O mercado de seguros ainda tem bastante espaço para avançar no Brasil mesmo diante do crescimento registrado nas últimas décadas. Segundo estatísticas mais recentes da plataforma alemã Statista, o mercado segurador brasileiro representa 4,1% do Produto Interno Bruno (PIB). A média mundial é de 7,3%. Em economias mais maduras, esse valor ultrapassa a média, como na Itália (8,6%), Reino Unido (11,1%), Estados Unidos (12%) e Taiwan (17,4%), por exemplo.
Diogo Arndt Silva, sócio-fundador e CEO da Rede Lojacorr, enxerga estes dados com otimismo, como sinal de que há um grande panorama de oportunidades a ser desbravado. “Se olharmos esse parâmetro de comparação, ainda temos muito espaço para crescer. Isso depende do crescimento da economia e desenvolvimento social. Quanto mais madura é uma sociedade, maior é a consciência sobre a necessidade de proteção, da mesma forma que o negócio de responsabilidade civil.” afirma.
A categoria de seguros de Responsabilidade Civil, comumente chamado de “seguros de RC”, se destinam à cobertura da responsabilização civil do segurado por danos causados a terceiros, sendo obrigado a indenizá-los, a título de reparação. “Os seguros de RC são um importante fator de pacificação de conflitos e de garantia de indenizações em razão de danos causados pelos segurados nas suas atividades sociais, assumindo um papel preponderantemente social”, explica Dr. Robson Silveira, advogado da Rede Lojacorr. “O seguro de RC surgiu com o propósito inicial de garantir o legítimo interesse patrimonial do segurado em razão dos diversos riscos de responsabilização a que está socialmente exposto por danos que venha a causar a terceiros”, completa.
Aplicações
Há uma grande variedade de seguros RC, que podem cobrir danos (materiais, corporais, morais e estéticos), riscos (profissionais, ambientais, cibernéticos), questões relacionadas a eventos, produtos, entre outras coberturas. Na atualidade, são mais procurados por profissionais liberais. “É perceptível no mercado o aumento da conscientização e da procura de coberturas para mitigar os danos causados por erros profissionais envolvendo empresas e profissionais liberais. O seguro de E&O (erros e omissões) cobre as reclamações feitas por terceiros contra os profissionais liberais (médicos, dentistas, advogados, engenheiros, corretores, contadores, etc.) em razão de falhas profissionais”, comenta Dr. Robson.
Atuante na categoria de seguros de Responsabilidade Civil, Carlos Silveira é corretor na Engage Corretora e Advanced Security Corretora, parceiras da Rede Lojacorr. Segundo ele, é perceptível uma maior conscientização sobre a necessidade dos seguros de RC. “Os profissionais de diversas áreas começaram a entender a necessidade e importância desse instrumento de proteção. As áreas médicas são as que mais demandam”. O corretor exemplifica a aplicação de RC em um possível caso de procedimento cirúrgico que pode deixar algum incômodo estético para o paciente. “O cliente entra para fazer cirurgia e após operação bem sucedida, ingressa com ação reclamando danos estéticos. O paciente saiu bem , mas pode não ter gostado de uma cicatriz. Uma apólice de seguro E&O bem desenhada pode minimizar essa situação”, afirma.
O seguro de Responsabilidade Civil também é procurado por empresas dos mais diversos ramos. Nos últimos dois anos, em razão da pandemia de Covid-19, este tipo de seguro fez a diferença no setor de eventos, que se viu obrigado a paralisar suas atividades, segundo a observação de Carlos Silveira. “Essa modalidade de seguro salvou muitas casas de shows pelo Brasil afora. Essa carteira foi responsável por indenizações bastante expressivas”, relata. “Os seguros RC são importantes para todo tipo de empresa devido a uma série de responsabilidades que as pessoas jurídicas têm com os colaboradores, fornecedor, clientes, governo e meio ambiente. É um seguro que não só protege a empresa, mas também a sociedade de uma forma geral”.
O papel social do corretor de seguros
Se em seguros mais habituais, como os de automóvel ou de vida, a ação do corretor é fundamental, nos seguros de RC seu trabalho é imprescindível. Há uma gama diversificada e numerosa de seguros RC, relacionados a atividades pessoais, profissionais, empresariais, ambientais e de riscos cibernéticos. Além da grande variedade, são instrumentos complexos, sendo necessário conhecer os diferentes regimes jurídicos para a correta contratação da cobertura securitária. “A área de Responsabilidade Civil exige um patamar mínimo de conhecimento das bases técnicas e jurídicas por parte dos corretores de seguros para que possam desenvolver um trabalho consultivo adequado”, observa Dr. Robson, “Este contexto exige estudo e conhecimento jurídico para que o profissional domine os princípios legais e técnicos que permeiam este segmento”, completa.
Quanto mais complexo o mercado se torna, mais importante é o papel do corretor como um consultor para o cliente, que o ajuda a tomar as melhores decisões a partir do entendimento de suas necessidades. “É um papel de conselheiro, consultor e também de curador para indicar os tipos de proteção mais adequados entre as muitas possibilidades que o mercado tem para oferecer”, aponta Diogo.
N.F.
Revista Apólice