Ultima atualização 26 de março

Edição 201

especial 20 anos

Responsabilidade Civil Profissional: benéfico a todos

Paride Della Rosa, diretor-presidente da AIG Brasil

Diariamente, trabalhamos com o desafio de evoluir a cultura securitária no Brasil. Outrora distante de boa parte das companhias, bem como de uma parcela significativa de pessoas físicas, os seguros conquistam terreno organicamente em nossa sociedade. Mas, se por um lado a pauta tem ganhado musculatura nas agendas executivas, ainda há muito para evoluir em seus processos, normativas e canais distribuidores.

Com o segmento de Responsabilidade Civil Profissional não é diferente. Voltado a proteger os prestadores de serviços de eventuais infortúnios causados a terceiros, normalmente clientes, o produto é cada vez mais demandado, ano após ano, tanto por profissionais liberais como pelas empresas – que hoje representam a maioria na carteira de clientes que compram o seguro. Para compararmos esse avanço, se olharmos para o ano de 2010, o faturamento do RC Profissional no mercado brasileiro girava em torno de R$ 100.263.856,00. Quatro anos depois, esse número saltou para R$ 218.600.464,00, segundo a Superintendência de Seguros Privados (Susep). Mais do que o crescimento em si, que no último ano foi de 14,3%, isso nos dá a dimensão da fatia que ainda pode ser labutada e do interesse dos profissionais em se munirem do seguro.

É para esse horizonte próspero que devemos olhar. É bem verdade que muitas categorias de seguros evoluíram pouco no Brasil frente à expectativa que se tinha há alguns anos. No entanto, o mercado securitário nunca representou tanto para a economia nacional. Hoje, cerca de 6% do PIB brasileiro.

O incremento e o diferencial no produto RC Profissional, são baseados na expertise de uma equipe técnica preparada, que faz uma abordagem específica junto aos consumidores, em paralelo ao apoio direcionado aos corretores e na qualificada prestação de serviço exigida quanto à regulação de sinistro que varia de acordo com a prestação de serviço amparada na apólice.

Historicamente, certas profissões adquiriram uma cultura securitária há mais tempo que outras, como os engenheiros e os arquitetos, os contadores, os cartórios, os advogados e os e os próprios corretores de seguros. Nos últimos tempos, novas situações abrem caminho para outros públicos, estimulando nichos importantes e de alta responsabilidade, como os profissionais veterinários, as instituições de ensino, empresas de Tecnologia da Informação, despachantes aduaneiros, de mídia em geral e as empresas de terceirização de serviço, também conhecidas como BPO (Business Process Outsourcing), em evidência na atual conjuntura macroeconômica.

Traçando uma estimativa a médio prazo, tenho uma visão otimista da expansão do RC Profissional. Embora a expectativa otimista que cerca de 20% dos profissionais brasileiros hoje sejam munidos de apólices, o crescimento e o entendimento da sociedade sobre a importância do seguro passa a ser notado e valorizado. Em paralelo, chegam os avanços no campo jurídico, uma vez que exigências contratuais ou em licitações também são importantes agentes de alavancagem, assim como, consumidores mais conscientes de seus direitos, as empresas com maior exposição devido a alta rotatividade de funcionários e ao dinamismo das atividades.

A meu ver, o desafio é desenvolver uma comunicação mais intensa do seguro de Responsabilidade Civil Profissional, facilitando o entendimento dos profissionais quanto aos benefícios que ele traz ao desempenho de suas atividades e trazendo estabilidade financeira por prejuízos decorrentes da prestação de serviço. Poderia uma empresa decretar falência por prejuízos causados pela sua atividade?

Podemos afirmar que o RC Profissional é imprescindível no mundo moderno, sendo um seguro para os profissionais de boas práticas e empresas que buscam ter segurança contra qualquer imprevisto jurídico e/ou acaso de rotina. A sociedade vem se educando gradativamente, nos trazendo a perspectiva de incremento do grupo de 20% do mercado que contrata o seguro, ano após ano. O mercado cresceu em média 22,6%, de 2010 a 2014, e a perspectiva para os próximos períodos é bastante positiva.

 

capa | Caixa Seguradora

Pronta para atender empresas e funcionários

Companhia tem portfólio completo, com produtos e benefícios para empresas e colaboradores

Garantir benefícios e melhorias na vida dos funcionários tem sido uma missão quase obrigatória para as empresas. Gerenciar os negócios requer muito mais que alavancar os lucros ou frear as despesas administrativas: hoje, é importante investir igualmente em pessoal. Micro, pequenas, médias e grandes empresas buscam no mercado cada vez mais chances de potencializar a retenção e a satisfação de seus talentos.

Pesquisa realizada este ano pela Catho constatou que 74,6% dos entrevistados elegeram a assistência médica o benefício mais importante para que eles reconheçam a estabilidade no trabalho. Seguro de vida, previdência e assistência odontológica também estão entre os dez benefícios mais desejados.

“É importante investir nos benefícios mais tradicionais, como o tíquete de alimentação ou participação nos lucros, e estar atento às opções que tragam proteção não apenas aos empregados, mas às famílias deles, como o plano de previdência privada, o seguro de vida, o plano de saúde e o plano odontológico”, explica o diretor de seguro odontológico da Caixa Seguradora, Júlio Felipe.

De acordo com a diretora executiva da B2P Pessoas e Estratégias, Carolina Mangoni, a empresa que investe fortemente na oferta de benefícios tangíveis e atrativos, tem grande chance de retenção dos seus talentos, evitando a evasão para o mercado. Há benefícios que não são tão valorizados pelos colaboradores por não serem percebidos mensalmente em termos financeiros, como o seguro de vida e a previdência privada, por exemplo, porém quando é necessária a sua utilização, há grande valorização por parte dos empregados”, destaca Carolina.

Marca nova, estratégia nova

Quinta maior do setor de seguros no Brasil, a Caixa Seguradora inaugurou este ano sua sede própria em Brasília e aproveitou o momento para lançar no mercado uma nova estratégia de marca. A empresa reviu seu nome – antes Grupo Caixa Seguros – e hoje sustenta um visual mais moderno e alinhado com seu atual jeito de ser, sem deixar de lado a força e a solidez da marca Caixa.

Com as mudanças, a seguradora fortaleceu ainda mais sua presença no mercado e alcançou o amadurecimento conquistado nos últimos anos, tanto no modelo de negócios como no posicionamento interno e externo. Isso reflete, por exemplo, na atuação mais agressiva da seguradora na comercialização de produtos para as empresas e seus funcionários. Antes uma área pouco explorada, com as novidades a seguradora decidiu traçar uma nova estratégia e voltou os olhos para este público, que ainda enfrenta certa carência na oferta de cuidados e benefícios próprios para ele.

A Caixa Seguradora está preparada para atender a fração corporativa. Hoje, a companhia tem uma linha de produtos exclusivos para clientes pessoa jurídica. No mix, podem ser contratados seis tipos de seguro saúde, quatro opções de assistência odontológica, uma previdência corporativa, além de um seguro de vida que garante, em casos de eventualidade, os principais cuidados para a família do segurado.

No portfólio, há produtos adequados para todos os segmentos de empresa. “Pensamos em uma carteira ampla, com produtos que realmente possam fazer a diferença na vida dos colaboradores e dar a ele estabilidade, ao mesmo tempo, que cumpra os objetivos de retenção que toda empresa espera”, comenta o diretor de saúde da Caixa Seguradora, Luiz Gevaerd.

Saúde: o bem mais precioso

Cuidar da saúde é importante, mas alguns entraves do mercado têm deixado essa tarefa cada vez mais complicada de ser solucionada. Os gastos com seguros saúde estão entre os de maior impacto no orçamento familiar. Isso assusta, mas, em contrapartida, o investimento é justificado quando há a necessidade de um pronto atendimento, a realização de um exame ou até mesmo um procedimento mais grave.

As empresas estão atentas a essa nova realidade e procuram assistências médicas adequadas para atender seu público. Os funcionários, por sua vez, tornam-se mais seguros ao saber que todo mês terão garantido o direito a ser atendido com conforto em hospitais particulares.

“A empresa que investe e se preocupa com o futuro, não só do colaborador como da sua família também, ganha maior visibilidade e percepção de valor para seus colaboradores e para o mercado”, afirma Carolina Mangoni.

Na Caixa Seguradora, há seguros saúde para todo o perfil de empresa. São seis tipos diferentes, que garantem ao funcionário todo o rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). “Os colaboradores e seus dependentes contam ainda com hospitais, clínicas e profissionais em todo o Brasil, além de canais de atendimento online 24 horas por dia. Isso garante saúde tanto para os funcionários, quanto para o negócio da empresa”, explica Gevaerd.

O leque de opções de produtos é extenso e pode ser contratado, por meio de corretores, de acordo com o perfil de cada empresa. Outra vantagem: os empregados têm acesso aos hospitais e clínicas em todo o país, dentro de uma rede referenciada com mais de 25 mil pontos de atendimento.

Sempre vale a pena fazer um seguro odontológico

Quando uma pessoa faz um plano de saúde, geralmente é motivada pelo um receio de algum acidente ou de alguma doença repentina e grave. Trata-se, portanto, de uma atitude de prevenção. Com o seguro odontológico, a lógica é um pouco diferente. O interesse pelo produto aparece no momento em que é preciso realizar algum tratamento dentário. Aí é só pegar a calculadora e comparar. Na maioria dos casos, o paciente percebe que o valor que vai gastar no tratamento pode pagar várias mensalidades do plano. Esse é um dos motivos que fazem o seguro odontológico ser um dos benefícios mais valorizados por funcionários.

O diretor de seguros odontológicos da Caixa Seguradora, Júlio Felipe, acredita que cada vez mais as empresas têm procurado esse tipo de produto. “Aos poucos, as pessoas estão se preocupando mais com a saúde bucal. As empresas já perceberam a importância de cuidar do sorriso dos funcionários. O investimento é baixo e ajuda a reter talentos, uma vez que o benefício é muito apreciado”.
A Caixa Seguradora tem um dos melhores seguros odontológicos do Brasil. O reconhecimento veio da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A empresa recebeu a nota 0,8626 no Índice de Desenvolvimento de Saúde Suplementar (IDSS) e entrou na primeira faixa de qualidade do ranking da ANS.

“O índice mede a qualificação das operadoras de Saúde e Odonto no país”, explica Julio Felipe. “Fomos classificados na primeira faixa, o que significa que nosso serviço e nossa rede credenciada, com mais de 26 opções de atendimento, são avaliados entre os melhores do Brasil”.

Para se manter entre os principais, o seguro odontológico da Caixa oferece os melhores serviços com a liberdade para escolher clínicas e profissionais em todo o Brasil. A empresa oferece produtos desde o microempreendedor até grandes empresas. São oferecidas quatro opções de planos: a Sigma, com todos os procedimentos exigidos pela ANS e colocação de aparelho; o Beta, que inclui 13 procedimentos especiais; o Alfa, com tudo que os outros oferecem, além de documentação ortodôntica; e o Delta, que oferece tratamento ortodôntico completo, próteses em cerâmica e, mais uma novidade, o clareamento dos dentes.

Seguro de vida é um dos benefícios exigidos pelo empregado

Já foi a época em que falar de seguro de vida deixava os brasileiros incomodados. Hoje, com a cultura do seguro mais arraigada no Brasil, as pessoas entendem a importância do produto e estão cada vez mais abertas a contratar um produto que tem como premissa deixar seus filhos e cônjuges protegidos em casos de eventualidades.

