O Brasil pode ter em 2010 o maior crescimento econômico dos últimos 24 anos. O relatório Focus do Banco Central, divulgado no dia 17 de maio, projeta uma expansão de 6,3% para o PIB, índice que não se vê desde 1986. Acompanhando um dos melhores momentos da economia brasileira, o setor de títulos de capitalização movimentou R$ 1,6 bilhão nos dois primeiros meses do ano, uma ampliação de 19% em relação ao mesmo período de 2009. De acordo com dados da Federação Nacional de Capitalização (FenaCap), o Rio Grande do Sul respondeu por 8,8% das vendas, com R$ 71 milhões de faturamento.
A capitalização, uma forma de economizar dinheiro de maneira programada, com prazos e taxa de juros previamente determinadas, foi desenvolvida para ajudar a sociedade a acumular receita. Além disso, os sorteios baseados em títulos de capitalização possuem uma característica própria que os diferencia das demais loterias. Essa diferenciação inicia pela geração de impostos e, mais importante, por induzir a criação de uma poupança interna no país, já que as provisões constituídas para permitir a realização dos sorteios devem ser aplicadas em ativos definidos pelo Conselho Monetário Nacional.
Na Europa e nos Estados Unidos os produtos securitários estão pulverizados de forma mais homogênea na sociedade, enquanto que nos países em desenvolvimento concentram-se na população com maior poder aquisitivo. No Brasil, esse paradigma começa a ser quebrado com a venda de microsseguros em farmácias, padarias, bancas de revista e outros pequenos comércios, não estando mais restritos aos bancos e corretoras. Anuncia-se um futuro promissor com a popularização de produtos securitários e de capitalização, de modo que esse acesso facilitado, com o tempo, fará com que sejam adquiridos pela Internet e em terminais de auto-atendimento localizados em aeroportos, rodoviárias ou estações de trem.
Ricardo Athanásio Felinto de Oliveira é vice-presidente da Aplub Capitalização