agradeceu os organizadores. “Este é o primeiro grande evento depois da pandemia. Como todas as cidades, Campinas sofreu muito, mas tem uma boa perspectiva no futuro próximo para controle da doença”.
Lucas Vergilio, deputado federal e presidente da Escola de Negócios e Seguros, criticou a ex superitendente da Susep, Solange Vieira, por falta de conhecimento e pelo desrespeito ao mercado de seguros. Volta ao regulador uma pessoa comprometida com o mercado de seguros. “Sabemos que teremos um ambiente regulatório mais calmo e previsível. São vocês que nos motivam e nos dão forças para superarmos nossas divergências”, reforçou o deputado federal.