Para ajudar nessa tarefa, as empre¬sas têm oferecido a seus funcionários opções de seguros de vida inclusos em suas remunerações. A Caixa Seguradora tem um produto que garante aos empregados coberturas abrangentes por ocorrências dentro e fora do trabalho, 24 horas por dia, em qualquer lugar do mundo. São indenizações de até R$ 600 mil por funcionário e produtos complementares para indenizações de até R$ 1 milhão.

“O seguro tem um papel fundamental na cadeia social e econômica do país. Além de amparar o segurado e sua família em um momento difícil, o produto consegue restabelecer a ordem econômica no orçamento familiar“, explica o diretor de seguros de vida da Caixa Seguradora, Cesar Lopes.

Além das coberturas básicas – mor¬te por causas naturais e morte acidental –, o empregado tem direito a coberturas adicionais, como o Serviço de Assistência Funeral, que pode ser estendido para o cônjuge ou companheiro e filhos de até 24 anos. A empresa, por outro lado, também se beneficia do seguro de vida. Uma das coberturas garante uma indenização para a corporação cobrir despesas rescisórias em caso de morte do funcionário.

Foco na previdência empresarial

Há aproximadamente um ano, os planos de previdência para empresas eram um universo quase inexplorado pela Caixa Seguradora. Com carteira irrelevante para o tamanho da companhia, a empresa vendia previdência quase que exclusivamente para pessoas físicas. Seguindo a linha dos outros produtos pensados para pessoa jurídica após a estratégia de mudança de marca, a previdência ganhou um espaço nobre nas negociações da Caixa Seguradora com empresas de todo o país.

A diretora de previdência da Caixa Seguradora, Rosana Techima, explica que muitas empresas utilizam os planos para reter talentos. “Oferecer previdência para a equipe é uma ótima forma de garantir estabilidade para os empregados. A grande vantagem é que eles têm acesso a condições melhores do que teriam se fossem contratar planos individuais”.

Para alavancar as vendas, a Caixa Seguradora focou numa estratégia de simplificação dos processos e passou a focar nas micro e pequenas empresas. “A maioria das empresas no Brasil são micro e pequenas e é nesse público que focamos nossa atuação com uma comunicação clara e objetiva e com vendas simplificadas nas agências da Caixa”, explica Rosana.

As mudanças já trouxeram resultados: a carteira de empresas com planos de previdência da Caixa Seguradora está 14 vezes maior que um ano atrás: saltou de 4 mil para 56 mil planos empresariais nos últimos 12 meses, levando a empresa da 11ª para a 2ª posição no ranking de quantidade de planos para pessoas jurídicas.

As vantagens da previdência para as empresas

✓ A empresa pode contratar planos empresariais de acordo com as necessidades de seus empregados, podendo escolher entre as modalidades PGBL ou VGBL;

✓ Motivação da equipe com o benefício da previdência, diminuindo a rotatividade e aumento da produtividade;

✓ Maior competitividade nos processos de seleção e recrutamento;

✓ As contribuições não compõem a base de cálculo para efeitos trabalhistas;

✓ Os valores depositados pela empresa no plano de previdência poderão ser deduzidos como despesa operacional no IR, até o limite de 20% da folha salarial dos participantes, no caso de empresas que declaram pelo lucro real.

As vantagens para os funcionários

✓ Garantia de segurança para eles e seus familiares;

✓ Permite manter um bom padrão de vida na aposentadoria;

✓ Permite formar poupança por meio de remuneração indireta incentivada;

✓ As contribuições feitas pelos participantes no PGBL são dedutíveis da base de cálculo do Imposto de Renda, até o limite de 12% dos rendimentos brutos anuais para quem faz declaração completa de IR.

 

especial benefícios | judicialização

Em busca do equilíbrio

Saúde suplementar ganhou 152 mil novas ações judiciais em quatro anos. Para frear processos no setor, entidades e consultorias se concentram na mediação de liminares e em orientação preventiva

Lívia Sousa

Recorrer a processos e liminares para garantir atendimento e recursos médicos não é uma prática recente. A chamada judicialização da saúde começou no Sistema Único de Saúde (SUS) e logo afetou o sistema privado, que por conta da precariedade dos serviços públicos adquiriu caráter essencial para a manutenção da saúde do cidadão.

Os casos que chegam à Justiça envolvendo a saúde suplementar saltaram de 240 mil, em 2011, para 392 mil em julho do ano passado, de acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Com isso, nasceu uma indústria de liminares preocupante para os tribunais de justiça de todo o Brasil.

“Há uma tendência do judiciário em defender a saúde suplementar e a complementar, pois elas carregam a responsabilidade pelos serviços que deveriam ser prestados pelo sistema público, setor mais protegido”, alega o advogado especialista em saúde suplementar e sócio na Dainesi & Parré Advogados, Márcio Dainesi.

Sobre o número crescente de processos, o profissional diz que as razões vão além do maior acesso da população à justiça. A explicação está, por exemplo, no aumento da pirâmide etária, que não só elevou o custo da saúde pública e da privada como também fez aumentar o espectro do contrato.

Ainda na lista de justificativas está o rol estabelecido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que impõe às operadoras conceder produtos e serviços superiores ao acordado no contrato. “É legítimo o consumidor procurar seus direitos quando se sentir lesado, mas esse tipo de conduta encoraja os beneficiários a reivindicar na Justiça as coberturas que escolheram excluir de seus planos, ou seja, promove a judicialização injusta”, explica o presidente da FenaSaúde, Marcio Coriolano. Por outro lado, muitos acabam em um processo por desconhecimento dos contratos e da legislação, desprezando as regras de carência – período compreendido entre o início de vigência do contrato e o início da cobertura contratada.

Sinistralidade, inflação médica e uso abusivo

Além de obrigar operadoras a cobrir procedimentos não previstos em contrato ou em regulamentações e leis que regem a saúde suplementar, as decisões judiciais pedem o custeio de tratamentos experimentais e de medicamentos não aprovados pela ANS. Como os planos se baseiam no mutualismo, sistema no qual todos contribuem para cobrir o custo assistencial de quem necessita utilizar o serviço médico-hospitalar, a elevação de custos aumenta também a contribuição de cada beneficiário.

“Levada ao extremo, a situação pode inviabilizar os planos de saúde”, declara Pedro Ramos, diretor da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge).

A edição de julho do “Boletim da Saúde Suplementar – Indicadores Econômico-financeiros e de Beneficiários”, publicado pela FenaSaúde com base nos dados extraídos dos sistemas de informação da ANS, aponta que as operadoras de planos de saúde associadas à entidade destinaram R$ 45,2 bilhões ao pagamento de consultas, exames, cirurgias e outras despesas assistenciais entre março de 2014 e 2015. Segundo o documento, o valor equivale a 84,6% do total de des¬pesas das associadas, que chegaram a R$ 53,4 bilhões com a soma das despesas administrativas, de comercialização e impostos. Já no mercado brasileiro, as operadoras desembolsaram R$ 134,8 bilhões no mesmo período.

Já Coriolano afirma que a judicialização é mais um elemento, dentre outros, que onera a saúde privada e eleva o nível de sinistralidade – quanto maior a sinistralidade, mais cara será a inflação médica. Para se ter uma ideia, entre as associadas da FenaSaúde a taxa de sinistralidade alcançou 84.3% nos últimos 12 meses terminados em março de 2015, expansão de 2,6 ponto percentual na comparação com os últimos 12 meses terminados em março do ano anterior.

“As prescrições inadequadas de tratamentos médicos, que muitas vezes não têm indicação comprovada, a inclusão de novas tecnologias e a distorção de preços exercem forte pressão nas despesas e ajudam a aumentar essa taxa”, diz.

Evitando processos

Não há como interferir em um processo em andamento, mas é possível lidar com a questão da judicialização de forma preventiva. No caso das consultorias em benefícios, uma orientação ao setor de Recursos Humanos das empresas pode reduzir significativamente os riscos desta prática. A atuação é fundamental para que, desde a implantação de um plano de saúde, os funcionários tenham ciência das coberturas a que têm direito e suas obrigações com relação ao benefício oferecido.

“O RH deve ser o primeiro a se conscientizar de que as concessões de excepcionalidades para atendimentos fora do escopo contratual e as ações impetradas contra as operadoras reverterão em ônus sobre os custos do programa de assistência médica oferecido aos funcionários e dependentes. Desta forma, é necessário que tenha ou receba suporte técnico adequado para orientar corretamente os funcionários”, destaca Ligia Parise, diretora da divisão Internacional e Consultoria da área de Capital Humano e Benefícios da Willis.

Para prestar esse tipo de consultoria, a Willis utiliza mecanismos educativos que incluem palestras e manuais adequados à linguagem de cada empresa, oferta de diferentes programas de promoção e prevenção de saúde e o Programa de Assistência ao Empregado, conduzido por uma empresa especializada e que provê o usuário com um leque de serviços e orientações, inclusive no âmbito jurídico.

Assim como a Willis, a corretora e administradora de benefícios It’s Seg investe no processo de comunicação e orientação elucidando as especificidades do contrato e mostrando aos usuários o que é devido e o que pode ser abusivo. A empresa acompanha ainda os prazos de liberação das operadoras e faz a intermediação entre o solicitante (médico ou hospital) e os planos de saúde para agilizar a análise e liberação de procedimentos solicitados. Em casos complexos, orienta que o colaborador obtenha uma segunda opinião médica e indica um profissional adequado para sua necessidade.

“Além de ser um mecanismo efetivo, isso ajuda muito na percepção do usuário”, diz Thomaz Cabral de Menezes, presidente da It’s Seg, acrescentando que “as empresas que investem em saúde ocupacional de forma mais abrangente e preventiva têm a sinistralidade melhor administrada”.

Já a Mercer Marsh Benefícios analisa as situações que se encaixam na Lei 9656 (Lei dos Planos de Saúde, sancionada em 1998 e que regulamenta os planos privados de assistência à saúde), ajuda os clientes a entender essa norma e, a partir daí, indica advocacias especializadas em benefícios às quais conta com parceria.

Francisco Bruno, consultor sênior da companhia, vê a judicialização na saúde como caminho para um terreno perigoso. “Os juízes julgam somente pelo aspecto social e ‘rasgam’ a lei da saúde. Isso prejudica demais as empresas, que têm que arcar com as despesas. Essas despesas são demandadas principalmente pelos aposentados, que em sua maioria pedem o reajuste dos planos de saúde corporativos”, explica, lembrando que o custo da inflação médica dos planos de benefícios empresariais – hoje em aproximadamente 16% e podendo fechar 2015 em 18% sobre o ano anterior, segundo estudo da Mercer Marsh Benefícios – não está nas mãos do RH.

“Os preços de material, cirurgia, medicamento e internação, por exemplo, não são transparentes para a empresa que contrata o serviço e estão fora do controle dos Recursos Humanos. Por isso, além da comunicação com o plano e o uso abusivo, onde esse setor pode atuar melhor é no redesenho do plano, onde agimos fortemente”.

Dagoberto José Steinmeyer Lima, sócio-fundador da Dagoberto Advogados, também considera preocupante a prática da judicialização, “até porque os planos de saúde são caros para a população brasileira”. “A legislação tem que ser melhor trabalhada para não haver abusos”, acrescenta ele.

