Ultima atualização 15 de dezembro

Comunicação é prioridade da CNseg

EXCLUSIVO – O tradicional almoço de final de ano realizado pela CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras) no Rio de Janeiro deixou um ponto bem claro: a comunicação é e será o grande ponto a ser trabalhado em 2023. Segundo o presidente da entidade, Dyogo Oliveira, está sendo feito um reposicionamento estratégico para levar o seguro para o imaginário popular. Os índices de cobertura na sociedade são baixos, com participação no PIB na casa dos 6% em 2023, similar ao ano anterior.

Oliveira disse que a CNseg não precisa trabalhar a marca de entidade, mas sim a do mercado de seguros. Os dados mais recentes mostram que o setor devolveu à sociedade R$ 182,9 bilhões em indenizações, resgates e sorteios, com crescimento de 18% no acumulado até outubro, comparado ao mesmo período do ano passado.

Para 2023, a projeção de crescimento do PIB é de 2,2%, com crescimento do setor estimado em 10,1%, com as operações de seguro saúde. O destaque de 2022 veio dos seguros de danos e responsabilidades, sem DPVAT, com previsão de crescimento de 17%, sem saúde. “O destaque veio dos seguros de danos e responsabilidades com crescimento de 25,2% até o mês de outubro, com maior ênfase para seguro auto, com crescimento de 30% em relação ao mesmo período de 2021”, destacou Oliveira. A arrecadação cresceu 17,9%, consolidada em R$ 294,6 bilhões até outubro/2022.

Oliveira também falou sobre a Iniciativa do Mercado de Seguros, que tratou de alguns temas como garantias no setor de crédito, seguro garantia, autorregulação de corretores de seguros, Letra de Risco de Seguro e Mediação. “Todas estas são medidas que podem contribuir o desenvolvimento do mercado e a sua maior aceitação e aderência dos produtos ao novo perfil dos consumidores”, pontuou o presidente da CNseg.

Sobre a Fides 2023, que será realizada no Windsor Convention, na Barra, de 24 a 26 de setembro, o executivo convocou a participação do mercado.

Vera Valente, diretora executiva da Fenasaúde, ressaltou que em 2022 vivemos o rescaldo do processo de pandemia. Houve aumento do número de beneficiários, com recuperação da quantidade de usuários, chegando a 50,2 milhões, número similar ao auge em 2014 (50,5 milhões). O rol dinâmico, a telemedicina, o enfrentamento das fraudes foram pontos que representaram avanços para o setor como um todo.

Sobre os desafios do setor, Vera lembrou que as interferências legislativas que colocam o setor em risco, como o rol exemplificativo. R$ 5,5 bilhões de resultado operacional das empresas, sendo que 42% das empresas tem índice combinado negativo. Estas empresas atendem 20 milhões de usuários. A escalada de custos está representada pelo aumento da longevidade, mudanças epidemiológicas e tecnologias cada vez mais caras, também com o aumento da judicialização.

É necessária a modernização do marco legal da saúde suplementar, restabelecimento do rol taxativo, aperfeiçoamento da avaliação de tecnologias em saúde, criação de uma agencia única de incorporação e discussão de preços de incorporação.

Edson Franco, presidente da Fenaprevi, apontou que 8% da população possuem algum tipo de planos. A captação líquida foi de R$ 29 bilhões, o que equivale a toda captação de 2021. “O aumento dos resgates é um reflexo da situação econômica que estamos vivendo, de retomada da economia. O mercado devolveu R$ 130 bilhões de pagamento de benefícios, com crescimento de 14% em relação ao mesmo período do ano passado”, acrescentou Franco.

No início de dezembro, a Susep aprovou a consulta pública das mudanças do PGBL e VGBL, que devem trazer uma visão mais principiológica. Entre as mudanças está o desenvolvimento do mercado de rendas no Brasil. “Queremos criar opções mais flexíveis para as pessoas se animarem a investir. Existe também a possibilidade de regulamentação definitiva para o Seguro de Vida Universal. Nos EUA, ele representa mais de 40% das vendas”, ponderou Franco.

Antonio Trindade, presidente da Fenseg, disse que o seguro automóvel ainda representa 44% dos seguros de danos, de acordo com dados de janeiro a outubro de 2022. “Tivemos durante 2022 um aumento substancial do preço do seguro automóvel, com o impacto da sua cadeia produtiva para carro novo. O aumento dos carros usados foi grande e as seguradoras tiverem que pagar os sinistros. As seguradoras refizeram seus cálculos atuariais e a nova safra veio com preço aumentado. Já vemos os preços dos carros usados chegando ao patamar de normalidade. Talvez não tenhamos aumento de preços tão significativos em 2023”, previu Trindade.

Tudo isso conjugado, com sinistralidade mantida nestes patamares, 2023 será um ano para seguro auto menos impactante para o consumidor.

Os novos produtos surgem mais simples, menos onerosos, cabendo nos bolsos dos consumidores. Trindade ressalta que ainda temos dificuldades para atender os carros com mais de oito anos, mas a indústria do seguro deve evitar que ele vá para os sistemas paralelos. O tempo vai mostrar que o sistema paralelo não vai vingar, porque ele não se sustenta sem o arcabouço regultório da Susep, mas isso acontece porque não temos como oferecer um seguro justo para os veículos mais antigos”, concluiu Trindade.

Denis Morais, presidente da Fenacap, apresentou as modalidades dos produtos de capitalização e apontou o crescimento de 16,8% no setor em 2022, até outubro, com R$ 23,4 bi de arrecadação. As reservas ficaram na casa de R$ 36,2 bi, podendo chegar a R$ 40 bilhões, com as novas modalidades, que tem uma importante devolução para a economia – quase R$ 18 bilhões de retorno à sociedade.

“O mercado de capitalização tem um baixíssimo nível de reclamações, o que indica uma grande compreensão do público sobre o produto”, destacou Morais.

Kelly Lubiato
Revista Apólice

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