Ultima atualização 16 de setembro

Como a Inteligência Artificial está redefinindo o mercado de seguros

Artigo de Igor Alves é CTO da Azos*

Com o avanço da tecnologia, o setor segurador brasileiro está passando por um crescimento expressivo. Para se ter uma ideia, segundo o relatório feito pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), somente no primeiro trimestre de 2024, o mercado cresceu 13,7% em comparação ao último ano e arrecadou mais de R$100 bilhões. Entretanto, existe um fator crucial que tem atuado como um impulsionador desse avanço: a Inteligência Artificial (IA). Mais do que uma simples tendência, a IA está redefinindo a maneira como as seguradoras operam, tornando-se um diferencial competitivo essencial.

De acordo com dados da consultoria Next Move Strategy, cerca de  24% das empresas do setor de seguros já utilizam a Inteligência Artificial (IA) para aprimorar operações. A importância dessas ferramentas é tão grande, que segundo a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), graças às inovações tecnológicas, o lucro no segmento nacional no último ano foi de R$ 30,3 bilhões, representando um aumento de 17,4% em relação ao ano de 2022. 

É diante desse cenário que surgem questões como: “Qual é o verdadeiro impacto da IA no setor e por que ela se tornou um diferencial tão importante?” Em um contexto dinâmico que vive o mercado – e a sociedade atual-, a verdade é que a tecnologia se tornou uma aliada importante para as seguradoras, transformando a maneira que as empresas avaliam e gerenciam riscos, além de auxiliar no desenvolvimento de produtos mais personalizados e que tenham um impacto real na vida das pessoas. 

Isso porque, além de melhorar a eficiência operacional, a IA também tem transformado a experiência do cliente, que agora conta com soluções mais rápidas, personalizadas e eficientes. Nesse sentido, a IA pode ser usada para simplificar o pagamento de sinistros e até para calcular e simular apólices. A IA FRED, por exemplo, é um modelo claro de como o processo de análise de dados e do valor de ressarcimento pode ser acelerado com bases em diversos fatores, chegando assim a um veredito eficiente em questões de segundos. 

Além disso, o uso de IA também pode auxiliar o corretor na comparação de apólices (Cotador Inteligente) , mostrando as opções mais adequadas para cada cliente e contribuindo na redução de custos operacionais. 

Isso é o que mostra a pesquisa realizada pela Microsoft, onde aproximadamente 74% das micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) começaram a utilizar Inteligência Artificial em seus negócios. Dentre essas, 46% adotam a IA com o objetivo de reduzir e otimizar os custos das companhias.

É claro que a implementação dessa inovação no setor também passa por desafios. Por ser uma tecnologia que precisa de uma extensa quantidade de dados para ter um bom funcionamento, a implantação da IA pode ser um empecilho para seguradoras que possuem acesso limitado aos dados do segurado. Por isso é tão importante que o setor realize investimentos significativos em infraestrutura e treinamentos especializados.

Mesmo com o surgimento de alguns desafios, o futuro da IA no setor segurador já tem se mostrado muito promissor, assim como em outras áreas onde os investimentos de IA estão mais avançados. À medida que a tecnologia avança, as seguradoras que investirem estarão melhor posicionadas para liderar o mercado, oferecendo soluções inovadoras e eficazes que não só atendem, mas superam as expectativas dos clientes.

A presença da Inteligência Artificial no segmento de apólices já é uma realidade, agora basta apenas entender quais serão os impactos dela no contexto geral. A resposta parece vir rápido e se mostra bem positiva tanto para as empresas quanto para os consumidores que precisam e querem se sentir cada vez mais protegidos.

*Igor Alves é formado em Engenharia da Computação, pela PUC Campinas, Igor também é pós-graduado em Inteligência Artificial pela USP e certificado pela Universidade de Stanford em Inovação Estratégica, Cultura e Metodologias. Em sua trajetória profissional, atuou em empresas como Thomson Reuters, Ci&T e Movile. Como CTO, Alves esteve à frente das operações nas startups 99, Pixeon, Pipefy e Creditas. 

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