Solução de conflitos

A mediação de liminares é apontada como uma alternativa para a redução da judicialização na saúde privada. Essa possibilidade já é trabalhada pela ANS, que por meio da Notificação de Investigação Preliminar (NIP) intercede conflitos entre usuários e operadoras de saúde e odontologia em casos de negativa de cobertura.

O próprio Conselho Nacional de Justiça (CNJ) reconhece a judicialização da saúde e recomenda aos Tribunais a adoção de medidas para melhor subsidiar os juízes, assegurando maior eficiência na solução das demandas judiciais referentes a assistência saúde. “Para o magistrado, existe a obrigação constitucional de prestar a jurisdição e resolver os problemas que afligem a sociedade, porém faltam ferramentas e informações técnicas da área da saúde, além de instrumentos que auxiliam o exame dos pedidos de concessão de provimentos jurisdicionais em caráter de urgência”, declara Pedro Ramos, da Abramge.

Em abril deste ano, a Associação, junto com a FenaSaúde, assinou um acordo de cooperação com o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) para mediar liminares dos processos distribuídos no Fórum João Mendes Júnior, no centro da capital paulista. A medida prevê a criação do Núcleo de Apoio Técnico e de Mediação (NAT), que terá a função inicial de promover o contato entre a operadora e o demandante para que fechem acordo e dispensem uma ação judicial – isso porque muitas solicitações chegam aos magistrados sem que antes o beneficiário tenha feito o primeiro contato com a operadora. Em um segundo momento, o NAT deverá ser reestruturado para subsidiar os magistrados com informações relativas aos casos sob demanda e sobre a área da saúde. “Nessa etapa posterior, o NAT deverá ser constituído de forma a manter total isenção”, frisa Marcio Coriolano, da FenaSaúde.

O Núcleo também funcionará como um piloto e, caso apresente resultados positivos, poderá ser replicado para todo o Brasil junto com o CNJ. Como a ação é recente, ainda não há como estimar, nem mesmo em números aproximados, em quanto os processos envolvendo o setor poderão ser reduzidos. Mas Coriolano espera que as demandas imotivadas comecem a cair a partir do momento em que os planos de saúde tiverem ciência dos questionamentos dos beneficiários e na medida em que os magistrados seguirem as recomendações do Tribunal.

Já Ramos lembra que este é um passo importante para o segmento e que toda participação, seja de entidades de defesa do consumidor ou de representantes de outros segmentos de saúde, é bem-vinda.

A Unimed, por exemplo, tomou conhecimento da iniciativa e deverá se juntar à causa. “Esse acordo será um canal de diálogo não para beneficiar os planos de saúde, e sim para esclarecer questões de esfera médica para a justiça basear suas decisões”, reitera Eudes de Freitas Aquino, presidente da Unimed do Brasil.

Case de sucesso

Simone Parré, advogada especialista em saúde suplementar e sócia na Dainesi & Parré Advogados, lembra que grande parte dos processos envolvendo planos de saúde ocorre por falta de diálogo entre as operadoras e seus beneficiários. Na contramão das demandas imotivadas, as operadoras de saúde já contatadas por seus clientes podem evitar que o entrave chegue à justiça, mas devem ter sensibilidade e cuidado ao resolver a questão.

A executiva cita como exemplo uma de suas operadoras clientes, que enfrentava grande número de reclamações e processos junto à ANS. “Em um trabalho que durou um ano e meio, o call center desta operadora foi reformulado e o resultado foi uma redução de 50% nas reclamações. Às vezes as queixas também acontecem porque a operadora não oferece um meio de comunicação eficaz”, finaliza.

Os geradores de conflito

Marcio Coriolano, presidente da FenaSaúde, aponta situações que levam à judicialização e que podem ser esclarecidas com a leitura do contrato ou via contato com SACs e ouvidorias:

– Período de carência previsto em contrato ainda não cumprido;

– Período de cobertura parcial tem¬porária (CPT) em casos de doenças e/ou lesões preexistentes;

– Procedimentos não previstos no rol da ANS;

– Atendimento fora da abrangência geográfica de cobertura do plano;

– Quando se trata de contrato anterior à Lei 9.656/98, algumas coberturas previstas nos novos contratos não estão inclusas. Mas os beneficiários podem e devem adaptar seus planos de modo que tenham todas as coberturas que a Lei e as normas da ANS estabelecem.

 

especial benefícios | saúde

As inovações da saúde suplementar

Operadoras e seguradoras especializadas na área apostam no desenvolvimento de produtos e serviços para PME, em programas médico-hospitalares e em tecnologia

Lívia Sousa

O número de beneficiários na saúde suplementar está evoluindo. De março de 2014 ao mesmo período deste ano, houve uma alta de 1,3% de usuários nos planos individuais (o equivalente a 124.086 novos vínculos) e 2,7% nos planos coletivos empresariais (896.917 novos usuários). Os dados são do levantamento “Saúde Suplementar em Números”, divulgado pelo Instituto de Estudos da Saúde Suplementar (IESS).

Com o crescimento de usuários, crescem também a demanda e o mercado de saúde – que apesar dos números positivos ainda conta com baixa penetração no Brasil, de acordo com o presidente da Bradesco Saúde, Marcio Coriolano. “O segmento de saúde suplementar acompanha o ciclo econômico do País, que depende exclusivamente de emprego e renda, fatores determinantes para alavancar o mercado”, declara o executivo.

No entanto, há muitas oportunidades de crescimento para o mercado de saúde suplementar, mesmo diante de um cenário macroeconômico desafiador. “De acordo com as entidades que representam o setor, apenas 26% da população brasileira possuem um seguro saúde e 15%. tem plano odontológico”, lembra o vice-presidente de Saúde e Odonto da SulAmérica, Maurício Lopes.

Assim, as empresas esbarram no desafio de oferecer produtos inovadores e serviços de excelência, além de aprimorar constantemente os processos de atendimento. Uma fórmula eficaz para atrair novos beneficiários e manter fiéis os usuários veteranos.

Uma das apostas das operadoras e seguradoras especializadas em saúde tem sido o desenvolvimento de produtos e serviços voltados a pequenas e médias empresas, mercado em expansão apontado como o grande polo de crescimento no setor de saúde suplementar. A Bradesco Saúde, por exemplo, reestruturou a grade de produtos com o objetivo de atender a diferentes grupos deste ramo. As soluções variam e contam com três a 29 vidas, 30 a 99 vidas e 100 a 199 vidas. Para os planos empresariais, o atendimento vai de 200 a 499 vidas e a partir de 500 vidas.

“As pequenas e médias empresas são o grande motor da economia. O segmento de PME adotado pela Bradesco Saúde como Seguros Para Pequenos Grupos (SPG) passou a ser a estratégia de atuação da seguradora”, diz Coriolano.

Assim como a Bradesco, a SulAmérica enxerga um grande potencial de crescimento no mercado de PME e tem o segmento como foco estratégico.

Mais proximidade com o usuário

Na outra ponta estão os programas médico-hospitalares, que visam estimular a qualidade da prestação do serviço, a resolubilidade do atendimento e a racionalização dos custos assistenciais.

Aos segurados da Bradesco Saúde em São Paulo e Grande São Paulo, Rio de Janeiro e Grande Rio, além de Porto Alegre e Salvador, são disponibilizados programas que resgatam a relação médico-paciente nas especialidades clínica médica, pediatria, coluna, traumato-ortopedia, diabetes e cardiologia. Está incluso ainda um projeto de segunda opinião médica, realizado em parceria com hospitais de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, que proporciona alternativas de tratamento de patologias de coluna vertebral, neurológicas e hemodinâmicas que não sejam a intervenção cirúrgica.

Estreitar a relação entre médico e paciente também é vista como uma oportunidade para a Omint, que personaliza os serviços de acompanhamento de seus associados através de medidas como orientação médica telefônica destinada à pacientes crônicos e usuários com casos de saúde complexos. Outra novidade é o serviço “Doutor em Casa”, no qual um médico credenciado oferece o primeiro atendimento ao paciente. “Isso evita o uso incorreto do recurso e diminui a dificuldade e o tempo de espera enfrentados pelos usuários nos pronto-socorros”, explica Cícero Barreto, diretor comercial da companhia.

Gerenciamento de saúde

A adoção de hábitos saudáveis por parte da população pode contribuir para a reversão da sinistralidade e da inflação médica. Para isso, as operadoras privadas de saúde têm um papel cada vez mais importante no estímulo da mudança de hábitos de seus beneficiários, medidas realizadas através de programas de promoção da saúde e de prevenção de doenças.

Esses programas crescem rapidamente entre as operadoras, entre elas a SulAmérica. Na companhia, o programa parte do mapeamento de riscos, realizado por meio de preenchimento de questionários e exames clínicos. Posteriormente, os segurados elegíveis são encaminhados para programas específicos.

“Conciliar a gestão de pagamentos aos prestadores de serviços médicos-hospitalares à gestão da qualidade de vida dos beneficiários é uma tendência mundial no setor privado de saúde. Alinhado a esse cenário, esse também é o nosso posicionamento”, diz Maurício Lopes.

As iniciativas lançadas pela compa¬nhia já apresentam resultados significa¬tivos. Cerca de 500 empresas e 100 mil segurados, sendo 29 mil deles em acom¬panhamento contínuo, foram atendidos desde o lançamento do programa “Saúde Ativa”, em 2009.

Já o programa “Juntos pela Saúde”, da Bradesco Saúde, indica ações de prevenção que vão desde a entrega de material explicativo e realização de palestras ministradas por profissionais especializados em promoção e prevenção até a elaboração de programas específicos de gestão de patologias, que podem contribuir para o controle de patologias e dos custos do benefício.

A iniciativa desenvolve ainda ações de promoção da saúde como imunização, campanha anual de vacinação contra gripe, benefício farmácia e o “Saúde em Forma” (que identifica e acompanha pacientes com patologias crônicas).

“A informação e a assistência oferecidas contribuem para que os participantes do Programa tornem-se mais conscientes e motivados a mudar seus hábitos de vida e o comportamento em relação à sua saúde”, afirma Marcio Coriolano.

Tecnologia

Uma das grandes aliadas dos serviços e produtos médicos-hospitalares no Brasil é a tecnologia, utilizada, por exemplo, no serviço de Troca de Informação de Saúde Suplementar (TISS), criado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e estabelecido como um padrão obrigatório para a troca eletrônica de informações entre os agentes da saúde suplementar.

“No Brasil, há a oportunidade de se utilizar a informação em benefício do sistema de saúde. A ANS começou com isso e acredito que este seja um dos caminhos para propiciar agilidade no setor”, diz o diretor institucional da Amil, Antonio Jorge Kropf. A agilidade também foi o foco da operadora, quando mais de um milhão de beneficiários tiveram seus rostos registrados em um sistema de reconhecimento facial. Além de confirmar a identidade do paciente, a tecnologia utilizada pela companhia permite a conexão direta do cadastro do beneficiário com seu prontuário médico.

Já a Bradesco Saúde se vale da tecnologia para prestar informações à área de recursos humanos das empresas contratantes e incrementar a sua própria gestão interna de custos. O processo é realizado por meio do Sistema de Informações Gerenciais (SIGE), ferramenta acessada pela internet que permite o acompanhamento das despesas incorridas pela população beneficiária, em todos os tipos de tratamentos que o seguro cobre, possibilitando a geração de relatórios para as necessidades de análise do comportamento das despesas médicas. O SIGE também pode indicar a necessidade de implementação de ajustes no desenho do plano/benefício, de acordo com o perfil de cada empresa.

O caminho a se trilhar

Nos últimos anos, o Brasil passou por transformações estruturais que impactam diretamente no setor de saúde. Para Marcio Coriolano, é imprescindível a compreensão do momento atual para encarar os desafios em relação à sustentabilidade econômico-financeira do setor pelas próximas gerações.

Ainda de acordo com o presidente da Bradesco Saúde, no processo de manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do sistema de saúde suplementar, o consumidor também tem sua parcela de responsabilidade, necessitando estar atento à utilização dos serviços de modo responsável e ético e evitando onerar ainda mais um sistema que, por sua natureza de mutualismo, aumenta seus custos na medida de sua utilização.

Cícero Barreto, da Omint, chama a atenção para a qualidade dos produtos e dos serviços prestados pelo segmento. “Não adianta trabalhar com quantidade e se esquecer da qualidade. A melhoria tem que ser contínua”, diz. “Estamos sempre em contato com os médicos para verificar a efetividade e as melhorias das novas tecnologias. Esta é uma área segmentada, com muitos atores, um grande fato para melhorar a cadeia como um todo”, conclui o executivo.

 

especial benefícios | vida

Tecnologia impulsionando o seguro de pessoas

De plataformas para subscrição a mapeamento genético, avanços chegam ao mercado e players precisam se adaptar às novas tendências sem esquecer o fator humano

Amanda Cruz

Novos processos fazem parte do cotidiano de resseguradoras, seguradoras e corretores. O aprimoramento de ferramentas e plataformas, além de técnicas de subscrição, traz agilidade às companhias e diminuem a probabilidade de fraudes, possibilitando a comunicação direta entre players.

A telessubscrição é algo simples, mas que tem feito a diferença no cálculo dos riscos dos seguros de vida. Com ela, o questionário sobre hábitos e doenças, que antes era preenchido a mão e entregue ao corretor, agora é feito por um profissional especializado da área da saúde, por telefone. Isso ajuda no processo de diversas maneiras, como o fato de ter um profissional dedicado a isso, que pode reconhecer sintomas, ficar alerta a possíveis inconsistências e auxiliar o próprio cliente a avaliar suas respostas e também ser mais honesto em relação a elas. “O que percebemos com a nossa experiência é que os clientes ficam mais satisfeitos e à vontade, porque o corretor pode ser um amigo ou conhecido para quem ele não quer revelar possíveis problemas ou dados de sua intimidade”, indica Alessandra Monteiro, gerente de Riscos de Vida e Previdência do IRB Brasil RE. A companhia também lançou, em junho, um manual de subscrição online, que a seguradora pode consultar para saber qual a forma adequada de tratar um risco. “Por exemplo, alguém que é mergulhador já tem um risco, mas dependendo do tipo, da modalidade de mergulho que a pessoa faz, o risco pode ser diferenciado”, explica Alessandra.

A Swiss Re também atua com telessubscrição e acredita que essa ferramenta é um caso de bastante sucesso. Mas Margo Black, CEO da Swiss Re, cita também a subscrição preditiva, ainda pouco utilizada no Brasil como um avanço para a área. “É uma forma de selecionar potenciais candidatos ao seguro de vida. Utiliza-se grandes bases de dados para se fazer inferência estatística e, baseado nessa inferência, pode-se oferecer um seguro de vida sem a necessidade de se perguntar a real condição de saúde e de atividades do proponente da apólice”, conta a executiva.

A movimentação dos setores de TI tem sido vital para qualquer segmento, porque está diretamente ligado com a exploração do potencial de agilidade do mercado, o que traz a rentabilidade. Por isso, a maioria delas adota um trabalho intenso para reformular suas visões sobre o assunto e aumentar seu preparo. “As áreas de TI têm grandes frentes de negócios e pilares. É fundamental saber que tipo de tecnologia é vital para o segmento”, aconselha Willians Monteiro, gerente de Tecnologia da PAN Seguros.

Para Margo Black, mudar sistemas antigos e aplicar novas formas de subscrição, como por exemplo a subscrição com agravo de risco, ainda é algo não muito praticado pelas seguradoras. “O seguro de vida em si (sem considerar o VGBL que é categorizado como Vida) ainda é comercializada de forma bastante simples no mercado brasileiro (produto anual, apenas risco sem componente de poupança, coberturas tradicionais etc)”, conta. Por esse conservadorismo do mercado alguns obstáculos podem ser encontrados, mas certamente a movimentação é a de, cada vez mais, aderir às novidades. Pois, se não for assim, as companhias correm o risco de ficar para trás.

A percepção que se tem é que a redução dos custos e o aumento da agilidade são os principais motivos dessa autoanálise que as companhias de seguro vêm fazendo. “Os clientes ficam mais satisfeitos com a inserção da tecnologia. Esse movimento fica cada vez mais evidente com as demandas da geração Y, que vive dentro dessas novas tecnologias. Para ela é impensável você não ter essas ferramentas”, relata a executiva do IRB.

Todas essas avaliações têm um intuito: tornar o mercado de seguros mais saudável. Isso não está separado de fazer com que as pessoas também fiquem assim. Dar descontos e incentivos para aqueles que se cuidam mais já é uma prática bem avaliada pelo mercado de seguros. Sejam clientes que já contratam tendo bons hábitos ou aqueles que adquirem produtos ao longo do caminho, as seguradoras têm procurado recompensá-los.

No Brasil, isso ainda não é muito comum, mas em alguns outros países já é mais difundido. A chave para se chegar a um modelo que beneficia os clientes com menos riscos é ter uma boa base estatística para fazer o cruzamento de informações de um mesmo cliente em diferentes produtos. Margo explica que um exemplo de necessidade dessa base é o desenvolvimento de produtos de seguro de vida “preferencial”, que oferece desconto pelo perfil do segurado. Uma pessoa com 40 anos, dependendo de suas condições de saúde e hábitos de vida, pode ser categorizada como um risco “preferencial”, “super preferencial”, entre outras categorias. “Podendo, ao final, ser precificada com uma tarifa equivalente a 35 anos, por exemplo. Entretanto, a seguradora tem que estar ciente de que, ao fazer isso, terá que cobrar um pouco mais daqueles que não são riscos preferenciais”, elucida a executiva. Estes produtos são bastante comuns em países como os Estados Unidos, mas no Brasil poucas seguradoras comercializam o seguro dessa forma.

A Pan Seguros já utiliza essa estratégia e percebe que está sendo bem aceita pelos usuários em geral. “Fazemos isso em nossas assistências agregadas aos produtos. Sempre queremos utilizar a tecnologia mais avançada e percebemos o retorno vantajoso desses processos como um todo. Acredito que estamos ajudando a impactar positivamente a parceria com corretores”, acredita Monteiro.

“Outro método que utiliza tecnologia, em alguns outros mercados como o dos EUA, são aplicativos que monitoram alguns indicadores de saúde e impactam no cálculo dos descontos. Há possibilidades para que seja utilizado também no ramo Vida”, conta Samy Hazan, diretor de Seguros de Pessoas da Yasuda Marítima.

Quando aparece como benefício nas empresas, o Seguro de Vida pode se apresentar de duas maneiras: ou como um item que passa um pouco despercebido, até mesmo por conta do resultado de seu sinistro; ou então é, para aqueles que estão mais familiarizados com a necessidade de proteção, uma segurança que faz diferença. A contratação de mais de um seguro de vida é possível. Não raro as pessoas contratam um pessoalmente e, depois disso, aderem ao que a empresa oferece. Segundo os executivos, a grande questão do seguros de vida é que ele, mais do que qualquer outro, demonstra interesse no funcionário além da sua participação na empresa, é um produto que cuidará da família e poderá garantir estabilidade em caso de sinistro. Mas isso tem um custo aos empresários e a identificação do risco é primordial para que os RH’s moldem suas contratações. Os altos executivos das empresas sempre terão os capitais segurados mais elevados e, por isso, uma subscrição mais minuciosa é esperada e tecnologias como a telessubscrição entram também nessa questão, dando a certeza de que o risco daquele alto capital segurado cabe no orçamento da empresa destinado aos prêmios dos benefícios de seguros.

“Na minha avaliação, o seguro de Vida é um dos que tem mercado com mais chances de crescimento no Brasil. Ainda não somos grandes consumidores de seguro de vida”, pondera Marcus Leite, da Software AG, empresa que oferece soluções tecnológicas ao mercado de seguros. Segundo ele, selecionar e configurar perfis são um dos grandes desafios de inteligência desse negócio, principalmente porque o seguro de Vida precisa ser customizado de acordo com as necessidades que o cliente anseia. A empresa oferece as plataformas que seguradoras parceiras usam para incrementar seus canais e darem uma melhor experiência ao usuário.

Riscos futuros

Um sistema que monitore movimentos e que diga se a sua atuação no trânsito está sendo positiva ou negativa. Se o seu comportamento coloca em risco você ou outras pessoas ou se, pelo contrário, seus hábitos fazem com que você seja muito mais confiável. Além disso, no futuro, prever o que poderia acontecer, mesmo que ainda estivesse distante e fazer alguma coisa para modificar essa realidade. Isso já está sendo estudado na telemetria para automóveis; com ela, os condutores que tiverem melhores hábitos serão beneficiados com descontos e outros bônus de sua seguradora. Mas e o mercado de vida e saúde, poderia contar com isso? O Projeto Genoma Humano se propôs a mapear o DNA humano e obteve sucesso. Hoje, existem dois exames possíveis que determinam as propensões no desenvolvimento de doenças: o disease conferring (“conferidor” de doenças) e o suscebility conffering. O primeiro identifica os genes que seriam capazes, sozinhos, de desenvolver alguma doença; no segundo são mapeados genes que não seriam capazes de desenvolver doenças sozinhos, mas que facilitam o risco da pessoa desenvolvê-la.

Pode parecer conversa de ficção científica, mas pode ser uma aposta do mercado de seguros para encarar riscos nos ramos Vida e Saúde em um futuro próximo. O mapeamento genético ainda é um assunto controverso e não muito ressaltado dentro do mercado, mas sua viabilidade já foi pauta de discussões.

Com os dados que os exames podem apresentar, os seguradores do ramo Vida poderiam, por exemplo, saber se alguém tem maiores probabilidades de desenvolve rum doença que o levaria a óbito antes da expectativa média de vida. Os riscos atualmente são calculados com base na variável idade para precificar a apólice e descobrir o risco, incluindo outra série de variáveis como sexo, histórico familiar (fornecido por declaração apenas do paciente), hábitos (uso de bebidas alcoólicas, tabagismo), índice de Massa Corporal, CEP e até mesmo religião, entre outros. Ou seja, já existem muitas variáveis durante o processo, mas o mapeamento do genoma seria a definitiva. Além disso, a quantidade de investigação e exames seria reduzido tornando os processos de subscrição e contratação muito mais rápidos, otimizando a presença das companhias e aumentando a penetração do mercado.

O que preocupa o mercado e também os pesquisadores envolvidos com esse mapeamento é se essas informações genéticas poderiam ou não ser usadas com fins comerciais, como as seguradoras declinarem riscos que pareçam muito arriscados e deixarem pacientes sem cobertura e outra questão ética: a capitalização sobre particularidades humanas que dizem respeito a quem as têm. “Existe uma viabilidade nesses projetos. Hoje em dia as informações estão mais disponíveis, é mais fácil. Mas acredito que o fator ético deve ser o primordial. O que eu tenho plena convicção é que você tem mais acesso, mas que ainda pode estabelecer uma relação com o cliente em que ele te dê essas informações para que ele confie em qualquer serviço que você possa oferecer”, acredita o executivo da Pan Seguros.

Samy concorda que as pesquisas a esse respeito ainda são muito incipientes e o mercado não deve se ater a isso, mas sim em aprimorar o que já parece estar dando certo. “Acredito que a principal tecnologia que beneficiará vida das pessoas será as avaliações. Essa é uma grande questão, do monitoramento. Percebemos que alguns aceitarão serem monitorados, outros não. Mas nem isso é definitivo, são conceitos novos que temos que trabalhar”, opina.

Quem quer saber?

Quem pode ter certeza que gostaria de saber se possui ou não maiores chances de desenvolver uma patologia? E mesmo para aqueles que afirmarem querer, quem garantirá seu bem-estar caso se depare com algum diagnóstico afirmativo? Muitas dessas doenças degenerativas detectáveis não têm cura, as pessoas podem ter o direito de saber ou não saber e as seguradoras o dever de manter seus dados em sigilo e evitar qualquer constrangimento ou discriminação que pudesse acontecer decorrente do diagnóstico.

O assunto é delicado e um caso recente mostra isso. A atriz Angelina Jolie, hoje com 40 anos, realizou o mapeamento para identificar a probabilidade do aparecimento de algumas doenças em 2013 e, após o resultado, fez uma cirurgia chamada mastectomia, que é a retirada dos seios para evitar desenvolver câncer de mama, doença que matou sua mãe. Em março de 2015, pelos mesmos motivos, a atriz retirou também o útero e os ovários, procedimento que a levou a menopausa, igualmente para prevenir o aparecimento de um câncer. Para a atriz, isso trouxe segurança, embora em casos como esse o cuidado precise ser redobrado, já que pode acarretar em outros problemas de saúde. Alessandra comenta o assunto e lembra que mesmo com o mapeamento, nada era definitivo. “No caso da Angelina, que perdeu a mãe e a tia com câncer, ela preferiu tirar. Mas havia chances também de que ela não desenvolvesse a doença e que não precisasse passar nem por procedimentos de prevenção como esse, nem pela doença propriamente. Foi uma opção dela, mas que continha muitos riscos”, alerta.

 

especial benefícios | previdência privada

Auxílio para o futuro

Um benefício pouco explorado pelas empresas, mas que pode ser decisivo para a retenção de talentos; acompanhando o colaborador por toda a vida

Amanda Cruz

Complementar a renda, garantir um futuro com mais conforto, realizar algum sonho de viajar após se aposentar ou viver em outro lugar. Os sonhos que permeiam a vida das pessoas no futuro são bastante diversos, mas a estabilidade financeira é o pano de fundo para todos eles. A previdência privada pode ser uma boa opção para garantir que esses desejos se concretizem; um investimento de baixo risco e com rendimento que varia entre 7,5% e 10% ao ano, podendo chegar a 13% em caso de aumento da taxa Selic, enquanto a caderneta de poupança tem rendido, nos último 12 meses, 7,47% no máximo.

Entretanto, como os brasileiros têm se preparado para o futuro? Uma pesquisa divulgada pela Fenaprevi, em parceria com a Ipsos, em novembro de 2014, destaca que 65% das famílias brasileiras vive com até 3 salários mínimos e que 30% dos brasileiros fazem algum tipo de poupança de seus rendimentos, embora 55% não tenham exatamente um planejamento financeiro e 85% o fazem nas cadernetas de poupança. Desses, o valor guardado é de até 10% do rendimento. Outras aplicações, como fundos de investimento, ações e o Tesouro Direto ficam quase que completamente de fora do planejamento financeiro dessas pessoas.

Poupar pode ser mais difícil também para quem precisa prover as necessidades básicas suas e/ou de suas famílias e não vê o dinheiro sobrar. Apesar dessas constatações, a questão cultural ainda é um entrave: mesmo as pessoas que têm como economizar acabam gastando esse dinheiro em outras coisas. É uma tendência que as pessoas façam mais prestações e financiamento se o dinheiro parece estar “sobrando”.

O desconhecimento sobre as questões que envolvem planos de previdência ainda é bastante grande e quem conhece e quer investir neles como pessoa física pode acabar se assustando com as taxas de administração e de carregamento, que podem pesar para quem não tem a educação financeira necessária para se comprometer com um investimento que poderá demorar no mínimo, de dois a cinco anos para ser resgatado.

Mesmo entre os representantes das chamadas classes A, B e C, que teoricamente teriam mais condições de poupar, só 10% tem plano de previdência privada. É nesse gap que entra a oportunidade e responsabilidade das empresas, sejam PME’s ou de grande porte: auxiliar o colaborador a poupar oferecendo a previdência privada em caráter empresarial, que ainda é de pequena expressão no País: apenas 9,54% dos planos são feitos pelas empresas.

Como funciona

Nessa modalidade, para cada real investido pelo funcionário no plano, a empresa investe outro real. Ou seja, Se o valor de aporte for de R$ 100,00 de um lado, será igual do outro, totalizando uma aplicação de R$ 200,00, dobrando o investimento do funcionário. O plano também fica livre da taxa de carregamento e a taxa de administração cobrada tende a ser mais baixa do que sobre a Pessoa Física.

Esse tipo de projeto é idealizado pelo RH, geralmente com envolvimento da área financeira e legal mas, de forma geral, o projeto de previdência envolve a liderança da empresa. A utilização de um profissional externo, seja um consultor ou corretor de seguros, no desenho da seleção pode trazer valor agregado, porque as decisões desse profissional não terão absolutamente nenhum interesse a defender a não ser o do próprio cliente. “É uma junção de ações que montam um plano satisfatório. O consultor precisa ir ao segurado para que ele dê informações sobre o quadro da empresa e conheça o funcionamento dos planos no mercado, sem outros interesses que permeiem essa relação”, destaca Mauro Machado consultor da Mercer no Brasil.

O desempenho dos planos individuais de previdência é tímido no mercado brasileiro porque continuam sendo mais procurados por empresas de grande porte. As PME’s ainda são tímidas nesse tipo de contratação. Primeiro, por falta de conhecimento sobre o mercado, mas também pelo perfil de funcionários que costumam contratar, que muitas vezes ainda estão mais interessados em benefícios mais básicos. Mas essa realidade tende a mudar à medida que esses colaboradores ficam mais preparados e passam a exigir mais para continuar nas empresas.

Mesmo no caso das empresas multinacionais, nem todos os funcionários podem contar com esses planos. Algumas delas disponibilizam a previdência privada apenas nas cestas dos executivos de cargo mais elevado, como diretores e presidentes, muito porque eles são os que participam ativamente das decisões mais importantes da companhia e mantê-los em seus cargos é uma necessidade estratégica. Os benefícios são também um modo de suprir a necessidade de reconhecimento, o famoso feedback que os profissionais precisam. Então, fazer com que só alguns dos funcionários tenham acesso pode causar dois efeitos colaterais diferentes: os funcionários podem ficar desmotivados por achar que não são valorizados ou podem ver nos benefícios de cargos mais altos um estímulo para procurar desenvolver sua carreira e crescer dentro da empresa. Por isso, antes de tomar a decisão, é tão importante que o RH conheça o perfil de funcionários com os quais trabalha.

As empresas têm pensado nesse como um movimento de retenção de colaboradores. Ter em seu pacote de benefícios um plano diferenciado como o de previdência, que ainda é pouco utilizado, pode ter um grande peso no desempenho da empresa em geral. “Na realidade, acredito que esse movimento de oferecimento tem aumentado bastante. O plano é encarado como beneficio estratégico na atração de talentos”, destaca Machado.

A abordagem feita na hora da explicação do benefício, planta no colaborador a semente da educação financeira. Ao oferecer algo que pelos seus hábitos comuns ele não exploraria, a empresa mostra que é possível poupar e auxilia aqueles que já têm seus vencimentos comprometidos com outras despesas a encontrar uma maneira eficaz de fazer com que seu dinheiro renda. “Quando a comunicação dos planos é feita de forma cuidadosa, percebemos que o funcionário entende a importância e tem muito prazer em pagar a sua parte. Isso é ganho, não é risco. Ainda é preciso um trabalho importante nesse sentido, mas quando a empresa oferece os planos, a taxa de adesão dos funcionários é de, em média, 70%”, explica Machado.

Desligamento

A realidade do mercado no momento, especialmente com as questões relacionadas à geração Y, muito mais dinâmica e que não costuma continuar em empregos que não a satisfaça, faz com que o vínculo entre empresa e colaborador possa ser efêmero. A retenção é o propósito dos benefícios, que se esgotam quando acaba o contrato de trabalho, mas caso isso não seja possível é preciso ficar atento às regras do plano de previdência privada. Dependendo do tempo de permanência, o ex-empregado poderá optar ente fazer o resgate dos valores acumulado ou migrar o plano para a nova empresa, desde que ela ofereça o mesmo benefício. Caso o novo emprego não tenha essa opção, o portador deverá fazer a portabilidade para um fundo aberto que seja compatível com as taxas praticadas anteriormente. O funcionário que estiver se desligando poderá não ter direito à contribuição feita pela empresa, já que a maioria estipula um tempo mínimo de permanência para que ele possa levar uma parte das contribuições feitas. Ainda assim, essas contribuições feitas não retornam ao caixa da empresa. O valor patronal ao qual o ex-colaborador não vai ter direito servirá para quitar futuras contribuições ou melhorar o benefício já existente.

“O plano é feito para retenção, mas essas gerações mais jovens têm uma relação com o trabalho bem peculiar. Ele trabalha, mas não tem pretensão de fazer uma carreira de 30 anos em uma só empresa. A possibilidade do resgate é importante para ele, mas se a empresa é muito benevolente, fazer esse aporte pode acabar criando um FGTS turbinado”, explica o consultor, que pede cautela, pois essa não é a finalidade do benefício.

Mas essa, certamente, não é a expectativa dos empregadores, que mostram empenho em entender o funcionário e, apesar das discrepâncias normalmente existentes entre os que comandam e os que adentram as companhias, o reconhecimento profissional pode ser a palavra de ordem para manter as equipes sólidas. Se o momento pede cautela, por conta de questões econômicas e instabilidades políticas que acabam gerando uma desaceleração, os benefícios ao invés de serem encarados como gastos devem ser encarados como investimentos em profissionais que já se sabe serem qualificados e que não abandonaram a equipe em um momento tão delicado. “É interessante porque, de forma geral, não observamos uma redução significativa nos benefícios. As empresas olham para frente, e ainda que exista um período conturbado, em um momento de recuperação ela vai precisar de talentos e o Brasil ainda é carente deles”, destaca.

A conscientização das PME’s ainda precisa chegar. Previdência privada não é benefício exclusivo de grandes companhias com posicionamento de destaque no mercado. As empresas menores também precisam reter seus talentos e aliar benefícios a propostas de crescimento e desenvolvimento de carreira pode ser uma aposta acertada para que os desejos de desenvolvimento das duas pontas caminhem juntos. Os investimentos para retenção devem ser de médio prazo. De acordo com o consultor da Mercer, uma empresa de tecnologia que visitou é um bom exemplo: permeada por jovens, que se dedicam ao trabalham na empresa e se orgulham de sua carreira, mas que não têm a mentalidade de que planos de previdência são para serem aproveitados na velhice. Eles sabem que o resgate antecipado é possível a médio prazo e pretendem aproveitar o que a previdência tem para oferecer antes da terceira idade.

 

patrocínio | Rio 2016

Proteção para os atletas a um ano da competição

Grupo Bradesco Seguros patrocina os Jogos Rio 2016 e disponibiliza ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e à equipe olímpica produtos de seguros e serviços

Kelly Lubiato

Desde a candidatura da cidade do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos, a Organização Bradesco apoiou e abraçou a causa. Agora, a menos de um ano da realização dos Jogos Rio 2016, a parceria está a pleno vapor para garantir a saúde e outros serviços para os atletas brasileiros de alto rendimento.

De acordo com Marcus Vinicius Freire, diretor executivo de esportes do COB, o patrocínio do Grupo Bradesco Seguros garante o seguro saúde de aproximadamente 700 atletas, entre os principais do País. “As Confederações Brasileiras Olímpicas nos indicam seus principais atletas, aqueles que têm mais chances de integrar a delegação brasileira em Jogos Olímpicos, Pan-americanos e Sul-americanos e obter bons resultados. O COB faz o gerenciamento dessa lista”, explica Freire.

Como seguradora oficial e patrocinadora dos Jogos Rio 2016, o Grupo Bradesco Seguros disponibiliza diversos produtos e serviços ao Comitê Rio 2016 e aos atletas do Time Brasil. As coberturas incluem desde assistência médica e odontológica até seguros para veículos, responsabilidade civil e outros seguros especiais.

Durante os Jogos Olímpicos, não é permitida a exposição de marcas nas arenas de competição. O Grupo Bradesco Seguros, no entanto, tem uma série de propriedades que permitem a associação de sua marca com as logos compostas dos Jogos Rio 2016 (associadas aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos) em suas campanhas publicitárias, material de ponto etc. “O patrocínio vai ao encontro de nossa estratégia de atuação, de investir em ações que sensibilizem a população sobre a importância da prática esportiva como um dos pilares para a conquista de uma vida longeva, com saúde e bem-estar”, analisa Alexandre Nogueira, diretor do Grupo. Entre essas iniciativas destacam-se o Circuito da Longevidade, o Tour do Rio, a CicloFaixa de Lazer São Paulo e diversos patrocínios e apoios para eventos envolvendo esporte, bicicleta, bem-estar e o debate sobre questões referentes a longevidade.

O Grupo Bradesco Seguros acredita que os Jogos Olímpicos e Paralímpicos são uma força do bem que une as pessoas por meio de um interesse comum em esportes. “Temos visto o impacto positivo e legado duradouro que os Jogos deixam em cada país sede”, conta Nogueira. O Grupo Segurador acredita que esses eventos vão colaborar para o desenvolvimento econômico e social do país, além de deixar uma contribuição permanente para o esporte brasileiro. “Apoiamos os ideais dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos e nos orgulhamos do nosso papel em ajudar a tornar os Jogos Rio 2016 uma experiência memorável para o País”, completa o executivo.

Ter a marca vinculada aos Jogos Rio 2016 traz um retorno incontável para a marca, seus acionistas, parceiros e colaboradores. Por outro lado, o patrocínio da iniciativa privada é fundamental para a participação dos atletas nos jogos olímpicos. “O esporte olímpico brasileiro está se desenvolvendo bastante, temos metas agressivas para os próximos anos. As empresas começam a perceber o imenso valor de agregar a imagem de atletas e equipes às suas marcas. Acreditamos que o desenvolvimento do marketing esportivo no Brasil será um dos grandes legados da realização dos Jogos Olímpicos Rio 2016”, declara Freire, do COB.

Freire, que já atuou no mercado de seguros antes de entrar no COB, explica que a expectativa da participação dos atletas brasileiros nos Jogos Olímpicos é grande, pois a meta da entidade é colocar o País entre os 10 mais bem colocados no quadro geral de medalhas, quase dobrando o número de conquistas de Londres 2012, recorde de medalhas do Brasil.

“Preparação. É melhor ter”

O Grupo Bradesco Seguros está investindo também em uma maciça campanha publicitária criada pela AlmappBBDO, destacando a importância da preparação para se obter sucesso nos esportes e enfrentar os imprevistos da vida. O filme “Basquete”, com 30”, deu início à comunicação em que o conceito “Preparação. É melhor ter.” estará em todas as peças na TV, nos anúncios impressos, no rádio e na internet.

Como segurador oficial e patrocinador dos Jogos Rio 2016, o Grupo Bradesco Seguros destaca em sua comunicação como a preparação obtida por meio da repetição nos treinos é fundamental para alcançar excelência e conquistas nos Jogos Olímpicos.

“Para obtermos êxito em tudo na vida a melhor estratégia é estarmos preparados. Este conceito é válido para os desafios do nosso dia a dia profissional, para os atletas que precisam treinar o máximo possível para obter bons resultados em competições, como os Jogos Olímpicos, e também para a vida, quando é imprescindível nos prepararmos para lidar com imprevistos”, diz Alexandre Nogueira, Diretor do Grupo Bradesco Seguros.

Os canais digitais do Grupo Bradesco Seguros também estão no clima olímpico. Foi lançada no Facebook a fanpage “Rumo aos Jogos Rio 2016”, com patrocínio da Bradesco Seguros, que já conta com mais de 235 mil “curtidas”. A página, produzida pelo Esporte Interativo, apresenta conteúdo exclusivo sobre várias modalidades esportivas, destacando o perfil de atletas, curiosidades do esporte e as notícias mais recentes sobre os Jogos. Além de postagens nas redes sociais, o Grupo Segurador disponibilizou em seu site uma ferramenta de contagem regressiva para os Jogos.

Circuito da Longevidade

O Circuito da Longevidade, que em 2015 completa o oitavo ano consecutivo difundindo a importância do exercício físico para a conquista da longevidade com saúde, qualidade de vida e bem-estar, realiza provas de corrida (6 km) e de caminhadas (3 km) em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Bahia, Minas Gerais, Distrito Federal e Goiás. Desde a primeira edição, em 2007, o evento, que conta também com o patrocínio do Grupo Segurador, já marcou presença em 18 cidades, reunindo mais de 300 mil pessoas. O Circuito conta, também, com a presença da dupla de mascotes dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, Tom e Vinícius, que dá as largadas da prova de corrida e da caminhada, além de interagir com os participantes. Recentemente, Ginga, mascote do Time Brasil, passou a acompanhar a dupla.

No Circuito da Longevidade, o Grupo Bradesco Seguros apoia cinco atletas de alto rendimento: Adriana Cristina Silva da Luz, Damião Ancelmo de Souza, Ederson Vilela Pereira, Leandro Prates Oliveira e Marcelo Cabrini. Eles são embaixadores da prática esportiva, estimulando a população em geral a manter hábitos saudáveis e uma vida mais ativa.

Além disso, o patrocínio reforça a importância da parceria entre a iniciativa privada e o esporte brasileiro, uma paixão nacional que, acima de tudo, é uma poderosa ferramenta de inclusão social, de formação de caráter e que proporciona qualidade de vida.

O Grupo Bradesco Seguros tem atuação multilinha em âmbito nacional. De janeiro a junho de 2015, seu faturamento atingiu R$ 30,2 bilhões nos segmentos de seguros, capitalização e previdência complementar aberta. Tal valor representou evolução de 19,4% em relação ao totalizado no mesmo período de 2014.

 

tecnologia | transportes

Gestão de averbações de seguros de transportes

Solução tecnológica dá um passo além e auxilia seguradoras, corretores e segurados a desburocratizar os processos relacionados as apólices de seguros de transportes

Diferentemente da carteira de automóvel, cuja apólice é contratada a partir de um bem específico, nos seguros de transportes são contratados limites máximos a serem amparados pelas apólices, levando-se em conta algumas variáveis relacionadas a operação.

Como nem todos os embarques são realizados com os valores máximos contratados, cabe ao segurado, informar à companhia seguradora, o valor da importância segurada em cada embarque. A esta informação, dá-se o nome de “averbação”.

A partir de 2006, a Vector Solutions percebeu que tecnologia seria um diferencial importante para a operação de averbação, e iniciou o desenvolvimento do sistema. Em 2013, assumindo seu DNA de tecnologia, a empresa fechou o primeiro contrato, com uma das maiores seguradoras do segmento de transportes.

De propriedade da empresa Vector Solutions, passou, de uma plataforma desenvolvida para uso interno, para um dos grandes fornecedores de sistemas do mercado, ganhando seguradoras adeptas nos últimos anos, dando ao corretor a opção de ser um parceiro que pode administrar sua carteira diretamente através dessa base de dados, desde que a seguradora com a qual trabalha esteja utilizando o sistema.

A aposta da empresa foi se diferenciar por prestar um serviço que contempla toda a operação necessária a esses segurados, incluindo a gestão de informações de carga para otimização de processos. Etapas que eram feitas manualmente agora são automatizadas e trazem agilidade ao serviço. “Hoje temos clientes com o sistema contratado e outros ainda em fase de teste. Ao todo, trabalhamos com 8 seguradoras e mais de 800 clientes que com elas operam”, conta Cleber de Castro, diretor da empresa.

O grande trunfo do AverbWeb é ser 100% online. Com isso, não é preciso um processo longo de instalação e mudanças de sistema. Após o cadastro, login e senha garantem o acesso à plataforma. Castro explica que isso facilita muito porque algumas empresas, como multinacionais, não permitem que nada seja instalado em seus sistemas.“Muitas vezes, eles têm receio de que as instalações de softwares danifiquem seus sistemas internos. Nesse caso, não é preciso preocupar o departamento de TI”, afirma. A ferramenta também segue os padrões exigidos pela Secretaria da Fazenda, deixando os documentos padronizados e prontos para serem aceitos.

Essa gestão de averbação transita pelas três pontas envolvidas: o segurado que a utiliza para averbar sua carga e imediatamente perceber se há alguma inconsistência que possa pôr em risco sua cobertura securitária, agilizando o processo. Já a seguradora realiza a gestão dessas averbações com informações diárias e o corretor, por sua vez, pode acompanhar, em tempo real, seus clientes e verificar seu desempenho.

O sistema faz a gestão de informações, como quebra de sequência numérica, averbações fora do prazo (Resolução Susep nº 247), cadastro de seguro próprio (DDR), identificação de percursos urbanos/suburbanos, além de não apresentar dificuldades com a transmissão de grandes volumes de documentos, o que sempre foi um gargalo para os concorrentes.

Com o reposicionamento do mercado, quanto a emissão das apólices de RCTR-C estipuladas por embarcadores, os segurados precisam fazer as averbações somente em suas apólices principais, e o AverbWeb se encarrega de transmiti-las às demais seguradoras. “Este é um ganho operacional extremamente significativo para as companhias seguradoras que operam conosco”, acredita Castro.

 

mudanças | cesáreas

Novas regras

Para reduzir o “boom” de cesáreas no Brasil, ANS estabelece que operadoras de saúde divulguem índices de cesarianas e partos normais e forneçam documentos para acompanhamento da gestação

Lívia Sousa

Os especialistas da saúde denominam as cesáreas no Brasil como uma epidemia. Pesquisas recentes apontam que a afirmação não é mero exagero. Uma delas – “Nascer no Brasil: Inquérito Nacional sobre Parto e Nascimento”, realizada pela Fundação Oswaldo Cruz e o Ministério da Saúde e divulgada em maio de 2014 – revela que o índice de cesáreas no País chega a 52%. Na saúde suplementar, o percentual de partos por meio do procedimento cirúrgico salta para 88%. Além do Brasil, altos índices de cesáreas também são registrados nos demais países da América Latina.

Questões culturais e assistenciais contribuem para que o número de cesáreas seja grande por aqui e, muitas vezes, o procedimento acaba sendo uma escolha pessoal da própria gestante. No entanto, os mesmos especialistas não hesitam em afirmar que a cesariana se faz necessária apenas nos casos em que o parto normal apresentar riscos para a mãe ou o bebê.

Pensando nisso, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) estabeleceu, em julho deste ano, a Resolução Normativa 368, que visa estimular o parto normal e reduzir o “boom” de cesáreas. “Nos anos de 1999, 2003, 2007, 2011 e 2013, a proporção de partos cesáreos evoluiu para 37%, 40%, 47%, 54% e 57%, respectivamente”, declara Flávia Tanaka, diretora-adjunta de Normas e Habilitação de Produtos da ANS.

A executiva diz que as altas taxas de cesáreas chamam atenção e denotam distorções no modelo de atenção, visto que diferem significativamente das taxas preconizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – a instituição considera que aproximadamente 15% dos partos serão cesarianas. Já o Ministério da Saúde espera entre 30 e 35% de cesáreas em gestações de alto risco. “Deste modo, não é esperado que toda gestação, nem mesmo as de alto risco, tenha como desfecho o parto cesariano”, completa ela.

O que muda

Com as novas regras, as operadoras de saúde serão obrigadas a divulgar, quando solicitado pela gestante, os percentuais de cirurgias cesáreas e de partos normais por estabelecimento de saúde e por médico. As informações poderão ser solicitadas por telefone, e-mail, correspondência ou pessoalmente e as operadoras de saúde terão no máximo 15 dias, a partir da data do pedido, para fornecer os dados por escrito. Caso não cumpram o prazo, os planos de saúde serão multados em R$ 25 mil.

Além do estímulo ao parto normal, a Resolução Normativa 368 impõe que as operadoras forneçam às pacientes o Cartão da Gestante e a Carta de Informação à Gestante. Na primeira, qualquer profissional de saúde terá conhecimento do passo a passo da gestação, facilitando um melhor atendimento à mulher quando ela entrar em trabalho de parto. A segunda, por sua vez, trará orientações e informações para que a futura mãe tenha subsídios para tomar decisões e vivenciar o parto com tranquilidade.

As novas regras incluem ainda o Partograma, que vai registrar tudo o que acontece durante o trabalho de parto. O documento gráfico passa a ser considerado parte integrante do processo para pagamento da cesariana (é importante lembrar que o pagamento não pode ser negado pelos planos de saúde. Se a gestante tiver alguma dificuldade neste sentido, deverá contatar a operadora). Nos casos em que houver justificativa clínica para a não utilização do documento, deverá ser apresentado um relatório médico detalhado.

“A ANS acredita que as novas normas e orientações contribuem para o melhor acompanhamento da gestação, tornando-a mais segura, fortalecendo a relação entre gestante e médico, além de fornecer às gestantes mais informações”, declara Flávia Tanaka. Para atingir o resultado esperado, a diretora-adjunta considera como fundamental a disseminação de informações tanto para a gestante quanto para a família da futura mãe, além da utilização de instrumentos eficazes para o acompanhamento de todo o período de gestação até o trabalho de parto e o pós-parto.

Medida é comemorada

Em nota, a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) demonstrou apoio à Resolução Normativa 368. A instituição afirma que suas associadas “defendem que o parto normal é sempre a melhor alternativa” e declara que, em 2013, aproximadamente 48% dos partos normais no setor de saúde suplementar foram feitos por meio de planos das afiliadas à entidade.

Já o comunicado da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), que também apoia as novas regras, lembra que as medidas informativas a serem utilizadas por pacientes dos planos de saúde na escolha do obstetra devem ser bem avaliadas, pois a divulgação das taxas individuais de partos realizados por um profissional pode remeter a uma visão distorcida do perfil de cada médico.

Por outro lado, a Federação alerta para os casos de obstetras que têm índice elevado de cesárea em determinadas operadoras. “Isso porque existem profissionais especializados em partos de alto risco que podem ter índices maiores de cesárea, mas isso não significa que esse médico não faz parto normal, porque a sua especialização o faz atender gestações de risco que acabam levando a um parto cirúrgico”, explica o documento.

Procurada pela Revista Apólice, a Seguros Unimed disse que a iniciativa é importante e calçada em um bom propósito. “Tivemos tempo para os ajustes operacionais. Os números mostram que há uma longa jornada para mudarmos um comportamento tão presente em nossa sociedade”, comentou o superintendente de Relacionamento Institucional da companhia, Fernando Poyares.

Já a Amil, por meio de um comunicado, informou que “cumpre todas as resoluções da ANS e que continuará a oferecer a estrutura e suporte necessários para garantir a melhor assistência às gestantes e bebês, independentemente do tipo de parto escolhido”.

Escolha deve ser respeitada

As novas regras não devem prejudicar a gestante que escolher a cesárea. Mas em caso de preferência pelo procedimento cirúrgico, a paciente deverá obrigatoriamente assinar um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para que a operadora cubra a cirurgia.

Nos casos em que a cesariana for eletiva, o relatório médico com a negativa do Partograma deverá vir acompanhado deste termo de consentimento assinado pela beneficiária, que substituirá o documento no processo de pagamento do procedimento.

América Latina: líder mundial de cesáreas

Um comunicado emitido pela OMS no ano passado mostra que, na América Latina, 38,9% dos partos – quatro em cada dez – são feitos por meio de cesariana. O número faz da região a líder em realização de cesáreas no mundo.

Na Bolívia e no Peru, países que contam com maior predominância indígena e histórico de partos normais, a realização do procedimento passou de 14,6% para 19% e 15,8% para 25%, respectivamente, entre 2008 e 2012. Já na República Dominicana, o índice atinge 44%. Em seguida aparecem Colômbia (43%), México (39%) e Chile (37%).

Na contramão dos demais países da região, no Haiti apenas 5,5% dos partos são cesáreas. A ausência de acesso aos serviços de saúde é a principal razão para a baixa.

Fora da América Latina, Estados Unidos e Espanha têm seguido o mesmo caminho, com 33% e 35% de cesarianas cada.

 

especial benefícios | odontologia

Contínua busca por mercado

Apesar de ainda ser visto como um complemento aos planos de saúde, o mercado odontológico ganha autonomia dentro das empresas

Amanda Cruz

Em muitas pesquisas desenvolvidas no mercado, é nítida a preferência de possíveis colaboradores por vagas de emprego que ofereçam planos de saúde e outros benefícios; o oferecimento de planos odontológicos ainda surge apenas como um bônus. Mesmo assim, esse segmento vem mostrando potencial bastante animador. Em 2014, os beneficiários de planos coletivos empresariais cresceram 5,7%, sendo a Região Norte a que teve a maior taxa, com aumento de 10,9%, seguida pela Região Sudeste, que apresentou a taxa de 6%, segundo relatório da FenaSaúde publicado em março de 2015. É preciso continuar buscando espaço para tornar esse benefício uma commodity dos benefícios, assim como são os planos de saúde.

Alfieri Casalecchi, diretor executivo da Amil Dental, lembra que assim como a assistência médica, o plano odontológico é um diferencial de mercado e toca em um ponto importante que faz bastante diferença na hora das empresas lidarem com seu capital humano: “o plano é importante tanto no momento da contratação como da retenção de profissionais e é capaz de melhorar a qualidade de vida e a autoestima do colaborador. O sorriso é o cartão de visita de qualquer pessoa e, principalmente, de profissionais que atuam diretamente com o público”, afirma.

O ticket médio dos planos de odontologia é muito menor do que o de um plano de saúde, ficando em média 4% do valor. Por isso, a capacidade de ofertá-lo acaba sendo muito maior, ainda que o desconhecimento sobre suas vantagens seja bastante comum. “De modo geral, quando estamos oferecendo a odontologia ao segurado, isso ocorre como cross seling na base de saúde. O RH ainda encara odontologia como um complemento e achamos isso até natural”, comenta Marcelo Benevides Xavier, diretor da Rodobens Corretora.

Mas ser um complemento não é, necessariamente, algo ruim para essa carteira, já que o cross selling é uma tendência que ganha cada vez mais corretores adeptos, possibilitando o aumento das oportunidades de oferta e de ganho dos corretores. “Atualmente, cerca de 1/3 dos clientes corporativos também possuem planos odontológicos. Nesse sentido, percebe-se o expressivo potencial de crescimento da inclusão do plano odontológico no grupo de benefícios dos funcionários de empresas e entidades de diferentes setores” explica Casalecchi.

É de praxe que os profissionais apresentem a seus segurados uma proposta de odontologia em épocas de renovação ou mesmo quando vão fechar uma apólice de saúde empresarial pela primeira vez. A facilidade de contratação do plano faz com que ele seja muito mais um diferencial, pois o seguro saúde tem um nível de investigação para contratação muito maior.

Por suas particularidades, ainda há muito mercado para conquistar e para isso Xavier tem uma dica: bons argumentos. “Um deles é lembrarmos aos contratantes que um mês do seguro saúde paga um ano do odontológico. Fazendo essa analogia, fica fácil mostrar os benefícios”. Dessa prática, os contratantes também percebem que o plano odontológico tem a capacidade de reter colaboradores sem precisar encarecer muito sua folha de pagamento e garantindo satisfação das duas partes.

Diferenciais

Mas não é porque os planos odontológicos ainda são um braço dos planos de saúde que eles não devam ter atenção especial ao que diz respeito aos serviços pensados especialmente para a odontologia. “Quando falamos de um produto que custa R$ 50,00 por mês, muitas vezes não imaginamos que há coberturas como pequenas cirurgias e outros procedimentos que poderiam ser muito onerosos caso o contratante precisasse pagá-los à vista no momento de necessidade”, alerta Xavier.

A contratação é ainda mais facilitada quando são as empresas que oferecem o plano. Claramente elas procuram cada vez mais itens para o pacote de benefícios dos seus funcionários, buscando assim retê-los, mas os planos odontológicos já passaram desse estado e agora as empresas que têm plano de saúde devem procurar e nos quais os corretores devem insistir porque a divulgação para o público final não é tão efetiva quanto deveria, ou seja, a empresa sabendo que tem essa opção pode mostrar ao colaborador um produto que ele nem conhecia ou que acreditava que não poderia ter acesso. “Percebemos que essa é uma tendência justamente porque os RH’s têm essa responsabilidade de prover aos colaboradores o melhor pacote de benefícios que eles possam encontrar dentro da capacidade da empresa. Para atingir o mercado de pessoa física seria preciso uma divulgação muito maior, que não é feita hoje. A grande maioria dos planos é empresarial mesmo”, relata o executivo da Rodobens.

Mesmo vendo os avanços, Casalecchi pondera que falta compreensão da importância. “É necessária a mudança de paradigma da importância dos cuidados bucais que, assim como a atenção à saúde, devem ocorrer de maneira sistemática”. Para o executivo, as pessoas ainda olham a odontologia apenas quando precisam do tratamento urgente, não pensarem em prevenção e no acompanhamento necessário para manter sua saúde bucal em dia. “Se isso fosse modificado, levaríamos a odontologia a outro patamar de compreensão e utilização”, afirma. Fazer isso significaria, certamente, uma maior utilização dos planos, mas ao mesmo tempo traria menos riscos, já que a prevenção diminui muito a taxa de sinistralidade dos planos.

Por conta de o ticket médio ser menor, a abordagem de cross selling é o mais indicado para obter bons resultados. O corretor deve ficar atendo às oportunidades, especialmente no momento das renovações, onde o colaborador pode já estar acostumado com os benefícios que têm e a empresa pode estar pensando em uma maneira de “surpreendê-lo”.

“Tudo o que for benefício, nós fazemos uma abordagem, aos clientes que já tenho e também para aqueles que quero conquistar. Buscamos aumentar o produto daquele que já existe, deixando-o mais robusto e fazendo a prospecção junto com saúde”, revela Xavier sobre sua estratégia de venda.

Ainda segundo o executivo, uma área que merece bastante atenção dos corretores é a de PME, que ainda não contrata tanto quanto deveria. Até mesmo o seguro saúde é um pouco mais difícil, então a contratação do plano odontológico fica ainda mais distante. “As empresas maiores têm que oferecer, pois é obrigatoriedade. Empresas médias e grandes têm a mentalidade de retenção, por isso apresentam pacotes de benefícios mais robustos”, esclarece Xavier.

Essa postura das PME’s pode não ser muito vantajosa. Oferecer um salário bom, compatível ou até melhor que a média do mercado é certamente um bom passo, mas o oferecimento de benefícios diversificados não pesa tanto no orçamento empresarial e pode ser decisivo para que o profissional escolha ficar ou mudar de emprego.

Parece que, para esse mercado, não há muito espaço para falar em crise. Durante o primeiro trimestre de 2014 houve um pequeno desaceleramento na contratação desses planos, mas o setor parece ter encontrado rapidamente o caminho de volta para ascender. “Ainda que o país esteja passando por um momento de recessão econômica, o mercado para essa categoria vem crescendo, até mesmo em virtude das recentes mudanças na legislação do microempreendedor individual”, conta o executivo da Amil, citando o pacote de incentivos lançado pelo Governo no último ano, que cria uma tributação única, possibilitando a muitos microempresários formalizam seus negócios e contratarem planos odontológicos empresariais. “A expectativa é que a expansão dos planos odontológicos continue, especialmente nos setores de comércio e serviços”, complementa.

Por isso, passando por momentos difíceis ou de recessão, as empresas têm nos benefícios um trunfo para manter seu posicionamento como bom empregador no mercado. O otimismo em relação à carteira está comprovado em números. O mercado de planos empresariais cresceu 5,7% no último ano; ainda que no momento exista uma movimentação para readequar os planos de saúde empresariais às necessidades orçamentárias das empresas, os planos odontológicos se mostram mais enxutos e, por isso mesmo, menos suscetíveis à essa flexibilização. As que já possuem seu plano não deverão fazer alterações significativas, enquanto as que ainda não possuem podem se valer dele para amenizar os impactos da reestruturação do pacote de benefícios. “Apostamos muito no crescimento do segmento, desde sempre. Acredito que as empresas que estão passando ou prevê em passar por dificuldades mexeram no quadro de planos de saúde. Pode ocorrer de algumas postergarem a contratação, mas, certamente, é algo que elas têm em vista para aumentar seu valor diante do mercado”, finaliza Xavier.

 

produto | inovação

Telemetria aplicada à precificação do seguro automóvel

Liberty Seguros lança primeiro produto do mercado brasileiro que oferece descontos de acordo com os dados de condução dos motoristas

O carro conectado já é parte da realidade do seguro de automóveis no Brasil e a telemetria começa a ser utilizada para precificar o seguro de automóvel, de acordo com a realidade de cada condutor.

O Programa Direção em Conta, da Liberty Seguros, usa um dispositivo simples, colocado na porta OBD do carro, que vai transmitir todos os dados de condução do veículo para uma central.

A pessoa que acessa o Programa tem direito ao bônus Liberty, um programa de desconto que corresponde a uma classe de bônus a mais daquela que a pessoa já possui no mercado. Exemplo: uma pessoa que adere ao seguro pela primeira vez e possui a categoria de bônus 0. Se ela aceita o Programa, ela recebe uma classe de bônus superior, o bônus 1.

Durante quatro meses, todos os dados da condução do veículo serão transmitidos a uma central e compilados para determinar um “score”. “Ao final deste período é feita uma análise dos dados coletados, considerando-se quase 40 variáveis, como freadas bruscas, velocidade em curvas, aceleração etc”, explica o superintendente do Inteligência de Marketing e Inovação da Liberty Seguros, José Mello. O cliente terá acesso a este score por um site ou no aplicativo do celular, em tempo real. Ele precisa ter score mínimo de 50% para poder manter o desconto na renovação.

Quem atingir a marca de 50% terá direito à manutenção do bônus de um nível acima da sua classe de seguro, ou seja, mantém o desconto prévio que conseguido no momento da contratação. Continuando no Programa, o cliente estará sempre com uma classe de bônus a mais do que o mercado daria para ele. Se ele volta para o mercado, terá direito à classe normal de bônus.

Quem não consegue atingir o score de 50%, não passa para a fase seguinte de desconto, ou seja, mantém apenas o desconto do mercado. “Mas, depois de um ano, pode requisitar novamente sua entrada no Programa, para conseguir subir de classe de bônus no ano subsequente”, avisa Mello.

A Liberty Seguros é a primeira companhia a utilizar esta tecnologia para a precificação do seguro de automóvel. Mello conta que a seguradora tem uma longa experiência nos Estados Unidos, há cinco anos. “Estamos aproveitando bastante este expertise internacional aqui no Brasil. É isso que viabiliza a criação do produto aqui num prazo tão curto”, ensina.

Nos Estados Unidos, são comercializadas 12 mil apólices com telemetria por mês. Mais de 90% das pessoas que entram no Programa conseguem atingir o score de 50%. Nesta operação, a sinistralidade de quem utiliza a tecnologia e acompanha o seu desempenho real time é 20% menor do que a média.

Presente e futuro

Por enquanto, uma das barreiras de utilização da telemetria para efeito de precificação de seguros é o custo do aparelho. No caso do Programa Direção em Conta, ele será instalado pela Liberty Seguros. Entretanto, Mello acredita que daqui a dois ou três anos, os veículos deverão sair de fábrica com o dispositivo funcionando. “O segurado deverá decidir apenas se deseja ou não compartilhar suas informações. Se for para obter benefícios financeiros, como um desconto no seguro, certamente ele vai compartilhar”, antecipa.

Um Programa deste tipo não deve ser utilizado para penalizar os clientes que dirigem de forma mais agressiva. Ele será uma forma inteligente de fazer o seguro, garantindo que cada um pague somente pelo risco que representa. Para Mello, o uso da telemetria vai provocar uma seleção de risco positiva, pois somente aqueles que acreditam que podem conseguir o desconto vão aderir ao Programa. Além disso, as pessoas irão perceber e reconhecer a sua forma de dirigir, sendo passíveis de autocorreções. “Ainda é muito cedo para lançarmos um programa que contemple estas características, porque é uma grande ruptura no mercado, mas este é o ponto em que queremos chegar: que a pessoa pague exatamente por aquilo que ela usa”.

Se imaginarmos o futuro, o seguro de automóvel vai ser infinitamente mais barato e as seguradoras terão que aprender a viver neste novo mundo. “Não é pagar mais, é pagar o preço justo”, enfatiza o executivo, acrescentando que na média, o preço deve cair, porque as pessoas dirigem bem.

Participação dos corretores

Muitas pesquisas foram feitas com corretores antes de a Liberty criar um programa como esse. “Os profissionais não estão olhando pela ótica de que pode diminuir prêmio ou ganho, mas por aquela de como pode ampliar o mercado e como um produto pode ser mais justo. Tínhamos um pouco de receio, mas eles acenaram com possibilidade de ampliação do mercado, através do aumento da quantidade de itens segurados”, pontua Mello.

A projeção da seguradora, que possui uma carteira com 1,1 milhão de unidades seguradas, é que cinco mil clientes passem pelo Direção em Conta no primeiro ano do programa. Qualquer cliente poderá aderir, a partir do início de 2016. Por enquanto, a fase de testes será na capital de São Paulo, para o canal “concessionárias”. Desta forma, será possível refinar o programa e abri-lo em grande escala.

Este não é só um programa. É um jeito de pensar o futuro. Todos os dados disponíveis na telemetria abrem um universo de novas possibilidades. Agora, resta às seguradoras trabalharem com as novidades que vêm por aí, como o carro sem motorista. Neste caso, não será mais precificado pelo carro, mas pelo uso. “O seguro será da pessoa que está utilizando o carro. Estudos mostram que os carros sem motorista sofrem e causam menos acidentes. Se o carro for um bem público, não haverá mais interesse no roubo e furto, por exemplo. 10 anos passam rápido”, avisa Mello.

 

programa | benefícios

O que os empregados precisam

Pesquisa de seguradora mostra como é a relação dos empregados com o programa de benefícios de suas empresas

Kelly Lubiato

Os benefícios para funcionários estão diretamente atrelados à capacidade de uma empresa atrair, manter e reter talentos, além de garantir a lealdade e a produtividade de seus colaboradores. Esta é uma das conclusões da executiva Maria Morris, vice-presidente Global de benefícios da MetLife a partir de pesquisas realizadas nos 12 países nos quais a seguradora atua.

Os pacotes básicos de benefícios são padronizados, mas podem ser customizados de acordo com os programas sociais dos governos locais, regulamentação e diferenças culturais. “No Brasil, estamos nos setores de previdência, vida em grupo e odontológico. Os planos de benefícios são muito semelhantes em alguns dos 40 mercados em que atuamos”, explica Maria.

Ela conta que pela perspectiva de benefícios de planos odontológicos, o Brasil é muito parecido com os Estados Unidos. “A diferença é o quanto de benefícios são ofertados pelo empregador. Nos Estados Unidos, por exemplo, o empregador oferece 1 ou 2 vezes o salário como indenização de seguro de vida. No Brasil, este valor pode chegar a 20 vezes o salário. A razão disso é que a proteção precisa ser maior no caso da perda para manter os padrões de vida”, ressalta.

O Brasil está se tornando cada vez mais forte em planos voluntários, adquiridos na empresa mas pagos pelos funcionários. Em odonto, 70% das contratações são voluntárias. Em outras partes do mundo, há vários produtos oferecidos em forma de worksite, como seguro de vida adicional, planos de saúde complementares e seguro para animais. “Tudo depende do que é importante para o empregado e o quanto de valor o benefício vai agregar”, esclarece a executiva.

Maria afirma que não são os produtos que seguram os funcionários, mas a educação que os empregados possuem para perceber o valor dos benefícios incorporados ao salário. “Os benefícios já existem. O ponto é educar os funcionários sobre a sua importância”. O grande foco global é em saúde e bem estar e em educação financeira.

Para o Brasil, a seguradora vê como grande público potencial as pequenas e médias empresas. Para atraí-las, a idéia é levar mais programas de saúde e bem-estar para dentro das plantas. Cassia Gil, diretora executiva comercial da seguradora, acredita que é fundamental investir em tecnologia, principalmente para agilizar o atendimento dos clientes de planos odontológicos e dos prestadores de serviços, e na parceria com os corretores de seguros para o desenvolvimento de programas de benefícios customizados.

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